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Psicologia Organizacional

Por:   •  7/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.332 Palavras (10 Páginas)  •  413 Visualizações

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2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

2.1 Aspectos sócios históricos da Psicologia Organizacional e do Trabalho

Para compreender a linha de atuação do profissional de Psicologia inserido no contexto organizacional, fez-se importante elencar os determinantes sócios históricos que influenciaram na definição desta modalidade de atuação, a qual sofreu mudanças ao longo dos anos para então se chegar a atualidade, e abarcar sua contribuição dentro desta perspectiva.

Pereira (s/d) destaca que atualmente encontramos um mercado repleto de competitividade e com ele a necessidade das empresas apresentarem diferencial, momento este em que se insere a Psicologia nas organizações, porém mesmo com as diferentes exigências nos aspectos: econômico, social, cultural e tecnológico, percebe-se que a Psicologia ainda se restringe a métodos tradicionais, entre eles o recrutamento, seleção e treinamento.

Para Bastos e Martins (s/d), a Psicologia no Brasil se originou a partir de três vertentes, sendo elas: (1) a assistência psicológica a psicopatas ou área clínica; (2) a pedagogia que visava à compreensão dos fenômenos psicológicos relacionados a questões de ordem educacional; e por fim, (3) os processos de seleção e orientação. Amaro e Castro (2012) acrescentam que foi através da Abordagem Humanista da Administração, no inicio do século XX que a Psicologia ingressou nas organizações. Neste período ocorreu à mudança onde a ênfase que era voltada ao trabalho passa para as pessoas. Estes mesmos autores fazendo alusão às palavras de Sampaio (1988) acrescentam que a Psicologia do Trabalho nasceu para suprir as necessidades e aos interesses das indústrias, se limitando ao ponto de vista produtivo, e restringindo a atuação na seleção e a colocação profissional.

Ainda com relação ao campo evolutivo, Campos et al (2011) cita que a inclusão da Psicologia nas organizações deu-se a partir do século XIX, sendo denominada Psicologia Industrial e tendo como objetivo o estudo do comportamento humano em seus aspectos de vida relacionados a produção, distribuição e uso de bens e serviços de nossa civilização e tendo como foco a resolução de conflitos no contexto industrial. Assim, muitos autores se propuseram a traçar uma definição a este campo de trabalho, definindo a Psicologia Organizacional como área de atuação interdisciplinar a qual busca explicação para fenômenos organizacionais que se criam em torno de um conjunto de questões referentes ao bem estar do individuo (SCHEIN 1982, citado por CAMPOS et al, 2011).

Naguel (2007) complementa a ideia de Campos et al (2011) de que a Psicologia Organizacional atrelou-se a industrialização, o que ocorreu nos países dominantes ao fim do século XIX e inicio do século XX. Até então, a buscar era por procedimentos para avaliar e selecionar militares para o exercito e empregados para as indústrias em expansão. Citam, ainda, as duas Grandes Guerras, as quais se utilizaram de testes psicológicos para atender ao solicitado no recrutamento de pessoas, mais tarde evoluindo para o treinamento destes e a analise de fatores do ambiente que afetam o trabalho.

Uma definição para a Psicologia Organizacional foi encontrada nas palavras de Goulart e Sampaio (1998, citado por CAMPOS 2011) como sendo:

"campo de aplicação dos conhecimentos oriundos da ciência psicológica às questões relacionadas ao trabalho humano, com vistas a promover a saúde do trabalhador e sua satisfação em relação ao trabalho" (GOULART e SAMPAIO, 1998 citado por CAMPOS 2011, p.13).

A Psicologia Organizacional surge após demandas relacionadas às estruturas da organização, de modo que foram realizadas várias pesquisas voltadas ao aumento de produção, porém por meio da motivação dos funcionários. Utilizaram-se estudos sobre o clima organizacional e a cultura, no qual foram desenvolvidos os conhecidos treinamentos e desenvolvimento de Recursos Humanos, traçando um novo olhar com relação ao trabalhador, sua qualidade de vida no trabalho, prevenção de acidentes, entre outros.  Apesar das mudanças alcançadas com o surgimento desta nova Psicologia, a mesma não se desprendeu totalmente da anterior, como já havia sido mencionado por Pereira (s/d), ou seja, houve uma complementação, onde o foco passou a abranger também os funcionários, porém os problemas de produtividade da empresa continuaram a fazer parte do trabalho dos psicólogos da empresa (AMARO e CASTRO, 2012).

Tonetto et al (2008) referem-se que o termo Psicologia Organizacional e do Trabalho vem sendo empregado desde a década de 90, tendo por objetivo contemplar a atual diversidade da área e propor a existência de dois grandes eixos de fenômenos que englobam aspectos psicossociais, sendo o primeiro as organizações tidas como ferramenta social formadora de coletivos, e a segunda o trabalho enquanto atividade básica do ser humano reprodutora de sua própria existência e da sociedade.

Bastos e Martins (s/d) ressaltam que a maioria das organizações não busca mais o perfil de profissional que somente realiza a aplicação de qualquer teste psicológico, mas ao contrário, busca aquele que enxerga a sua organização como sendo algo de várias determinações. Ressaltam, ainda, que é necessária uma visão mais ampliada dos processos organizacionais, de modo que se torne possível e viável a implantação de políticas e estratégias de intervenção dentro destas organizações.

Ghiraldelli (2000, citado por Miranda, 2013) coloca que a globalização contribuiu para que a Psicologia Organizacional sofresse transformações na busca do desenvolvimento da produtividade do trabalhador e de seu bem estar, o que fez com que seus profissionais caminhassem para uma atuação psicossociológica, guiados por uma visão ampla e dinâmica da organização na sociedade. Tais transformações culminaram na ampliação do espectro de atuação deste profissional, de modo que antes era restrito a ações de recrutamento e seleção, não valorizando as relações interpessoais entre os funcionários. Hoje, busca a compreensão do ambiente de trabalho e o resgate da dignidade humana nestas relações.

Zanelli e Bastos (citado por Tonelli, 2008) acrescentam que o desafio da Psicologia Organizacional e do Trabalho é compreender a interação dos vários aspectos que integram a vida dos indivíduos, grupos e organizações em um mundo que se apresenta em constantes transformações, propondo formas de promover, preservar e restabelecer a qualidade de vida e bem estar. Malvezzi (2004, citado por Tonelli, 2008) ainda acrescenta que é preciso evitar que as pessoas tenham que se adaptar a condições que estão além de seus limites e adquirir habilidades em prazos mais curtos do que o necessário ou mesmo alterar aspectos de sua identidade. Isso demanda o encontro com outras áreas do conhecimento, como a sociologia, antropologia, ciências políticas, educação, economia e administração.

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