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Psicologia do desenvolvimento Humano. Novos desafios da terceira idade.

Por:   •  1/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.284 Palavras (14 Páginas)  •  426 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

OS DESAFIOS DE UMA NOVA CARREIRA NA MEIA IDADE

TAUBATÉ - SP

2015

SUMÁRIO[pic 1]

  1. INTRODUÇÃO3

  1. CARREIRA E ACARREIRA SEM FRONTEIRAS4
  1. ADAPTAÇÃO À TRANSIÇÃO DE CARREIRA NA MEIA IDADE5
  1. FIM DO MITO DO DECLÍNIO NA MEIA IDADE6

5. TALENTOS DA MEIA IDADE, UMA INSPIRAÇÃO PARA O FUTURO..............7

6. CONCLUSÃO..................................................................................................................8

REFERÊNCIAS...................................................................................................................9


1.  Introdução

          Nas últimas décadas a competitividade aumentou face à globalização dos mercados que tornou as relações de emprego instáveis e as organizações imprevisíveis. Surgiu uma nova economia que se caracteriza pela interdependência de atividades de trabalho nos mercados nacionais e internacionais e que são acompanhadas por mudanças tecnológicas em alta velocidade e dinamismo. Dentro desse contexto, pessoas que atingem o ápice de suas carreiras na idade madura com estabilidade financeira e o status tão almejados após muitos anos de sacrifícios pessoais, tem a sensação de ter chegado lá, mas nem sempre estão satisfeitos, e essa sensação é acompanhada de um grande questionamento das próprias escolhas e mesmo do sentido da vida, que é típico da crise de meia-idade. Hoje o ambiente competitivo e instável desperta dúvidas em relação ao conforto desta posição, alimentando os conflitos internos. Homens tendem a buscar mais desafios e excitação mergulhados numa nostalgia da adolescência e dos impulsos de vida e as mulheres, por sua vez, se bem sucedidas tendem a se culpar pelas renúncias realizadas na vida pessoal e as que se dedicaram à maternidade buscam realização profissional ou pessoal. Com o crescimento da expectativa de vida e o fim do emprego garantido, muita gente terá de fazer grandes mudanças durante a meia-idade, dando início a uma segunda carreira. Coragem e recomeços fazem parte de pessoas no auge dos 50 anos, a atual geração de cinquentões é protagonista de uma das maiores mudanças de comportamento do nosso tempo. Estamos passando por uma revolução em relação ao envelhecimento como nunca se viu antes. Além de maior longevidade, as pessoas buscam mais saúde e energia como afirma Vern Bengstson, professor da University of Southern California e especialista em Sociologia do envelhecimento. Os padrões de comportamento sofreram alterações, por isso é mais comum pensar em novas carreiras, novos casamentos, prática de esportes e formas diferentes de se vestir diferentes daquilo que se imaginava até então para os 50anos. Acompanhada por emoções intensas, a transição de carreira também se caracteriza pela ocorrência de uma crise e emerge como uma oportunidade para que a pessoa reconheça sua individualidade e se redescubra profissionalmente. A transição de carreira em indivíduos de meia idade se traduz, portanto, na possibilidade de encontrar significado na carreira e que ela seja coerente com seus novos valores.

2.  Carreira e carreira sem fronteiras

          Ao analisar as definições de carreira das últimas décadas, constatou-se que elas sofreram a influência do momento histórico, social e econômico em que foram concebidas. Até a década de 1980 a carreira tinha uma perspectiva do modelo da carreira organizacional, com estabilidade, emprego de longo prazo desenvolvimento da carreira dentro das organizações e pela dependência do indivíduo à organização. O sistema de administração de carreiras è uma estrutura constituída de diretrizes integradas aos demais instrumentos de gestão de Recursos Humanos, além de um conjunto de políticas e procedimentos que visam conciliar as expectativas das pessoas e da organização. Com a globalização e a nova dinâmica de mercados, apesar do modelo de carreira organizacional continuar sendo legítimo e em vigor, deveria se atentar também para modelos e conceitos mais abrangentes, compatíveis com as recentes transformações no ambiente econômico institucional. Considerando que a carreira não deveria, necessariamente estar ligada às organizações, foi proposto um novo modelo de carreira denominado carreira sem fronteiras que é o oposto das carreiras organizacionais (carreiras que se desenvolvem dentro de um único cenário empregatício). O modelo de carreiras sem fronteiras considera a carreira em seus aspectos objetivos e subjetivos onde o próprio indivíduo, e não a organização é responsável por planejar e gerenciar sua carreira, o que nem sempre é compatível com as expectativas e necessidades organizacionais. A concepção da carreira no ambiente sem fronteiras e o seu significado para as instituições e para os indivíduos nos leva à tendência da sociedade atual para a individualização. Dentro de uma organização, as decisões escolhas e riscos recaem sobre o indivíduo que tem a oportunidade e a liberdade de experimentar e por outro lado, a tarefa de enfrentar as consequências. Nesse contexto, o indivíduo pode optar por gerenciar sua própria carreira e trabalhar por conta própria. Hall (1996, p. 8) recorreu à mitologia grega para explicar as carreiras contemporâneas. Ele as denominou carreiras proteanas em alusão ao Deus Proteus que era capaz de alterar sua forma com relativa facilidade e quando assim o desejasse: “As carreiras do século XXI serão proteanas, carreiras gerenciadas pela pessoa, não mais pela organização e que serão reinventadas pela pessoa de tempos em tempos, à medida que a pessoa e o ambiente mudarem”.

3. Adaptação à transição de carreira na meia idade

          A transição de carreira de acordo com Arthur e Rousseau (1996, p. 33) compreende ciclos de mudança e adaptação. A adaptação na psicologia se define como a alteração de um indivíduo associada à diminuição de sensibilidade ou de emoções por meio da exposição prolongada a um estímulo e corresponde a uma mudança funcional ou estrutural que aumenta o valor de sobrevivência de um organismo (CHAPLIN, 1985, p. 11; CORSINI, 1984, p. 14). Na meia idade o indivíduo se encontra diante de problemas de adaptação para os quais não está preparado e o que antes lhe parecia extremamente importante, as coisas pelas quais havia se empenhado perdem o significado. Tudo o que ele conquistou até então nos âmbitos familiares, profissionais e sociais vão dar lugar para a reavaliação dos valores que o acompanharam durante a sua trajetória. As transformações que ocorrem ao longo da vida se tornam mais intensas na meia idade, por isso esse período de vida vem sendo estudado e pesquisado. De acordo com Jung, a individuação é um processo de desenvolvimento que, na meia idade, procura conciliar os aspectos conscientes e inconscientes por meio da compensação, o indivíduo se volta ao desenvolvimento de aspectos que antes lhe eram inconscientes, como as fantasias e os desejos que não puderam ser realizados em períodos anteriores da vida. Anteriormente o indivíduo tinha sua energia voltada aos aspectos materiais e adaptações ao convívio em sociedade (ter uma profissão, família e participação da comunidade), e agora na meia idade passa a se centrar no ser interior visando à auto realização e plenitude. Jung (1967, p. 525) explicou a individuação como um processo de constituição e particularização da essência individual em que coexistem diferenciação e desenvolvimento. “A individuação está sempre em contraste, maior ou menor, com a norma coletiva, pois subentende a eliminação ou diferenciação do todo e a formação do particular [...]” (JUNG, 1967, p. 526). Por norma coletiva entende-se a totalidade dos caminhos individuais, a partir dos quais se formulam o conjunto de normas que regem o convívio em sociedade. Nesse contraste entre indivíduo e norma coletiva, surge um conflito em que a norma coletiva se torna cada vez mais desnecessária e um caminho individual começa a ser buscado e valorizado. “Por individuação entende-se, pois, uma ampliação da esfera da consciência e da vida psicológica consciente.” (JUNG, 1976, p. 527).  Em outro trecho em que descreveu a meia idade, Jung (1953, p. 120) afirmou:

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