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RESENHA CRÍTICA: O REAL DO ANALISTA

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Por:   •  9/9/2014  •  1.767 Palavras (8 Páginas)  •  1.424 Visualizações

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O texto aborda a polêmica que existe entre ou psicanalistas sobre a interação paciente-analista, que permeia o curso da análise, através do fenômeno de transferência e contra-transferência, levando em conta a pessoa real do terapeuta, com seus atributos físicos e emocionais, e o quanto isso exerce uma importância no desenvolvimento do processo analítico.

Duas posições se variam, uma fala que as eventuais falhas na atitude analítica se devem as áreas do analista que não foram suficientemente resolvidas, ou é uma inevitável manifestação da contratransferência. Para esses autores, o vínculo analítico se mantém inalterável em sua essência, variando pela capacidade do analista de manejar seus sentimentos transferenciais e reações contratransferenciais. As falhas sempre se devem por uma falta de análise pessoa.

A outra posição fala que a pessoa real do analista empresta uma característica singular, especial, para cada paciente em particular, e que isso por si só funciona como um importante fator para o sucesso ou fracasso da análise.

O autor, que se fundamenta em sua experiência pessoal, se integra na segunda corrente. Usa os argumentos de alguns autores, como o trabalho de psicanalistas norte americanos que pesquisaram durante anos o que dominaram de match (encontro), que usa o conceito de que indo além dos fenômenos transferenciais e contratransferenciais, as características reais de cada um do par analítico, determinam uma decisiva influência no curso de qualquer análise. Ou seja, essa pesquisa mostra que o mesmo paciente, analisado por dois diferentes psicanalistas de mesma competência e corrente, reage de forma muito diferente a cada terapia. A evolução da análise em grande parte depende da peculiaridade do encontro analítico. O autor compara esse efeito ao do encontro amoroso, onde uma pessoa cortejada por diversos pretendentes, cria maior afeição por um, como uma ‘‘química especial’’.

Zimerman então estabelece uma distinção entre dois significados que a expressão ‘‘pessoa real do analista’’ comporta. A primeira leva em conta aspectos exteriores, a pessoa visível do analista, quem ele é, seu sexo, idade, vida social. O analista como pessoa. Coloca como exemplo a razão de escolhermos um analista, quando levamos em conta mais o seu pessoal, do que seu prestígio profissional.

O segundo significado de pessoa real do analista se refere a fatores internos, a essência do analista.

Olhando mais de perto, sobre os fatores exteriores, como a idade do analista, que muitos pacientes levam em conta, mas o autor diz que nota não fazer diferença, ou então o sexo biológico do terapeuta. Para o autor, o que se deve levar em conta é a forma com que o analista lida com isso, não suas características físicas. Um fator importante que muda a direção da análise são situações como a de doença grave, que podem acabar causando no paciente um problema de constrangimento e conflitos. Outro fator importante é de escândalos, infrações éticas, do analista.

O fator de formação é outra ponto significativo, já que esta forma também o modo do analista agir com o paciente, na situação transferencial. Disso ocorre dois prejuízos: um é que a interpretação fica banalizada. E a outra, que os analistas se torna um caçador de transferência. Da mesma forma persiste algumas áreas de formação psicanalista a recomendação de seguir ao pé da letra todas as regras de Freud, como se mostrar como uma tela branca, um espelho a seu paciente.

Os analistas de hoje em dia valorizam a relação vincular entre paciente - analista, o que permite maior intimidade e envolvimento, sempre tomando cuidado com esse grau de envolvimento. O autor imagina que exita um consenso entre os psicanalistas veteranos em que quanto mais avançam na experiência da prática clínica, mas perdem o medo dos seus clientes, e com isso, mais gostam deles, se tornando mais flexíveis e tolerantes, mas ainda definindo lugares na relação que deve existir entre paciente e analista. Essa flexibilidade não deve ser confundida com negligência, descaso, indiferença, mas pelo contrário, a um estado mental de maior segurança e credibilidade aos princípios essenciais do ato analítico.

Quando a essência, o interior do analista, a posição do autor é de que sob o primas de como ele é por dentro, deve se valorizar sobre tudo, atributos imanentes a um analista, que resultam de uma conjunção dos três fatores: os heredoconstitucionais, os que provêm da influência dos educadores e os originários das experiências emocionais experimentadas ao longo da vida.

Essas reais características pessoais do analista podem influir decisivamente no curso da análise, como uma reação terapêutica negativa vir de uma relação terapêutica negativa. Conforme for o andamento da análise, os resultados serão diferentes.

O autor também enfatiza dois aspectos gerais que definem a influência do analista na análise: 1) os atributos pessoais, como condições mínimas necessárias para o exercício da psicanálise. 2) a pessoa do terapeuta como um novo modelo de identificação para os seus pacientes.

Como atributos pessoais, é importante enfatizar a importância do estado mental, o modo que o analista encara a psicanálise como método de tratamento, e qual o seu posicionamento com o paciente. O ideal é que não seja guiado por preconceitos, e que tenha a mente aberta, baseada no princípio da incerteza, de verdades relativas, sendo uma pessoa curiosa, mas de forma sadia, sem ser controlador e intrusivo, ajudando a clarear pontos cegos, aprendendo com a experiência. Essa curiosidade deve respeitar o ritmo e capacidade do paciente, sendo tolerante e paciente, sem ser passivo, e compreendendo os seus sentimentos internos, entendendo o que esta sendo descarregado, os decodificando e devolvendo ao paciente de modo interpretativo, sem absorver o conteúdo de forma pessoal, apenas aprendendo com a experiência. Com essas características, o analista desenvolve a habilidade empática, necessária na terapia, de se colocar no lugar do paciente, não apenas ouvindo o paciente, mas escutando o que ele fala de forma que entenda a significação que dá para isso, dando o destino certo para as informações que teve. Outro fator básico é a atitude de respeito, olhando para o paciente com um olhar renovado, o reconhecendo como realmente é, e o quanto muda durante a terapia.

O analista deve observar seu narcisismo, e manter uma distância do seu ego, para o seu lado pessoal entrar no mínimo, na análise. Não deve ser o ‘‘bonzinho’’, ‘’amiguinho’’, nem o ‘‘mau’’, mas sim, ser compreensivo, mas definir limites, ajudando o paciente a suportar

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