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RESENHA: KASPAR HAUSER

Por:   •  23/3/2020  •  Resenha  •  1.248 Palavras (5 Páginas)  •  290 Visualizações

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E se o ser humano é desprovido da convivência social? Como se constituirá a sua vida? Mesmo vivendo isolado do contato com outras pessoas, seria possível o desenvolvimento das potencialidades e habilidades ditas humanas? Aprendemos unicamente por um processo de estimulação? De reforçamento? De punição? Partindo destes e de outros questionamentos que vão surgindo ao longo das pretensas respostas é que colocamos como fruto de análise do caso real de Kaspar Hauser. Um menino que apareceu pela primeira vez numa praça de Nuremberg (Alemanha), em 26 de maio de 1828.

1 - A partir das leituras e discussões realizadas nas aulas, discorra sobre os processos de construção do conhecimento baseados nas Teorias da Aprendizagem até aqui discutidas, que podem ser observados na história apresentada no filme “O Enigma de Kaspar Hauser”.

ANÁLISE DO FILME: “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER”

O filme “O Enigma de Kaspar Hauser, relata a história de um garoto alemão de dezesseis anos que vivia sem convívio social aparentemente desde seu nascimento, pois o lugar onde residia era imundo, um local escuro e solitário, não sabia o que era sociedade e nem natureza. A única figura humana que o garoto tinha contato era de um homem cuja identidade nunca foi revelada, ele tinha a incumbência de levar todos os dias alimento (pão e água) para Kaspar Hauser.  Nas condições em que estava vivendo o menino não desenvolveu a comunicação oral e nem seus movimentos motores da parte inferior de seu corpo e da parte superior a coordenação motora ampla era muito pouco desenvolvida e a coordenação motora fina não tinha progresso na situação a qual estava vivendo.

O homem, o qual ficou conhecido no filme como seu pai, passou a ensinar-lhe algumas palavras, que obedece sem questionamentos. O comportamento de Kaspar e seu modo de olhar e interagir com o meio é incomum, como se não soubesse dar sentidos as coisas, não havia intencionalidade com os objetos e coisas que o cercava. Não havia a intersubjetividade entre ele e os fenômenos ao seu redor, segundo o que apresentava a trama. Na tentativa de ensinar o garoto a escrever, o homem falou que “Quando aprender a escrever, ganhará um lindo cavalo do papai”. Nota-se que nessa cena houve um reforço positivo quando lhe é prometido ganhar um cavalo, já que o reforço positivo é descrito como aumento de probabilidade de um comportamento que irá ocorrer de novo no futuro, que seria desenvolver e aprimorar a escrita pela presença (positividade) de uma recompensa (estímulo) que seria ganhar um lindo cavalo. Kaspar Hauser ao ser queimado pelo fogo e sentido a dor, teve o reforço negativo, aprendendo que não deve repetir a ação caso não queira sentir dor novamente.

O indivíduo que dele cuidava, levou-o, pela primeira vez, para fora do calabouço, para ver o mundo exterior, ensinou-o a andar e sustentar o seu próprio corpo, mas Kaspar Hauser continuava a não esboçar nenhuma reação, nenhuma emoção ou sentimento. Sendo provável que não tinha noção de tempo e espaço ou qualquer outro elemento que fizesse parte do mundo. A partir de então, o jovem é deixado em uma praça, em Nuremberg, segurando uma carta escrita pelo homem anônimo em que descrevia a condição de Kaspar Hauser, na qual fora direcionada ao capitão da cavalaria da cidade.

 O garoto quando encontrado apenas repetia o que lhe foi ensinado “cavalo” e “Quero ser cavaleiro como meu pai”, porém, percebe-se que ele falava sem saber a relação entre significado e significante. Ou seja, como na fase primária da vida dos seres humanos, assim como uma criança na fase de aprendizagem e desenvolvimento da fala, Kaspar repetia apenas os sons que ouvia. Conforme Piaget, o desenvolvimento cognitivo apresenta quatro períodos, se bem comparar a fase que encontrar-se o garoto seria a sensório-motor, fase em que a interação com o meio é direta e imediata, sem representação ou pensamento, a exploração é manual e visual do ambiente, as ações são emitidas por meio de experiências como a imitação, não tem noção de elementos abstratos, sendo necessário relacionar o concreto para tentar chegar a abstração.

Nas cenas mencionadas a seguir nota-se que um dos guarda da prisão leva Kaspar Hauser para sua casa, quando vai se alimentar não aprova o gosto da comida e o garoto filho do homem que está o hospedando em casa oferece pão e água, quando o líquido acaba Kaspar ainda tenta beber, é quando o garoto tenta lhe explicar que está vazio e utiliza estratégia para mostrar e compreender o que é cheio e vazio, o pai do menino também tenta ensiná-lo usando um pote de cerveja e uma caneca vazia. Na prisão o mesmo garoto o ensina sobre as partes do corpo ombro, dedo, barriga, braço, mão...para que compreenda como se compõem um corpo humano e suas funções. E quando mencionado sobre Deus, ele também não tem noção quanto aos simbolismos e símbolos. Quando pisam nos pezinhos de feijão que ele plantou escrevendo seu nome, ele sente-se triste. Cria-se aí um simbolismo, colocando significado em algo abstrato, passando a compreender a importância do símbolo para o mundo real, no entanto, não possuía percepção exata para diferenciar o que é real e o que é símbolo e sente-se como se estivesse pisando em si e não no jardim.

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