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Resenha Critica Pinoquio As Avessas

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Por:   •  19/4/2014  •  3.065 Palavras (13 Páginas)  •  13.111 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA

CRISTINA

CRISTIANE

PRISCILA DE SOUZA ASSIS

RAQUEL CALSITO DE SOUZA VICENTE

RESENHA CRÍTICA PINÓQUIO ÁS AVESSAS

SANTOS

2013

CRISTINA

CRISTANE

PRISCILA DE SOUZA ASSIS

RAQUEL CALSITO DE SOUZA VICENTE

RESENHA CRÍTICA PINÓQUIO ÁS AVESSAS

Trabalho apresentado para obtenção de aprovação na disciplina “Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem”, no curso de Psicologia, na Universidade Paulista.

Orientadora: Prof.a Drª. Marina T. B. Porto Vieira

SANTOS

2013

RESUMO

Este trabalho se baseou nos conhecimentos extraídos do livro “Pinóquio ás Avessas” de Rubem Alves e no livro que trata das análises de abordagens do processo de ensino, de nome “Ensino: As Abordagens do Processo” de Maria da Graça Nicoletti Mizukami. Refere-se a uma análise crítica dos citados livros abordando os aspectos positivos e negativos que influem na educação sob a óptica dos processos de abordagens, desta forma sendo sugeridos pela professora da disciplina Psicologia do Desenvolvimento e Teorias da Aprendizagem.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................5

2. RESENHA CRÍTICA 6

3. ABORDAGENS DO PROCESSO DE ENSINO 8

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 12

REFERÊNCIAS 13

1. INTRODUÇÃO

“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, às suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e não a de transferir conhecimento.” (FREIRE, 1987/1996, p.47)

O presente estudo através da resenha crítica do livro, “Pinóquio às Avessas” tem como principal objetivo analisar os diferentes tipos de abordagens do processo de ensino inseridos na educação à sociedade. Tais reflexões nos permitirão observar e compreender como é o ensino hoje. Pois segundo Pedro Morales “ter em vista a percepção e o juízo de nossos alunos nos permitirá entrar melhor no mundo deles”, o que de fato seria de suma importância para o crescimento da aprendizagem no mundo.

Entendemos que o professor tem que empregar metodologias que levem o aluno à construção de seu conhecimento e ao desenvolvimento de suas potencialidades através da motivação para a aprendizagem que deve se basear no respeito às experiências de cada uma das partes envolvidas no processo, uma vez que não se trata de um caminho de mão única. O professor não é o detentor do “saber”. Ele deve motivar seus alunos a prosseguirem em suas descobertas.

2. RESENHA CRÍTICA

O autor de “Pinóquio às Avessas”, Rubem Alves, estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), tem título de mestre em Teologia, é membro da Academia Campinense de Letras, professor-emérito da Unicamp e cidadão-honorário de Campinas, onde recebeu a medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura. Talvez por sua formação o autor demonstra uma aversão a uma abordagem tão formal.

Esta resenha esta relacionada ao livro deste autor que faz uma paródia do conto de fadas, a história de Pinóquio, um boneco que se transforma em um menino que quer brincar, divertir-se e ao fugir da escola para brincar, suas orelhas transformam-se em grandes orelhas de burro.

O livro conta a história de Felipe, o personagem principal da história, um menino esperto e curioso, que gosta de fazer perguntas, que adora pássaros e sonha se tornar um cuidador de pássaros quando crescer e que ao ir para a escola descobre que os adultos são aquilo que fazem para ganhar dinheiro e que ser cuidador de pássaros não lhe dará dinheiro, não é uma atividade produtiva como bem afirma seu pai, não se faz vestibular para ser cuidador de passarinhos.

E o garoto chega à idade escolar. Na escola, o menino vai descobrindo e aprendendo coisas, aprendendo que há horas certas para pensar as coisas, como na TV, a gente aperta um botão e faz mudar o canal. Por exemplo, em seu segundo dia, na escola, faz uma pergunta à professora: "Por que temos que estudar dígrafos?", no que a professora, responde: “Isso vai cair no vestibular”. O menino, então, interpreta que todo conhecimento adquirido na escola serve, apenas, para passar no vestibular. Na escola é a campainha que faz mudar o canal do pensamento; aprende que cada professor sabe apenas de uma coisa específica e que nenhum deles sabe o nome do pássaro azul que ele viu voando quando vinha para a escola; que a escola é uma grande corrida, onde uns ganham e outros perdem; que os conhecimentos não valem pela sua utilidade, mas porque vão cair na prova e no vestibular; e que quando se pensa sobre coisas que a gente gosta e não sobre o assunto que a professora está falando as crianças podem ser diagnosticadas como crianças com distúrbio de atenção. Distúrbio de atenção é quando a atenção está no lugar que o coração deseja e não no lugar onde o professor manda. Ele sente dificuldades na escola, até o dia em que consegue se reprimir e consegue também estudar e formar-se em especialista de linguiças. Quando se torna um adulto lembra-se de seus sonhos e de um pássaro que tanto tempo passou ao seu lado em sua infância e no final, numa bela noite ele sonha que a Fada Azul o transforma em criança novamente. O autor aponta para o perigo que correm nossas crianças ao ingressarem em escolas que não consideram seu potencial e suas capacidades individuais e criativas, antes tentam enquadrá-las num sistema educacional rígido, conservador, anacrônico e sufocante. Quando dormia, Felipe sempre sonhava. E sonhava que professores eram pássaros que ensinavam a voar e que cada um ensinava a voar de um jeito e que havia vários jeitos de voar, por isso, o escritor critica a escola como sendo a responsável por tirar a imaginação e a criatividade da criança, querendo sempre transformá-la em um adulto em potencial. O livro é propositalmente apresentado às avessas para provocar uma reflexão que suscite mudanças significativas em favor de uma educação verdadeira, edificante, que preserve na criança - no ser humano- a capacidade de sonhar, de criar, de transformar, de se realizar. É um livro criativo, principalmente, na forma como analisa as falhas na educação tanto por pais como pelo sistema de ensino praticado nas escolas, mas ele apenas retrata uma realidade, todavia não propõe soluções ou alternativas quanto à educação.

A crônica deste autor dá destaque à forma como os pais conversam com as crianças a respeito da escola. Geralmente, os filhos estão cheios de dúvidas, antes de frequentar uma instituição escolar e fazem perguntas aos seus pais quanto à finalidade de se ir a uma escola, o que farão no colégio, quem encontrarão lá, os responsáveis, etc.

E os pais, segundo o autor, dizem aos filhos, que na escola eles aprenderão tudo sobre a vida e sobre o que mais desejarem saber, para demonstrar como algumas informações podem prejudicar, seriamente, o processo educativo.

A aprendizagem, portanto, torna-se incompatível com o treinamento pragmático e com o saber articulado. Cada aluno precisa aprimorar, com a orientação de um professor, a própria habilidade pessoal de analisar e interpretar as informações que lhe são transmitidas. Dessa forma, com a participação dos educadores, elas poderão estimular, cada vez mais, esta habilidade.

Porque segundo Juan Mèndez,

“... perguntas que realmente façam [os alunos] pensar, que estimulem a curiosidade, que avivem o pensamento, que ativem a imaginação, que provoquem o risco reflexivo de buscar respostas não previsíveis...” (Mèndez, 2002, p.125),

e nos fazem apreender com os erros e também com as perguntas.

3. ABORDAGENS DO PROCESSO DE ENSINO

“Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra “deficientes"... apenas educação, porque chegará o dia que educação será uma coisa só”. (Anônimo)

Há diversas formas de se mostrar ou ilustrar o processo educativo, mas o que de fato podemos afirmar é que o mesmo não é uma realidade acabada. Não podemos conhecer o ensino-aprendizagem de forma única e precisa em seus múltiplos aspectos. Por exemplo, na abordagem tradicional destacam-se o especialista, os modelos e o professor que transmite os conteúdos. O homem é um produto “pronto” e o aluno “adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado. Sendo o ensino centrado no professor. Segundo Mizukami,

“Esse tipo de ensino volta-se para o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o professor. O aluno apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores”. (1986, p.8)

O escritor aponta no livro essa abordagem tradicional:

“... O que é que você quer ser quando crescer?... - Quando eu crescer quero continuar a ser o que sou agora: Felipe! Não quero ser outra pessoa!... É claro que você vai continuar a ser o Felipe. Mas, quando crescemos, ficamos diferentes. Agora você é criança. As crianças brincam. Quando você crescer, deixará de ser criança e se transformará em adulto. Os adultos trabalham. Assim é a vida. É preciso trabalhar para ganhar dinheiro, para comprar uma casa, ter filhos. É por isso que quando alguém lhes pergunta” O que você é?”“, os adultos respondem: “Sou professor, médico, advogado, engenheiro, mecânico...”. Os adultos são aquilo que fazem para ganhar dinheiro. Essa é a razão por que você em breve vai entrar na escola. As escolas existem para transformar crianças que brincam em adultos que trabalham.” (Alves, 2005, p. 18)

Apesar de destacar esses aspectos negativos a respeito dos métodos tradicionais de ensino, Rubem Alves não procura negar a eficácia e a necessidade da disciplina e da organização para o desenvolvimento humano (observamos também a abordagem comportamentalista). Mas, ele procurou demonstrar porque as atividades escolares devem levar em conta, também, a capacidade do aluno desenvolver-se por si mesmo. Ou seja, ele enfatiza a necessidade de que os educadores, em geral, devem desenvolver, frequentemente, atividades em que os estudantes possam aprimorar a capacidade de buscar conhecimentos e articular ideias, a tarefa corrente do educador é desafiar o educando a produzir sua própria compreensão do que vem a ser comunicado. Somente assim, as crianças e jovens poderão sobreviver em um mundo repleto de informações e mudanças.

Em seu livro, “Ensino: As abordagens do processo”, Mizukami diz que o homem é inserido num mundo que irá conhecer através de informações que lhe serão fornecidas e que se decidiu serem mais importantes e úteis para ele receber como um receptor passivo até que cheio dessas informações ele irá transmiti-las a outros que não as possuam, pois considera que, “o homem, no inicio de sua vida, é considerado uma espécie de tabula rasa, na qual são impressas, progressivamente, imagens e informações fornecidas pelo ambiente”. (1986, p. 9).

Segundo, Mizukami – “O mundo já é construído, e o homem é produto do meio, sendo o conhecimento uma “descoberta” nova para o indivíduo que a faz” (1986, p. 18 e 20), aqui é observada a abordagem comportamentalista que considera o aluno como um recipiente de informações e reflexões composto de comportamento que pode ser mudado por meio de treinamento se fixados objetivos.

“... à análise comportamental do ensino como as respostas do aluno podem ser analisadas em seus componentes educacionais... Os objetivos de treinamento são categorias de comportamento ou habilidades a serem desenvolvidas. Habilidades são compreendidas como respostas emitidas, caracterizadas por formas e sequências especificadas. Finalmente, nesse tipo de abordagem, supõe-se e objetiva-se que o professor possa aprender a analisar os elementos específicos de seu comportamento, seus padrões de interação, para dessa forma, ganhar controle sobre eles e modificá-los...” (Mizukami, 1986, p. 20).

Assim é estabelecido aos alunos metas e eles têm que cumpri-las; de forma programada eles têm que atingir os objetivos esperados o que não os permitem desenvolver-se, como no caso da história do menino Felipe que foi podado em sua criatividade na ânsia do saber:

“... A senhora, que ensina nomes, poderia me dizer qual é o nome dele? A professora sorriu e disse: - Agora não é hora de pensar em pássaros. Os nomes dos pássaros não estão no programa de português. Na aula de português, temos de pensar e falar sobre aquilo que o programa manda... - Professora o que é programa?... – Programa é uma fila com todas as coisas que você deve aprender na escola, colocadas uma atrás da outra... – Felipe continuou – quem é que diz quais são as coisas que devo aprender? Quem foi que colocou em fila as coisas que devo aprender? – Quem põe os conhecimentos em fila são pessoas muito inteligentes, do governo. – E como é que eles sabem o que quero aprender se não me conhecem e moram longe de mim? – A escola é para você aprender aquilo que deve aprender... tudo na ordem certa... todas as crianças ao mesmo tempo. Na mesma velocidade...” (Alves, 2005, p. 30)

Rubem Alves, em seu texto mostra que uma visão reducionista do processo educacional pode podar a criatividade e a curiosidade, que tanto caracterizam o comportamento de toda criança no inicio da vida escolar. E delata o resultado desse sistema educacional equivocado que tem por objetivo transformar crianças intelectualmente curiosas e ativas em seres mecânicos e profissionais frustrados e sem iniciativa.

O mesmo fim que a abordagem comportamentalista leva, de acordo com Mizukami,

A ênfase da proposta de aprendizagem dessa abordagem se encontra na organização (estruturação) dos elementos para as experiências curriculares. Será essa estruturação que irá dirigir os alunos pelos caminhos adequados que deverão ser percorridos para que eles cheguem ao comportamento final desejado, ou seja, atinjam o objetivo final. A aprendizagem será garantida pela sua programação.

A escola – e todo o seu sistema de ensino - tem que perceber que todo aluno já chega com uma bagagem ampla de conhecimento, não conhecimento matemáticos e regras gramaticais, mas conhecimentos adquiridos desde seu processo de crescimento. Então cabe a escola, usar esses conhecimentos a favor do aluno, de maneira que facilite seu aprendizado. Deve-se ainda usar a criatividade do aluno e o anseio da descoberta pelo novo, como forma de aprendizado também. Trabalhando com a realidade a qual o aluno está inserido, facilitando o conhecimento e o reconhecimento com o tema proposto a ser aprendido.

Na abordagem humanista o aluno será ouvido, sua bagagem será respeitada, pois ele é o centro do ensino. O processo de educação leva à valorização da busca progressiva de autonomia. De acordo com Mizukami,

“... a escola deverá respeitar a criança tal qual ela é e oferecer condições para que ela desenvolva o seu processo de vir-a-ser! Deverá oferecer condições que possibilitem a autonomia do aluno”. (Mizukami, 1986, p. 47).

O professor em si não transmite conteúdo, dá assistência, sendo um facilitador da aprendizagem. Não ensina, apenas cria condições para que os alunos aprendam.

“... trabalhar dentro destes limites, estabelecendo um clima de aprendizagem, de compromisso, até que seja possível uma inteira liberdade para aprender.” (Puente, 1976, p.17).

O conteúdo da educação consiste em experiências que o aluno constrói. Seja de fantasia ou realidade, mas de sua própria inspiração e criação, formando assim, uma bagagem intelectual.

Felipe dormiu e teve um lindo sonho. Sonhou com a escola. Sonhou que os professores eram pássaros que ensinavam a voar. Cada pássaro-professor ensinava a voar de um jeito. Há muitos jeitos de voar: o jeito dos beija-flores, o jeito dos urubus, o jeito das pombinhas, o jeito dos sabiás... Havia pássaros-professores que ensinavam a cantar como pássaros. Ele e os amigos eram aprendizes de pássaros. (Alves, 2005, p. 25).

Com esta crônica, “Pinóquio às avessas”, o autor nos leva a refletir a cerca da necessidade de mudanças urgentes na educação em nosso país.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto. Quem não ama não compreende o próximo, não o respeita”. “Não há educação no medo. Nada se pode temer da educação quando se ama”. (Freire, 1999, p.29)

Entendemos que nem tanto a tradicional, nem tanto a comportamentalista e tampouco nem tanto a humanista, e outras tantas abordagens, o fato é que é de vital importância que o professor conheça outras estratégias de ensino e saiba alterná-las sempre que necessário. O importante é ele aperceber-se como elemento chave para motivar o aluno em sua aquisição de conhecimento e em seu desenvolvimento. É fundamental que adultos, professores ou não, sejam modelos e colaborem no ensino, a fim de transformá-lo. Em Comission on Instructional Technology (1970) relata:

“Uma maneira sistemática de planejar, conduzir e avaliar o processo total de ensino e aprendizagem, em termos de objetivos específicos, à base de pesquisas em aprendizagem e comunicação de meios humanos e não humanos, para produzir uma instrução mais eficiente." (p.32)

É com base nessa história contada às avessas de Rubem Alves que podemos partir em busca de mudanças: uma participação mais ativa dos pais na educação informal para a transformação da criança para a vida; o professor possibilitar aos seus alunos construírem seus conhecimentos com base em experiências que o conduzam a uma aprendizagem significativa e os tornem cidadãos pensantes por si só e lhes instigue a aprender cada vez mais sem medo de serem felizes.

REFERÊNCIAS

ALVES, Rubem. Pinóquio às avessas: uma estória sobre crianças e escolas para pais e professores. Campinas, SP: Verus Editora, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

____. Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo/Maria da Graça Nicoletti Mizukami. – São Paulo: EPU, 1986.

MORALES, P. A. Relação Professor-Aluno. O que É, Como se Faz. São Paulo: Loyola, 1999.

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