Resenha Filosofia Tragicidade e contributos para os estudos históricos sobre região

SCHODOLAK, Hélio; CARDOSO, H.R. Artigo: Tragicidade e contributos para os estudos históricos sobre região.

Roger Alloir Alberti

Sobre o autor: Hélio Sochodolak

        Possui graduação em Filosofia pela Universidade São Francisco (USF) (1993), graduação em História pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) (1995), mestrado em história pelas Universidades Estaduais de Londrina e Maringá (UEL/UEM) (2001) e doutorado em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) (2005). Atualmente é professor-adjunto da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro-PR) e professor-visitante no Programa de Pós-Graduação em História da UEL. Tem experiência na área de História, com ênfase em história cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: cultura, leitura, narrativas, tragicidade e povos tradicionais. Presidente da Associação Nacional de História - Seção Paraná (julho/2008-outubro/2010). (Disponível em http://www.editoracontexto.com.br/autores/helio-sochodolak.html  - visualizado dia 22/10/2013).

Resenha sobre o presente artigo contextualizando os faxinais, a tragicidade e regiões de Irati, interior do Paraná.

O presente artigo tem como principal objetivo – apresentar uma possiblidade teórica de abordagem das narrativas ou relatos do cotidiano, tendo como motivo parte de duas narrativas de pessoas que vivem ou viveram em florestas de araucária que chamamos de faxinais.

Logo no início do artigo podemos observar as composições teóricas sobre um olhar trágico para a historiografia, sendo como uma abordagem dialética, conceituando espaço e lugar, conceituando táticas e estratégias, suas funcionalidades, forma de operar, e figuras de ‘’ modelo’’ de um conceito trágico e não dialético. As narrativas são de abordagem trágica dos relatos, de espaço.

Nessa primeira parte do artigo, apresenta-se especificidades do que seria um olhar trágico e suas possiblidades teóricas para a historicidade e os estudos sobre a região, fundamentando um olhar trágico como uma alternativa as abordagens dialéticas.

Escrita da história – o olhar trágico, nesse momento o autor começa a exemplificar e caracterizar os objetos, conceitos e definições que se faz relacionado a esse olhar trágico. A historicidade vem de modo simbólico, colocando evidentemente a busca do compreender o trágico para além do fenômeno estético ou poético, essa tragicidade relacionado com a totalidade, sendo o trágico visto como uma visão de mundo suplantada pelo otimismo racional e cristão.  

A forma trágica de compreender o mundo sendo ofuscada, coagida, buscando amenizar para aliviar a morte e a insegurança da morte e do futuro. Ainda ressalta com citações de Nietzsche, referencialmente dizendo sobre uma filosofia trágica imanente ao filosofar dos pensadores ‘’ Trágico é o abandono desesperado do homem as forças da natureza, a vontade dos deuses a fatalidade do destino. Onde impera a desolação, onde não há salvação humana possível há tragédia’’, sendo trágica originaria, a tragicidade composta por dois impulsos artísticos, apolínio (Apolo) e dionístico (Dionísio).

Talvez a principal característica da tragicidade seria uma forma de compreender o mundo em sua multiplicidade e complexidade, sendo perceptível a uma vida em complexidade maior. Sendo alguns conceitos compreendidos como tragicidade: espaço liso e estriado, lugar e espaço, estratégias e táticas, sendo uma ferramenta para compreensão das regiões e construções históricas.

Reconhece nas práticas um princípio de individualização, criando fronteiras para definir do ser si mesmo. Sendo as forças dionisíacas marcadas por violência, esquecimento de si e a maldade natural, desejo de dominar.