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Resenha - Pulsão e Seus Destinos

Por:   •  5/5/2019  •  Resenha  •  1.094 Palavras (5 Páginas)  •  283 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU)

INSTITUTO DE PSICOLOGIA (IPUFU)

PSICANÁLISE II – O MÉTODO CLÍNICO E A CONTEMPORANEIDADE

Prof. Dr. AIRTON PEREIRA DO RÊGO BARROS

Resenha Crítica do texto: Pulsões e Destinos da Pulsão (1915) – In. Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente – Luiz Alberto Hans

Guilherme Dantas Ferreira

Uberlândia – MG

Abril de 2019

O texto “Pulsões e Destinos da Pulsão” (1915) de Freud começa pontuando o rigor cientifico buscado por ele no desenvolvimento dos conceitos metapsicológicos. E a partir desse texto que Freud inaugura uma série de escritos ao longo da década de 1910 que marcam a sistematização conceitual dos pilares teóricos da psicanálise como a neurose obsessiva, neurose de transferência, luto e melancolia. A metapsicologia de Freud se caracteriza pela pretensão de ultrapassar o alcance da psicologia da consciência, apontando para um para além que toca a potência constitutiva e explicativa do sofrimento psíquico do inconsciente. Assim, ela freudiana traz os princípios, os modelos teóricos e os conceitos fundamentais da clínica psicanalítica. É um método de abordagem de acordo com o qual todo processo psíquico é considerado em relação com três coordenadas: dinâmica, topográfica e econômica.

        Antes de seguir com essa resenha, é importante pontuar algumas questões que envolvem o conceito de Pulsão. Assim, o termo Pulsão (Trieb, no original alemão) aparece pela primeira vez na obra freudiana em “Três ensaios sobre a sexualidade” (1905). Dessa forma, ao abordar o conceito de pulsões, Freud faz paralelos com o conceito de instintos que designa um comportamento hereditário fixado e que possui um objeto especifico. Por exemplo, um cachorro sente fome e ao comer a ração se sente satisfeito, porém, o ser humano temos fome de algo que vai além da comida. Nossas satisfações vão além das nossas necessidades. Aquilo que nos torna humanos, nos desnaturaliza, ou seja, somos seres pulsionais.

        O texto se inicia com Freud discutindo sobre a construção de uma teoria cientifica de maneira a validar as noções psicanalíticas de acordo com o crivo da ciência. Assim, Freud na construção da teoria psicanalítica, partiu de sua experiência clínica e tentou construir uma ciência. Porém ele situa como problemático esse laço entre a psicanálise e a objetividade empírica. Assim, ele logo fala que mesmo no período de descrição, não é possível evitar que se apliquem certas ideias abstratas ao material manipulado, ideias provenientes daqui e dali, mas por certo não apenas das novas observações.

        Em seguida, Freud se aproxima da fisiologia e afirma que o conceito de Pulsão não se equipara com o estimulo arco-reflexo. Esse mecanismo de arco-reflexo se caracteriza pela erradicação do estimulo que alcança o organismo externo por meio de uma ação para fora e involuntária. Já a pulsão não atua como algo do exterior, fora do psiquismo, mas sim como algo que reside no fundo de sua constituição. Assim, o estimulo pulsional não surge do mundo exterior, mas dentro do próprio organismo. Diferente também do arco-reflexo, onde o estímulo é momentâneo, a pulsão é sempre uma força constante, como também não é possível remove-la ou fugir dela.

        Dessa forma temos a pulsão em quatro componentes: meta, objeto, fonte e pressão. A meta ou finalidade (Ziel) é sempre o de satisfação da pulsão. Existe um aumento de tensão que precisa ser satisfeita e a finalidade última é a satisfação. Porém, a satisfação pulsional é parcializada na medida em que a entrada na civilização implica adiamentos e interdições. Já o objeto (Objekt) é sempre mutável e nunca fixo, é a coisa da qual a pulsão é capaz de atingir a sua finalidade. Os objetos de satisfação das pulsões mudam ao longo da vida, na medida em que representam o objeto perdido, de maneira momentânea e finita. Por fonte (Quelle) se tem o processo somático que ocorre em um órgão ou em uma parte do corpo onde o estimulo é representado na vida mental do indivíduo. Seus efeitos no interior do psiquismo são calcados na quantidade de excitação, e da fonte da qual é proveniente. Por último, temos a pressão, que ocorre na medida em que a pulsão incide como ininterrupta e constante exigência de trabalho no psiquismo.

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