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Resumo, cartas a um jovem terapeuta

Por:   •  12/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.394 Palavras (6 Páginas)  •  355 Visualizações

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Resumo: Cartas a um jovem terapeuta

Para quem deseja trabalhar como terapeuta não se deve esperar tanto reconhecimento e gratidão, como um médico, por exemplo, porque muitas vezes a representação do terapeuta é de temor e escárnio, por acreditarem que sabemos tudo sobre o outro ou não darem crédito ao trabalho feito. O terapeuta seria o próprio “remédio” que tem o seu efeito e depois não se usa mais.

Tem-se uma idealização quanto à cura, uma expectativa e atribuição de confiança, como quando o médico ao prescrever um remédio e o paciente acreditar no profissional pode aumenta as chances de funcionar. Essa confiança é importante em qualquer profissão, inclusive na psicoterapia, contudo não deve ser estabelecida como uma dependência, ao ponto de utilizar esse remédio e ter tamanha gratidão e admiração que substitua uma coisa por outra. Isso fala de muitos psicoterapeutas que ao escolherem a profissão esperam ser amados e admirados, alimentam uma dependência com o paciente a fim de satisfazer suas próprias necessidades, o fim da terapia seria uma traição.

Características importantes esperados de um psicoterapeuta:

- Gosto pelas palavras e carinho pelas pessoas;

- Respeito às singularidades e distante de juízo de valores pré- concebidos;

- Não ser um modelo de normalidade, considerando a variedade da vida pela variedade da própria vida;

- Boa dose de sofrimento psíquico, ser paciente e verificar a eficácia do tratamento a você mesmo.

Sobre “aconselhar” é considerável entender que o terapeuta empurra o paciente em direção seu desejo, espera-se que não tenha uma paixão pedagógica e empurre na direção de seus próprios conceitos e preconceitos.

Quanto ao primeiro paciente, às pessoas nem sempre procuram os terapeutas mais experientes, são muitas as motivações da procura, mas é importante sermos nós mesmos, não tentando fazer parecer algo que não existe. A experiência é importante mas elementos como curiosidade, vontade de escutar e achar extraordinário alguém confiar em você podem ser mantidos.

Na relação o paciente revive afetos, paixões, esse amor de transferência é direcionado ao terapeuta, mas ele é apenas um meio para reviver e modificar os rumos. A relação terapêutica não deve se transformar em uma relação amorosa, sexual. Quando o paciente se apaixona, idealiza seu objeto de amor e é uma paixão como outra, com isso, atribui qualidades, dons, aptidões, esperando ser amado pelos próprios ideais, mas ao perceber que é um grande equívoco a decepção levará a uma catástrofe emocional.

O terapeuta com interesse em iniciar uma relação amorosa utiliza o “poder” que tem, a fantasia de abuso invade o trabalho e não mais analisa, mas dirige e manda com seu poder. Pode ser que se apaixonem de verdade, mas são “recidivistas”, tem várias relações, são tão cativos quanto os pacientes, se vêem como remédios que definitivamente trarão a cura. Mas só trarão consequências às vitimas, que ao perceberem a decepção por terem atribuído tanto poder terão dificuldade em outras terapias, por acreditarem que a cura acontecerá pelo amor correspondido do terapeuta.

Na formação o tratamento de si depara com motivações, sintomas, fantasias. A prática da psicoterapia não é regulamentada, há terapeutas que não são psicólogos nem psiquiatras. A formação efetiva acontecerá após a faculdade, só parte do que se aprende ajudará no trabalho futuro.

Alguns saberes importantes na formação são: que o uso de instrumentos diagnósticos é viável para diferenciar sintomas, e se lembrar que a depressão pode, por exemplo, ser efeito de insuficiência de hormônio da tireóide, se necessário encaminhar para check-up neurológico, vascular, endocrinológico. Conhecimento sobre diagnósticos do Manual Estatístico Diagnóstico, para uso como em casos de encaminhamentos para psiquiatras. Ter conhecimentos de princípios ativos de remédios psicotrópicos, haverá pacientes em uso de medicação. Ter experiência efetiva com pacientes psicóticos.

A queixa inicial não necessariamente é o que atormenta o paciente por isso não se deve ter pressa para combater o sintoma e dar uma solução, pois poderá acontecer apenas o deslocamento do dilema. A cura na psicanálise não é apresentar normalidade como se nada houvesse acontecido, mas é um estado em que o individuo consegue realizar suas potencialidades a partir dos seus limites, não extirpar o dilema, mas um processo de mudança.

Curar na década de 60 significava perca do potencial de revolta, ir contra a causa do proletariado, a psicanálise francesa era adaptada a cultura da época, volta mais para adeptos do que pacientes. Na década de 90 curar e o “sentir-se” feliz era uma idiotice vendida, pois a vitalidade subjetiva era medida pelo sofrimento psíquico.

A doutrina da psicanálise pregava sobre “faça-se conhecer”, um psicanalista deveria inspirar confiança, impor respeito, ganhar seu espaço, para isso seminários fechados eram meios de dar prova a inteligência, saber, mas a comunicação nesses espaços não iniciou para contribuir com a disciplina, a produção não tinha um saber acumulativo. As produções de artigos, livros só liam quem escrevia, não era escrito para divulgar, tinham uma linguagem obscura e difícil de entender. Para estabelecer a clínica lembrar-se que o compromisso não é com

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