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Resenha - Cartas a um jovem terapeuta

Por:   •  1/10/2020  •  Resenha  •  1.233 Palavras (5 Páginas)  •  447 Visualizações

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Docente: Prof.ª Me. Tatiane Rech Favarin

Discente: Deborah Denise Vieira Lima

Disciplina: Ética em Psicologia

Semestre: 1° Semestre

CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA

CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: Reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2004.

Em seu livro “Cartas a um jovem terapeuta”, Contardo Calligaris que é psicanalista, doutor em psicologia clinica e ainda colunista da Folha de São Paulo apresenta uma série de cartas imaginárias dirigidas a dois jovens terapeutas iniciantes, onde ele divide todo seu conhecimento, suas experiências de vida, de profissão e sua pratica ao longo dos anos. Ele se utiliza do método de perguntas e respostas, e através deste jogo de temas aborda interessantes assuntos concernentes à profissão, na tentativa de informar ao leitor os requisitos para ser um bom psicoterapeuta.

Calligaris inicia seu livro levantando a importante questão sobre a vocação profissional. E questiona o que seria importante para ser um bom psicoterapeuta? Ele afirma que é de suma importância, primeiro possuir traços de caráter e personalidade e segundo, não esperar amor, admiração, gratidão ou reconhecimento. Ele exemplifica quais traços de caráter o futuro psicoterapeuta deveria ter: um gosto pronunciado pela palavra e um carinho espontâneo pelas pessoas; uma extrema curiosidade pela variedade da experiência humana com o mínimo possível de preconceito; e além de ser curioso pela variedade da experiência humana, para ele deveria ter certo conhecimento. Resumindo, se o jovem candidato à profissão contempla essas características, estará fazendo a escolha certa.

Calligaris responde a quatro bilhetes sobre o início do trabalho do terapeuta. No primeiro trata sobre a escolha do paciente pelo terapeuta, que acontece pela confiança que possui neste, aparência ou opção sexual neste caso são relevantes. No segundo bilhete ele fala da suposição em se ter um terapeuta que seja pedófilo, sobre esta ideia, há objeções, ele diz, mas é de outra natureza, em princípio a polícia deve cuidar. Sobre isso ele conclui que essa fantasia não é compatível com o exercício da psicoterapia. O terceiro bilhete trata sobre qual o limite para se recusar algum paciente, e cita Jacques Lacan que durante uma supervisão, disse “que a gente não deveria oferecer tratamentos aos parricidas.” Ele explica se tratar de um limite pessoal dele. E, ao responder o quarto bilhete, ele acrescenta que os traços de caráter esperados, são a vontade de mexer, ensinar e influenciar a vida dos outros.

Com relação ao primeiro paciente, Calligaris conta sua experiência, e diz que a escolha de um terapeuta é sempre guiada por razões uma pouco mais complexas que o próprio paciente imagina e afirma: nem sempre os pacientes preferem terapeutas experientes; o mais simples é que o terapeuta se contente em ser autentico; a experiência com certeza ajuda, mas o ideal é manter a curiosidade, a vontade de escutar, e a alegria de ajudar sempre a alguém.

Calligaris explica serem frequentes os amores terapêuticos, por causa do cuidado, da admiração, do respeito àquele que proporciona cura aos males. Ele afirma que esses sentimentos podem ser saudáveis, e o ideal é que passem com o tempo. Pode o paciente se apaixonar pelo terapeuta por causa de sua condição, ou pode o terapeuta corresponder ou alimentar a referida paixão. E se for esse o caso, ele afirma que é o terapeuta que pode estar precisando de terapia e que às vezes é bom que volte a ser paciente.

De acordo com Calligaris, a peça chave da formação de um psicoterapeuta é o tratamento que ele mesmo se submete. Espera que, pela experiência o mesmo se depare com a complexidade das próprias motivações, sintomas e fantasias conscientes e inconscientes. Com certeza, não é só isso que o forma. É indispensável que um psicoterapeuta tenha instrumentos diagnósticos, que possua conhecimento dos princípios ativos de remédios psicotrópicos e, passe pelo estágio clínico universitário. Ele afirma ser indispensável que a faculdade seja no mínimo de psicologia ou medicina e psiquiatria.

O livro de Calligaris causou certo estranhamento em alguns colegas de profissão, pois segundo ele, recusam a ideia de que o psicanalista se proponha a curar, o sofrimento de seus pacientes. Ele explica que existem algumas reservas úteis a esse estranhamento, que são os efeitos da vontade e a pressa de curar. Calligaris se interessa pela psicanálise por sua capacidade transformar as vidas e atenuar a dor e sugere que para curar direito, o psicoterapeuta não deve se apressar.

Calligaris destaca que o primeiro compromisso de um psicanalista é com a comunidade na qual presta serviços, e deve prestar o melhor serviço possível. Para estabelecer sua clínica, não deve se preocupar, os pacientes acabarão sabendo.

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