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O PORTFÓLIO CICLO II MÓDULO B FASE II

Por:   •  16/12/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.543 Palavras (7 Páginas)  •  409 Visualizações

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MERCADO DE TRABALHO E ESPAÇO SÓCIO OCUPACIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL.

 

SANTOS, Camila Bezerra Soares

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma leitura sucinta sobre os conceitos de processo de trabalho no Serviço Social, bem como assimilar as dificuldades e obstáculos encontrados no campo das instituições. A ênfase é dada para os aportes teóricos críticos inspirados em Karl Marx, que põem em destaque os significados das categorias constitutivas do objeto de estudo. Embora esses conceitos estejam interligados, é preciso assimilar as similaridades e diferenças a partir de determinações históricas, sociais e culturais, no contexto da reconfiguração das políticas sociais no Brasil.  Nesse sentido, consideramos fundamental aprofundar o debate sobre conceitos que se fazem presentes no Serviço Social, sobretudo processo de trabalho, mercado de trabalho e espaço sócio ocupacional, pois nomeiam um lugar, uma ação, uma matéria própria do Serviço Social.

 PALAVRAS-CHAVE: Processo de trabalho; Serviço Social; espaços sócio ocupacionais.

 

 INTRODUÇÃO

Este estudo se justifica pela necessidade de avançar na investigação sobre as implicações da inserção do assistente social na divisão sócio técnica do trabalho, contribuindo para a produção teórica, no que tange ao Serviço Social. O conceito de mercado de trabalho não é privativo de nenhuma área do saber, mas aparece a partir da divisão do trabalho na sociedade, onde são estabelecidas relações sociais de troca entre os homens e as instituições no âmbito da produção. Tem-se, nessa instância, as relações de compra e venda da força de trabalho, permeadas pelas relações contratuais de empregabilidade, pelas condições de assalariamento, pelo processo de oferta e procura de vagas disponíveis para serem ocupadas pelos trabalhadores. Na análise econômica marxista, a organização do mercado de trabalho é desigual, tendo a contradição capital/ trabalho como base e as negociações de preços e salários são feitas pelas organizações. A tecnologia, por sua vez, altera o processo de trabalho e a estrutura do mercado de trabalho. Há trabalhadores intelectuais assalariados que são funcionais à reprodução do capital, porque controlam outros trabalhadores. Desse modo, veremos como o trabalho do assistente social se enquadra nos parâmetros da universalização e ampliação dos direitos dos usuários.

METODOLOGIA

  O recurso metodológico será estudo exploratório de caráter bibliográfico com uso de livros, artigos científicos, revistas da área de pesquisa e pesquisa a sites.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Serviço Social é visto como um trabalho dentro da dinâmica capitalista e o assistente social como trabalhador, predominantemente improdutivo, pois sua força de trabalho não gera novos produtos e novos valores (Idem). Por meio da prestação de serviços e benefícios, ou seja, da distribuição de parte dos valores produzidos pelos próprios trabalhadores e apropriados pela empresa ou pelo Estado e da realização de atividades educativas e de controle, o Serviço Social contribui para o aumento da produtividade da força de trabalho e para a amenização de situações que possam comprometer a manutenção das relações de exploração. Aí estaria o valor de uso das ações desempenhadas pelos assistentes sociais.

Com o aprofundamento da divisão do trabalho no capitalismo, houve um crescimento da contratação de trabalhadores intelectuais assalariados. Aqui entra o assistente social, enquanto trabalhador assalariado, que está inserido nas instituições prestadoras de serviços sociais, mediante vínculo com as políticas sociais, atuando com atividades que incidem na regulação das relações sociais e que não estão vinculadas à produção material (TRINDADE, 2001).

Para Netto (2007), não é o profissional de Serviço Social que designa seus próprios espaços sócio ocupacionais, mas sua contratação resulta de requisições das relações sociais que se processam nas instituições. “Não é o Serviço Social que se constitui para criar um dado espaço, um lugar na rede sócio ocupacional, mas é a existência deste espaço que leva à constituição profissional” (NETTO, 2007, p. 73).

O Serviço Social emerge no mercado de trabalho e não é este que se estrutura para o assistente social, por meio das transformações que ocorrem no interior do marco de sua prática. Assim sendo, o assistente social, vendedor de sua força de trabalho, tende a sofrer as consequências dessa inserção no mercado de trabalho.

Para Yazbek (2001), é preciso reforçar a identidade profissional, avançando na legitimação da profissão na sociedade e ampliando os espaços sócio ocupacionais. Para esta autora, houve um aumento de demandas e profissionais de Serviço Social, ampliando desse modo o mercado de trabalho deste profissional. Ao mesmo tempo, houve perda e precarização dos postos de trabalho.

Enquanto profissão inserida na divisão sócio técnica do trabalho, o Serviço Social sofre os impactos das atuais exigências postas pelo processo de reestruturação do mundo do trabalho, tais como a desregulamentação dos direitos, a flexibilização dos contratos e a precarização das condições e relações de trabalho.

O que chama atenção é o crescimento do mercado de trabalho para assistentes sociais num contexto de precarização do trabalho e de retração do Estado na implementação de políticas sociais públicas. Nesse sentido, surgem novas tendências para o mercado de trabalho dos assistentes sociais: a forma de ingresso pode se dar por seleção pública, convite, indicação, com instabilidade no emprego e relações individualizadas e pessoais de apadrinhamento político, diferente do vínculo estatutário, que consagra direitos para o servidor público.

A jornada de trabalho de 30 horas, que foi uma importante conquista da Lei 12.317/10 – para a redução da sobrecarga de trabalho e para colocar limites à exploração do capital – possibilitou que muitos profissionais acumulassem vínculos, talvez por necessidade de sobrevivência. No entanto, a segmentação do mercado de trabalho cria obstáculos para reduzir a capacidade de resistência do profissional à lógica do mercado.

A inserção em políticas sociais distintas, a instabilidade no emprego, a excessiva carga horária, associada à sobrecarga do trabalho exercido pela mulher na sociedade vão minando a capacidade de questionar as demandas institucionais e potencializar as contradições do capital.

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