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Estudo Dirigido Sobre Alienação e Valores

Por:   •  1/10/2018  •  Resenha  •  1.766 Palavras (8 Páginas)  •  169 Visualizações

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Ética e Serviço Social

Prof.ª Me. Raquel Mota Mascarenhas

Estudo dirigido 1: Texto da Barroco (2010)

Grupo: Ellen Dutra de Oliveira

             Izabela Fernandes Resende

             Jéssica Barbosa

1) O que é práxis?

Práxis é a totalidade das objetivações materiais e imateriais do ser social, constituída e constituinte. Para objetivar sua práxis, o homem precisa responder a necessidades de forma consciente e livre. O trabalho, como forma de práxis, desenvolve os sentidos humanos. Isso porque sua humanização ocorre a partir de sua relação com a natureza em resposta às suas necessidades.

Em razão do desenvolvimento da práxis delineiam-se novas necessidades e formas de satisfação, que resultam na ampliação das capacidades humano-genéricas. Novas formas de práxis, como a arte, a filosofia, as práticas educativas, religiosas, políticas, propiciam o refinamento do intelecto, dos sentidos, da subjetividade humana, permitem a ampliação de consciência moral e enriquecimento como indivíduos.  São práticas sociais conscientes que se distinguem da práxis material, nas quais o objeto de intervenção dos homens são os próprios homens.

2) Porque o desenvolvimento das forças produtivas possibilitam o desenvolvimento progressivo da práxis?

Constituir-se cada vez mais socialmente quer dizer dominar a natureza, criar novas alternativas, dar respostas sociais, e daí decorre a transformação de todos os sentidos humanos. O desenvolvimento das conquistas materiais e espirituais do gênero humano, determinado fundamentalmente pelas forças produtivas e pelo domínio dos homens sobre a natureza, permite a liberação das capacidades humanas, concebidas por Marx como a riqueza humana, produto material e espiritual das conquistas produzidas pela humanidade.

O produto objetivo do desenvolvimento das forças produtivas capitalistas, pressupondo o domínio humano da natureza, permite que o ser social adquira consciência de si mesmo como sujeito histórico. “Ele torna-se capaz de compreender sua própria história como processo e de conceber de maneira científica a natureza com a qual forma verdadeiramente um todo (o que lhe permite dominá-la na prática)” (MARX, 1970, III, p. 36-37).

A humanização do homem é uma conquista histórica do gênero humano, o que inclui o enriquecimento de seus sentidos; logo, também depende de sua apropriação de manifestações e exigências que possam motivar e ampliar suas capacidades de modo a se apropriar da riqueza humana.

3) O que é liberdade? Explique sua gênese apontando seu caráter positivo e negativo.

Conforme Lukács indica, embora a consciência do homem seja intrinsecamente ligada às suas ações, isto não significa que o produto final da práxis é exatamente resultado de uma ação puramente consciente do ser. O ser humano está inserido numa realidade que é dinâmica e, portanto, recebe influências desta, podendo sofrer alterações nas suas subjetividades e projeções.

Ainda nesse sentido, estabelecido por Marx (1980) e retomado por Barroco (2010, p.23-24) o comparativo entre abelhas e arquitetos serve para ilustrar sobre a capacidade teleológica do ser humano, ou seja, sobre sua capacidade de, num primeiro momento, objetivar o projeto em sua mente, para depois executá-lo. Mesmo que conte com intempéries e fatos não anteriormente previstos, o ser humano é capaz de fazer reparos nesse projeto ou reelaborá-lo, a fim de conseguir executá-lo e assim atingir o objetivo final. Nesse sentido, fica claro o quanto a intervenção prática requer o trabalho subjetivo e teleológico do homem, que é único capaz de administrar os meios e finalidades (linguagem, conhecimento, domínio sobre a natureza) para efetivação de seu trabalho.

Em concordância com Lukács (1990) Barroco (2010, p.23), indica o duplo caráter modificador do trabalho e nesse sentido ele assume sua parte na práxis uma vez que, ao proporcionar tanto a transformação do sujeito quanto a do objeto, ele se instaura como promotor da consciência histórica do sujeito social.  Dentro dessas ações transformadoras, o ser social acaba criando alternativas, e, por conseguinte, escolhas. Perante essas escolhas, estabelecem-se comparativos e um processo de valoração, porquanto que as escolhas são feitas à partir de propósitos mais adequados (mas não necessariamente essas valorações são de cunho moral). Fica bem exemplificado quando se levanta a questão da própria feitura de instrumentos de trabalho e a descoberta do fogo como indicadores desse processo de criação de alternativas, valoração e as possibilidades de escolha dos indivíduos.

Ainda conforme Barroco (2010, p.25) as mudanças provocadas pelo desenvolvimento de instrumentos de trabalho superam a própria atividade humana de transformação direta da natureza, e transformam também a vida do ser humano e as suas relações sociais, assim instituindo novas possibilidades (tanto no que se refere a sentimentos, quanto a comportamentos) e tornando possível a auto-identificação do ser humano como sujeito de sua própria transformação. Em outras palavras, o fato da humanidade superar limitações é o principal desencadeador de alternativas e, consecutivamente, de possibilidades de escolhas.

No contexto desta superfície em que se encontram as escolhas é que se localiza também a gênese da liberdade. Marx (1980), citado por Barroco (2010, p.74) esclarece que a liberdade não está na própria consciência de ser livre ou mesmo no campo das escolhas, ela se gesta na subsistência das alternativas e na efetividade de uma escolha real entre elas, ultrapassando sua colocação como valor ou um estado de maestria cabal. Sumariamente, quanto maior o desenvolvimento das forças produtivas, maior será também o desenvolvimento teológico e da práxis do ser social, e maior a possibilidade deste fazer escolhas e então ser livre (no sentido marxiano de liberdade).

Fazendo um parênteses nessa prerrogativa de liberdade sob auspícios marxianos, infere-se que, o simples fato de se ter escolhas não implica que todos os seres sociais vão poder usufruir de tais possibilidades. Ou seja, mesmo que as escolhas estejam dispersas pelas vidas de todos os seres sociais, não serão todos esses sujeitos que as acessarão. Um exemplo, contemporâneo, são os meios de transporte aéreos e terrestres. Mesmo que o transporte em aeronaves em geral já seja uma realidade em quase todas as partes do mundo, não são todas as pessoas que tem acesso à esse tipo de transporte. O mesmo serve para os carros: embora sejam uma das opções de meios de transporte graças à evolução das forças produtivas, nem todos têm condições (financeiras principalmente) de acessar esse bem durável.

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