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O DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE NA POLÍTICA NACIONAL POPULISTA

Por:   •  5/5/2016  •  Seminário  •  2.053 Palavras (9 Páginas)  •  1.283 Visualizações

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2.1. O DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE NA POLÍTICA NACIONAL POPULISTA

        Após a crise de 1930 que acabou afetando a economia agroexportadora, o Brasil se inseriu em um período de expansão industrial e para isso necessitava do apoio da classe trabalhadora. O estilo de governo populista apresentava-se como uma estratégia cooperadora dessas transformações. Ele buscou através de um pacto entre a burguesia industrial e a classe trabalhadora oferecer as condições necessárias para o crescimento do capitalismo.

        Os anos de 1960-1963, representam um período muito importante na abertura dos caminhos para o desenvolvimento de comunidade, pois foi nesse contexto que a população passou a adquirir uma maior consciência nacional para lutar pelas reformas de estrutura, não atingindo apenas os operários, mas também os camponeses, estudantes e intelectuais.

        Nessa época o Brasil era regido pelo governo Juscelino Kubitschek, que em seu plano de metas almejou a intenção de desenvolver o país cinquenta anos em cinco anos. O objetivo do plano consistiu em investir em áreas que levassem o país ao crescimento econômico como a implantação de fábricas de bens de consumo duráveis e a expansão agropecuária. Ele assegurava que o desenvolvimento econômico teria como consequência a eliminação da pobreza.

        No início da década de 60, Juscelino Kubitschek já tinha conseguido alcançar quase todas as suas metas como a pavimentação de rodovias e a produção siderúrgica, mas infelizmente essa aceleração do crescimento econômico acabou trazendo algumas consequências como o agravamento da inflação e o caimento do salário dos trabalhadores, o que acabou contribuindo para uma movimentação da classe operária por melhores salários.

        A emergência política das classes populares permitida desde governos anteriores acabaram exercendo uma pressão que redunda em transformações no interior do regime populista e a ampliação das chances da participação popular na política e na modificação da estrutura do mercado no sentido da geração de empregos e maior possibilidade de consumo. Com isso Juscelino Kubitschek passa a defender a formação técnica profissional e a especialização da mão de obra de grau médio.

        No final do período JK, inicia-se a emergência de movimentos que tentam responder a questionamentos levantados pelo II Congresso e se dedicam especialmente ao problema da educação de adultos e da participação política dos contingentes populares. Esses movimentos são liderados, em sua maioria, por intelectuais preocupados e comprometidos com os interesses dos camponeses e operários urbanos.

        Embora a mobilização em favor da educação de adultos se intensifique a partir de 1962, desde o II Congresso germinam e se desenvolvem ideias de extrema relevância para a evolução pensamento pedagógico brasileiro. Uma delas diz respeito ao preconceito contra o analfabeto e à luta pelo direito ao seu voto.

        Nessa conjuntura, expande-se a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo(CNEA), cujo programa consistia em uma tentativa de implantação do método de Desenvolvimento de Comunidade, que tinha como pretensão ensinar métodos e processos de elevação do nível cultural da população e da eliminação do analfabetismo em curto prazo e com eficiência.

        Lodo após várias experiências de Desenvolvimento de Comunidade, surge o Serviço Social Rural que tinha como objetivo incentivar e assistir as instituições educacionais brasileiras no treinamento de professores de ciências sociais, pesquisadores sociais e técnicos em Desenvolvimento de Comunidade rurais, bem como colaborar com órgãos do governo na realização de cursos intensivos para a formação de pessoal qualificado para orientar programas de desenvolvimento socioeconômico das áreas rurais do país.

        O primeiro resultado desse convênio é o seminário nacional sobre ciências sociais e o Desenvolvimento de         Comunidade rural no Brasil que tinha como objetivo preparar maior número de cientistas sociais e técnicos para os programas de desenvolvimento rural do país; dar aos técnicos preparo mais adequado em ciências sociais e promover entrosamento entre as universidades rurais, institutos de pesquisa social e entidades que realizam programas de desenvolvimento rural. A partir desse Seminário, no decorrer dos anos 60-63, crescem cada vez mais as reclamações por reformas estruturais com a participação das camadas populares que acabam recebendo o apoio do regime populista brasileiro.

        Após Juscelino Kubitschek, quem assume a presidência é Jânio Quadros. Ele propunha um modelo econômico cujo epicentro fosse o homem e não mais o crescimento econômico. Ele era a favor de uma reforma agrária com a desapropriação da terra por interesse social e a incorporação do homem do campo à comunidade econômica nacional. A produtividade colocada como centro de sua política trabalhista supostamente beneficiaria o capital e o trabalho, baixando os custos e aumentando o lucro dos empresários e, simetricamente, oferecendo aos trabalhadores incentivos à sua qualificação.

        O presidente defende um sindicalismo representativo e independente, e propõe a participação efetiva do trabalhador na direção dos sindicatos e das empresas púbicas e nos conselhos dos institutos de previdência social. O progresso nacional deve ser resultante do desenvolvimento continuado e harmônico do econômico e do social, onde o homem passa a ter participação na solução dos seus problemas e ser agente do seu próprio bem-estar e o Serviço Social se transforma num instrumento da democracia, ao permitir a verdadeira integração do povo em todas as decisões da comunidade.

        Com a renuncia de Jânio quadros em setembro de 1961, a direção do país é assumida pôs João Goulart que amplia o espaço concedido à luta pelas transformações estruturais e institucionais da sociedade brasileira, quando postula a reforma agraria, urbana, tributária dentre outras. Defende o voto do analfabeto e dos baixos escalões militares, no que tange à reforma política.

        Paralelamente, cresce o movimento operário urbano e se multiplicam as greves. Além das ligas camponesas e dos sindicatos rurais, expande-se outros órgãos com atuação no campo e na cidade: Movimento de educação de base, centros populares de cultura, movimentos de cultura popular e outros. Essas organizações reúnem intelectuais que tentam elaborar uma concepção de mundo de maneira crítica e consciente e participar ativamente na produção de história do mundo, mediante o engajamento na luta pelas mudanças de estrutura.

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