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PRINCIPAIS QUEIXAS OSTEOMUSCULARES E A PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE TRABALHO DE PROFESSORES DE REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE UMBURATIBA MG

Por:   •  4/1/2019  •  Artigo  •  5.769 Palavras (24 Páginas)  •  376 Visualizações

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PRINCIPAIS QUEIXAS OSTEOMUSCULARES E A PERCEPÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DOS PROFESSORES DE REDE PÚBLICA NO MUNICÍPIO DE UMBURATIBA-MG

Artigo Original

Adgrísia Rodrigues de Oliveira, graduando em Fisioterapia

Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque

adgrisia@hotmail.com

Patrícia Brandão Amorim, Doutora em Saúde Pública; Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade; Especialista em Autogestão em Saúde; Graduada em Fisioterapia

Núcleo de Estágio, Extensão e Pesquisa – NEEP

brandãoamorim@hotmail.com

Centro Universitário de Caratinga – Campus UNEC de Nanuque

Palavras chave: Queixas Osteomusculares; rede pública; professores; qualidade do trabalho; percepção; DORT.

INTRODUÇÃO

As doenças musculoesqueléticas tem sido uma das grandes preocupações relacionadas a saúde e ao trabalho de vários profissionais em virtude de ter início insidioso e ser de grande impacto na qualidade de vida gerando dificuldades na realização do trabalho, além de levar a inatividade do profissional nas demais funções (MANGO et al, 2012).

Segundo AUGUSTO et al (2008) a doença não é causada exclusivamente por movimentos repetitivos, pode ser também adquirida através da aderência de más posturas dos indivíduos acometidos que acabam adotando-as por tempo prolongado influenciando no aparecimento dos sintomas e limitações. É importante destacar que as DORT (Doenças osteomusculares relacionados ao trabalho) são multifatoriais e por causa disso o diagnóstico não é preciso, dificultando o processo de ligação das dores com o histórico profissional do trabalhador que apresenta os sinais.

As atividades realizadas pelos professores durante a trajetória de trabalho podem levar ao surgimento dessas patologias, sendo que há uma sobrecarga de algumas articulações, principalmente na articulação do ombro em que o ato de escrever envolve um esforço muito grande devido ser uma das principais atividades realizadas pelo professor gerando um estresse biomecânico nos movimentos de flexão e abdução do ombro (SANCHEZ e CASAROTTO, 2014).

A qualidade de vida dos professores foi consequentemente influenciada pelas responsabilidades que com o passar do tempo foram adquiridas, o excesso de tarefas, a falta de autonomia, as relações conflitantes com os familiares de alunos, a baixa remuneração dentre outros motivos tornou-se um processo de desestrutura emocional, psicológica e biológica. É notável que nessa profissão as dificuldades são explícitas tanto pelo desrespeito, quanto pela desvalorização desmotivando o próprio profissional que insatisfeito com suas funções acaba afetando o seu rendimento, levando-o a ausentar-se do trabalho prejudicando também sua saúde mental e física (ROCHA e FERNANDES, 2008).

          Na percepção do trabalho e em sua perspectiva é necessário que as condições laborais sejam mudadas e que a saúde do professor seja levada em consideração, visando a valorização de seu esforço para garantir a educação adequada dos alunos, contudo deve-se ter o tempo de recuperação e descanso para que não acarrete sobrecargas das funções psicofisiológicas do ser humano (GASPARINI et al, 2005).

   Muitas patologias musculoesqueléticas estão diretamente relacionadas a hábitos errôneos adquiridos e condições socioeconômicas afetando não somente os professores, mas toda população como posturas inadequadas, conflitos no ambiente profissional, má alimentação, distúrbios psíquicos, a falta de atividades físicas, problemas no sono, estresse dentre outros fatores que interfere na qualidade de vida.

O estresse físico e mental aos quais os professores estão sujeitos atuam diretamente no surgimento dessas doenças que são classificadas como DORT e com essa sobrecarga excessiva muitos profissionais acabam se desvinculando das escolas de forma permanente ou ausentam-se para tratamento.

A educação brasileira sofreu várias mudanças nas últimas décadas. Observa-se   a precariedade das redes de ensino públicas em relação à quantidade insuficiente de escolas, aumento do número de alunos, falta de recursos materiais para o desenvolvimento do trabalho, falta de equipamentos. O professor tornou-se um produtor de serviços, acumulando funções com condições de trabalho precárias, uma jornada laboral extensa e salários defasados.

Embora o sucesso da educação dependa do perfil do professor, a própria escola não fornece os meios pedagógicos adequados para que seja realizado o trabalho, além de que o papel do professor é ensinar e garantir que o aluno tenha a capacidade de refletir e buscar novos desafios tornando-se um ser pensante de opiniões próprias formadas. Só que ao invés disso, devido a várias mudanças ocorridas ao longo dos anos o professor teve que adquirir novas funções tendo que participar dos planejamentos escolares e ampliando suas obrigações para além da escola, incluindo a família e a comunidade. Em razão da missão profissional ter sofridos estes encargos a estrutura psicológica, mental e física do professor foi alterada tendo em vista que a profissão exigia mais conhecimento e dedicação.

Nota-se que a necessidade de poder exercer todas as funções vai levando o professor a apresentar alguns sinais como dores, dormências, limitações funcionais, inflamação, diminuição de força, fadiga, câimbras, cefaleia, sensação de peso, irritabilidade geral, estresse mental e problemas circulatórios e apresentarem as principais alterações: protusão da cabeça e dos ombros, hiperlordose cervical e lombar, cervicobraquialgia, lombociatalgia, bursite de ombro, escoliose, tendinopatias do punho e as síndromes compressivas do punho (mais comum a síndrome do túnel cubital), por isso avaliar os profissionais que tem essas queixas e ver como isso interfere na sua vida é de grande importância, pois podem estar ligadas diretamente com os sintomas  da DORT. A qualidade de vida no trabalho visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas atividades diárias, contudo não é isso que vem acontecendo já que cresce o número de trabalhadores, enfatizando os professores que adquirem doenças no trabalho. A administração pública deve promover melhorias para a qualidade de vida desses profissionais com ações de desenvolvimento pessoal e profissional, implementar programas específicos que envolvam entusiasmo, promovendo também a saúde e segurança para que assim os professores tenham mais produtividade e satisfação com o trabalho.

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