A Influência Da Mídia Nos Hábitos E Comportamento
Por: Francielle Carine • 1/10/2025 • Artigo • 1.422 Palavras (6 Páginas) • 71 Visualizações
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NOS HÁBITOS E COMPORTAMENTO ALIMENTAR INFANTIL
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1. INTRODUÇÃO
A alimentação representa uma necessidade imperativa no desenvolvimento dos seres humanos, seja no aspecto biológico, ou por abranger aspectos sociais, psicológicos e econômicos. O ciclo de vida entre a infância e a adolescência é o marco mais importante neste sentido, haja vista que é nessa fase que o corpo humano passa pelas maiores transformações fisiológicas e anatômicas, e é nesse período que os hábitos alimentares são construídos. (LUCCHINI, 2014)
Nas últimas décadas, com as mudanças e transformações que marcam o mundo contemporâneo, as crianças passaram a ocupar suas horas de lazer em frente à televisão e aos computadores e celulares. Haja vista que no mundo globalizado, os meios de comunicação desempenham importante papel na construção (ou desconstrução) de hábitos e comportamentos, a preocupação com essa intervenção é cada vez maior.
Ocorre que esses meios exercem influência através de materiais persuasivos, sejam de promoção ao culto da beleza, da magreza, aumentando a insatisfação dos indivíduos com seus corpos, seja na contramão, estimulando o consumo de alimentos processados, altamente calóricos e de baixo valor nutricional principalmente por crianças e adolescentes (SERRA; SANTOS, 2003).
Esse estudo, através de revisão bibliográfica na escassa literatura existente acerca do tema, enseja discorrer sobre a influência da mídia, seja esta televisiva ou mídia social, nos hábitos e comportamentos alimentares da população, bem como verificar as inadequações oferecidas pela mídia no processo de formação e construção de estilo de vida e alimentação, no sentido de trazer maior relevância a este importante tema.
2. A ESTREITA RELAÇÃO DA MÍDIA COM O PÚBLICO INFANTIL
Os hábitos e padrões alimentares vêm se transformando negativamente nas últimas décadas, em virtude da globalização e, principalmente das mudanças de vida e do trabalho. Isso se deve a fatores como a industrialização crescente, a urbanização, as atribuições da mulher na família e no mercado de trabalho, bem como as relações entre tempo e espaço (HENRIQUES et al., 2012). Em paralelo a esses fatores, a humanidade vivencia a era digital, a era do imediatismo, onde a correria do dia a dia, a falta de tempo dos pais e tutores e a relação entre tempo, metas e afazeres faz com as crianças e fiquem à mercê de televisores, tablets, computadores e celulares.
A soma desses fatores reforça cada vez mais a substituição de alimentos saudáveis, minimamente processados e as opções in natura, por alimentos processados, de baixo valor nutricional, bem como as refeições rápidas e fora de casa, como restaurantes e redes de fast food, devido à sua suposta praticidade e economia de tempo de preparo, o que acarreta a exposição de crianças e adolescentes cada vez mais cedo a refeições menos nutritivas e cada vez mais calóricas (BRASIL, 2014a).
Com essa enorme exposição do público principalmente infantil aos canais de mídia e, muitas vezes sem a supervisão dos pais, abre-se um espaço sem precedentes para a promoção de alimentos industrializados e ultra processados, que atualmente domina os anúncios comerciais, divulgando informações incompletas e incorretas acerca da alimentação e de toda a problemática que envolve esse tema. As mudanças nos padrões alimentares causados por essas influências seguem uma tendência global em direção a uma alimentação cada vez menos saudável, e mais rica em carboidratos e calorias (RODRIGUES; FIATES, 2012).
A mídia cada vez mais estrutura, por assim dizer, a sociedade através da influência que representa na percepção da realidade pelas pessoas. Através das incontáveis horas em contato com a televisão, redes sociais e anúncios que bombardeiam as telas e outdoors, as pessoas vão moldando suas percepções sobre como se sentir, o que vestir, como se comportar e o que comer. As crianças e adolescentes, no que tange a esse preceito, são atingidas diretamente, pois, enquanto os pais estão no trabalho e nos afazeres da vida cada vez mais corrida, estes estão em casa, metaforicamente engolindo tudo que a mídia mostra, fala e ensina (LIMA, 2010).
[..] marketing é o processo utilizado pelas empresas para persuadir o consumo de seus produtos, que abrange o planejamento, a concepção, a atribuição do preço, a promoção e a distribuição de bens, serviços e ideias. E a publicidade é a ferramenta utilizada pelo marketing para promover a venda de seus produtos, é uma forma de comunicação com o objetivo de promover a comercialização ou alienação (RODRIGUES et al, 2011).
De Acordo com RODRIGUES (2011), é neste momento então que o mercado de alimentos, sempre se valendo de uma bem-preparada equipe de marketing e publicidade oferece a este público um leque cada vez mais diversificado de produtos, carregados de cores, sabores, amoras, imagens e personagens, levando ao seu público específico, um universo encantado e fantástico de alimentação.
FIGURA 1. Adaptado de RECINE; MONTEIRO, 2010
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A figura 1 mostra as várias formas de persuasão e alienação, presentes nas propagandas atuais, como personagens de desenhos, mascotes, sempre envolvidos em cores vibrantes e chamativas aos olhos do público infantil.
Mas quais os impactos reais dessa exposição infantil à mídia no que concerne ao desenvolvimento de hábitos e comportamentos alimentares? No que segue, uma breve e suscinta explanação acerca dos problemas de saúde acarretados pela enxurrada de informações imprecisas e errôneas contidas na mídia atual.
Uma das definições de obesidade, traz o conceito de condição na qual os índices de gordura são excessivos para a altura do indivíduo. Essa crescente observância de sobrepeso em crianças e adolescentes se tornou um problema de saúde pública. Dados do WORLD HEALTH ORGANIZATION (2014), revelam que em 2013, mais de 40 milhões de crianças com idade entre 0-5 anos estavam acima do peso no mundo todo.
Em 2008-2009, o IBGR realizou uma Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), onde foi possível constatar que uma a cada três crianças brasileiras com idades entre 5 e 9 anos encontrava-se acima do peso. Os dados coletados na pesquisa mostraram que o problema de desnutrição deu lugar a elevados índices de sobrepeso e obesidade: apenas 4,1% das crianças tinham déficit de peso, enquanto 33,5% encontravam-se em sobrepeso e 14,3% em obesidade (IBGE, 2010).
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