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O Trabalho de Parasitologia

Por:   •  24/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  3.812 Palavras (16 Páginas)  •  437 Visualizações

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  1. Introdução a Subclasse Acari

Os Acari são um agrupamento de aracnídeos enormemente diversos, que contém os ácaros e os carrapatos. Antigamente agrupados em uma única ordem (os Acarina), são hoje colocados em sete ordens. Os Acari podem ser polifiléticos, tendo talvez evoluído de vários grupos de aracnídeos, incluindo os opiliões e os ricinúleos.

Os Acari são, sem dúvida, os aracnídeos mais importantes em termos de economia humana. Várias espécies são parasitas de humanos, animais domesticados e plantações. Os ácaros constituem um dos grupos mais onipresentes no Reino Animal. As espécies terrestres de vida livre são muito abundantes, particularmente no limo, plantas, folhas caídas, húmus, solo, madeira podre e detritos.

Apesar da sua abundância, a taxonomia e a biologia dos ácaros ainda não são tão bem conhecidas como as das outras ordens principais de aracnídeos. Até hoje foram descritas 30.000 espécies (comparado com as cerca de 32.000 espécies de aranhas), mas alguns acarologistas acreditam que esse número constitui somente uma fração do total e que a maioria das espécies de ácaros será extinta antes de serem sequer conhecidas à medida que as florestas chuvosas e outros habitats desaparecerem.

  1. Morfologia Geral
  1. Morfologia Externa Geral

O seu grande sucesso evolutivo está correlacionado a seu tamanho pequeno, pois os ácaros são capazes de colonizar muitos tipos de micro-habitats não disponíveis para os seus grandes parentes aracnídeos. Por exemplo, existem ácaros suficientemente pequenos para viver nas traqueias dos insetos, debaixo das asas dos besouros e nas quilhas das penas. Os carrapatos são os maiores membros do grupo, com algumas espécies atingindo 3cm de comprimento.

A característica mais notável é a aparente ausência de divisões corporais. A segmentação abdominal desapareceu na maioria das espécies, e o abdômen fundiu-se com o prossomo. Consequentemente, as posições dos apêndices, olhos e orifício genital são os únicos pontos de referência que diferenciam as regiões corporais originais. Coincidindo com essa fusão, o corpo inteiro encontra-se revestido por um único escudo esclerotizado ou carapaça, de muitas formas.

As quelíceras e os pedipalpos variam em estrutura, dependendo da sua função. São geralmente compostos de dois ou três itens e podem ter garras. Os pedipalpos podem ser relativamente não modificados e semelhantes a pernas; podem ter garras como um par adicional de quelíceras; ou em algumas formas parasitárias, podem tornar-se vestigiais.

Nos ácaros e nos carrapatos, o lado ventral do corpo é revestido por placas que variam em forma e número, dependendo da família. A placa genital, localizada entre os últimos dois pares de pernas, porta o orifício genital. Essa localização indica uma migração para frente dos segmentos abdominais, como nos opiliões.

Pêlos, ou cerdas, recobrem o corpo dos ácaros sendo muitos deles sensoriais. A natureza e a posição das cerdas nos ácaros constituem características extremamente importantes para a identificação e a classificação das espécies.

Dois grupos de ácaros merecem uma menção especial: os Oribatida (ácaros-besouro) e vários táxons de ácaros aquáticos. Os oribatídeos são a maior e a mais estudada das ordens de ácaros de vida livre (145 famílias). São muito abundantes no húmus e no limo. Esses pequenos ácaros têm geralmente uma forma globosa, com a superfície dorsal recoberta por um escudo convexo e altamente esclerosado, de forma que lembram pequenos besouros.

Os ácaros aquáticos, que contêm cerca de 2.800 espécies, se adaptaram a uma existência aquática e são encontrados tanto em água doce como em água salgada. Eles não nadam, mas rastejam sobre algas, briozoários, hidróides e esponjas. No entanto, a maioria dos ácaros aquáticos vive em água doce. Alguns são vermelho-brilhante, e muitos são nadadores ativos, com longos pelos em suas pernas.

Os carnívoros que vivem no solo e no húmus alimentam-se de nematodos e pequenos artrópodes, incluindo ovos, larvas de insetos e outros ácaros. Os crustáceos pequenos constituem a principal presa dos ácaros aquáticos. As quelíceras dos ácaros carnívoros são variavelmente modificadas, dependendo da presa. Alguns ácaros rasgam pedaços da presa; outros sugam os tecidos.

Muitos ácaros são consumidores de carniça ou de detritos. A maioria dos ácaros oribatídeos que habita o solo se alimenta de fungos, algas e de material animal e vegetal em decomposição. Um grande número de “consumidores de detritos” tem dietas altamente especializadas. Por exemplo, espécies diferentes de ácaros-de-armazém (Acaridae) e de famílias aliadas alimentam-se de farinha, frutas secas, tecidos de colchões e estofados, feno e queijo. O Dermatophagoides associa-se comumente com o pó doméstico.

A maioria dos ácaros parasita é de ectoparasitas de animais tanto vertebrados como invertebrados, mas existem outras formas de parasitismo. Alguns ácaros se tornaram parasitas internos através de uma invasão das vias aéreas de passagem dos vertebrados e dos sistemas traqueais dos artrópodos.

Muitos ácaros só são parasitas como larvas. Por exemplo, os estágios larvais dos ácaros de água doce são parasitas de insetos aquáticos e mariscos. Os estágios juvenis dos ácaros-de-colheita comuns (Trombiculidae) parasitam a pele dos vertebrados.

Porém, muitos ácaros são parasitas durante seu ciclo de vida inteiro, se prendendo ao hospedeiro apenas durante os períodos de alimentação, como é o caso dos carrapatos, discutido mais a frente.

Existem também os ácaros que passam o seu ciclo de vida completo presos ao hospedeiro, como o ácaro-da-sarna (Psoroptidae e Sarcoptidae) dos mamíferos. O ácaro-da-sarna humana (Sarcoptes scabieil) escava a epiderme, causando irritação pelas secreções que o mesmo elimina. A fêmea deposita seus ovos nos túneis por um período de 2 meses, após o qual ela morre. Ela põe até 25 ovos a cada dois ou três dias. Os ovos eclodem em poucos dias e podem passar para outro hospedeiro pelo contato com as áreas infectadas da pele.

  1. Morfologia e Fisiologia Interna Geral
  1. Sistema Excretor 

Um a quatro pares de glândulas coxais e/ou um par de túbulos de Malpighi.

  1.  Sistema Circulatório 

Reduzido, consistindo, normalmente, em uma rede de seios. A circulação resulta da contração dos músculos corporais.

  1. Sistema Respiratório

Em alguns ácaros os órgãos de troca gasosa desapareceram totalmente, mas a maioria tem tranqueias. Os espiráculos variam de 1 a 4 pares, localizados na metade anterior do corpo.

  1. Órgãos Sensoriais

Possuem cerdas sensoriais, que possivelmente detectam as correntes de vento, para que o ácaro se mova mais para baixo no interior do húmus de folhas (adaptação contra dessecação). Muitos ácaros são cegos, porém alguns possuem olhos simples.

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