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Por:   •  6/12/2012  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  2.423 Visualizações

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A importancia da arte nas Séries Iniciais

A caracterização da arte como forma de expressão humana advêm desde os tempos mais remotos. Fischer (1979, p.45) ressalta que nos “alvores da humanidade a arte era um instrumento mágico, uma arma da coletividade humana em sua luta pela sobrevivência”. Até os primórdios do período medieval a arte se caracterizava como uma produção coletiva, que permitia ao individuo, uma elevação acima da natureza. No decorrer do período as relações sociais vão se dividindo no âmbito do trabalho e com a propriedade privada, o balanço entre homem e natureza passa a ser gradativamente abalado. Fischer entende que, a invasão do feudalismo conservador pelo dinheiro e pelo comércio teve efeito de desumanizar as relações sociais e desagregar ainda mais a estrutura da sociedade.

Porém, mediante essa dualidade entre individuo e coletivo Ficher ressalta que o trabalho artístico traz em si a capacidade de unificar o eu singular ao coletivo, recriando uma nova realidade, ao que conclui, “Em todo o autêntico trabalho de arte, a divisão da realidade humana em individual e coletiva, em singular e universal, é interrompida; porém é mantida como fator a ser incorporado em uma unidade recriada”.

Portanto essa dualidade entre as mudanças da concepção de homem e mundo, que caracterizavam o período histórico de nossa análise, a função da arte também se modifica.

A arte ocidental ou européia ligada a uma atividade intelectual e cultural foi até ao século XVI .

Norteados por cânones ou padrões estéticos, os artistas deveriam ter um amplo conhecimento dos temas da arte, das iconografias, dos assuntos e dos temas dos símbolos e alegorias da arte. Tais recursos intelectuais receberiam forma artística obtendo um resultado estético, artístico e cultural, que perduraria até a metade do século XIX.

O modernismo entendido de forma política desde o séc XV, teve essa idéia modificada, e passa a buscar a pureza do entusiasmo criador da criança, pois considerava que a inspiração artística de uma criança não era nem menos , nem mais em relação á um artista com formação intelectual em arte. Wilson (2005, p.87) afirma que “as imagens das crianças realmente pareciam possuir muito do frescor e da espontaneidade que os artistas estavam buscando em sua própria arte”. Mesmo ainda sendo realizado em ateliês, nesse momento o ensino da arte cria novas diretrizes, este novo olhar para compreender as atividades artísticas passa a influir na maneira de instruir o artista.

Porém, a grande influência na escola, como inclusão das linguagens artísticas ou conteúdo de formação quanto da nova forma de pensar a infância partiu de Rousseau, que ressaltou a importância dos sentidos na educação infantil. Antes de Rousseau, a criança era vista como adulto, ele foi um dos pioneiros a compreender que a criança percebe o mundo em primeiro momento através dos sentidos.

Como tudo o que entra no entendimento humano vem pelos sentidos, a primeira razão do homem é a razão sensitiva; é ela que serve de base para a razão intelectual: nossos primeiros mestres de filosofia são nossos pés, nossas mãos, nossos olhos. Substituir tudo isso por livros não é ensinar a raciocinar, é nos ensinar a nos servir da razão alheia; é nos ensinar a crer muito e nunca saber nada.

(ROUSSEAU, 1999, p. 141)

Com a afirmação acima explanada denota que, Rousseau entende quão é essencial a educação dos sentidos para que o aprendizado da criança ocorra de forma contextualizada e tenha ainda a educação como um processo de apropriação e formação. Tem em sua visão que o homem não nasce pronto, mas se prepara de forma espontânea, ao seu ver essa construção não deve ser imposta, e essa opinião evidencia uma clara oposição ao racionalismo que imperava no século XVIII.

Este novo conceito de educação infantil criou caminhos para inclusão dos elementos fundamentais das linguagens artísticas no processo de alfabetização infantil.

Enfim a arte ingressou na escola em um período que os artistas estavam mudando sua perspectiva sobre a criação, e esta nova visão trouxe consigo as derradeiras discussões sobre a importância do ensino da arte na formação do indivíduo.

A arte teve vários significados no processo de ensino, onde as tendências pedagógicas de cada período histórico ensinava de acordo com sua perspectiva tecnicista para adestramento da mão de obra ora enfatizada como espontaneidade.

Já no Brasil,de acordo com pesquisas elaboradas por Barbosa (1984),inicia se a preocupação com o ensino de arte através do primeiro surto de industrialização no final do século XIX. Anterior a esse fato, não havia preocupação com o ensino da arte, pois essa era considerada atividades femininas destinadas às moças de boa criação, que visava realizar um bom casamento dentro de uma sociedade aristocrática, na qual as mulheres se ocupavam do ócio elegante.

Barbosa (2002) elucida que tal preconceito está diretamente ligado as circunstanciais que induziram a criação da Academia Imperial de Belas Artes no início do século XIX, e a vinda da Missão Francesa para o Brasil. Pois os artistas que aqui vieram estavam diretamente ligados à figura de Napoleão, o qual nessa época já vinha recebendo críticas acirradas pela imprensa local. “Portanto, a oposição política foi uma das influências na configuração do preconceito contra o ensino de arte no Brasil” (BARBOSA, 2002, p.18).

Outro preconceito de ordem estética estaria relacionado a vinda de artistas franceses, pois, naquele período o Brasil , especificamente o estado de Minas Gerais, vivia o momento Barroco, consagrado como uma arte genuinamente brasileira e ligada ao povo, e tais artistas traziam para o Brasil o estilo neoclássico em ligado às tendências revolucionárias na Europa. O neoclassismo chega ao Brasil como conotação de luxo, e inteiramente ligado ao adorno da aristocracia. Essa elitização da arte resultou em desvalorização as manifestações artísticas que não seguiam esses padrões, oi seja, tinha se a arte como adorno e luxo.

Outro ponto negativo da introdução da arte no ensino, foi a influencia dos jesuítas na educação que diferiam o fazer manual do trabalho intelectual,

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