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Relátorio de Estágio em Educação em Ciências

Por:   •  11/5/2020  •  Relatório de pesquisa  •  2.302 Palavras (10 Páginas)  •  139 Visualizações

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  1. Introdução

Desde a fundação da primeira escola, o significado de ser professor vem se transformando ao longo dos anos. Este já foi visto como aquele que apenas transmite conhecimento e até como um facilitador do processo de ensino-aprendizagem. Contudo, independente de como o professor seja visto pela sociedade, não se pode ignorar o fato de que este exerce um papel insubstituível no processo da transformação social.  

No século XXI, ser professor vai além do ato de e simplesmente “dar aulas”. Essa profissão, diferente das outras, exige algo além do domínio do conteúdo e da prática aliada à teoria. Ela exige um olhar diferenciado para cada aluno, se metamorfoseando diante as situações que ocorrem no dia a dia. Ora, de professor passa a ser psicólogo, confidente, referência, entre outros.

Na sociedade moderna, os professores devem ser considerados como um intermediador e difusor do conhecimento, contemplando os contextos históricos, sociais, culturais, e organizacionais que fazem parte da realidade do aluno. Além disso, o professor também se torna o responsável a construir, desconstruir e reconstruir o conhecimento junto com o aluno, pois este passa a ser um integrante ativo do seu próprio processo de ensino-aprendizagem.

Neste sentido, o Ensino de Ciências\Biologia é uma área do conhecimento que contempla muito bem todo o contexto em que o aluno está envolvido, pois possibilita articulações com as vivências e experiências envolvendo o meio ambiente, tecnologia, desenvolvimento humano e outras temáticas.

As literaturas atuais demonstram para uma crescente reflexão sobre o papel do professor nessa sociedade que a cada momento se torna mais moderna, com uma produção de novos quadros teóricos, que apontam um novo modelo na formação de professores. O saber sobre o ensino deixa de ser visto pela lógica da racionalidade técnica e incorpora a dimensão do conhecimento construído a partir de uma prática critica e reflexiva (FREITAS; VILLANI, 2002).

O primeiro contato que a maioria dos alunos dos cursos de licenciatura possui com a prática escolar é durante o estágio curricular. Ele visa proporcionar vivencia do cotidiano escolar e da sala de aula, dando a oportunidade dos alunos a se formar enquanto profissionais do processo de refletir sobre a prática docente aliado ao teorico, traçando perspectivas que darão subsídios para potencializar o conhecimento do contexto histórico, social, cultural e organizacional que engloba toda a instituição escolar.

O Estágio Curricular Supervisionado II no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Universidade Federal de Goiás (UFG), é uma disciplina de núcleo obrigatório, com carga horária de 200 horas, somando com mais 200 horas do Estágio Supervisionado I para o total de 400 horas (RESOLUÇÃO CEPEC-731 Art. 7º) (UFG, 2002).

Este relatório tem como finalidade contar sobre um pouco das experiências vividas na escola campo durante as praticas escolares. Como eu já trabalho profissionalmente como professora, as atividades foram realizadas em uma escola não parceira da UFG, e sim no Colégio Estadual Santa Fé.  

  1. Referencial Teórico.

Para Pimenta (2004) as disciplinas tanto didáticas quanto as de fundamentos[a], em um curso de formação, precisam em conjunto, contribuir para a finalidade de formar professores, utilizando-se de análises criticas e de novas propostas de se fazer educação, sendo essencial que a pratica ande junto com a teoria.

Inicialmente, para melhor complementar a nossa formação, participamos de discussões em sala de aula com nossos colegas e orientadores, sobre as relações entre os elementos do trabalho pedagógico e os documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) e Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

A educação promovida pela escola difere de outras práticas educativas por ter como principal objetivo de promover intencionalmente o desenvolvimento e socialização de jovens, crianças e até mesmo adultos.

Os PCN trazem que, a educação escolar é compreendida como:

(...) responsável por criar condições para que todas as pessoas desenvolvam suas capacidades e aprendam os conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da realidade e para participar de relações sociais cada vez mais amplas e diversificadas, condições fundamentais para o exercício da cidadania. (BRASIL, 1999, p. 24).

Essa posição teórica, na qual relaciona educação e cidadania podem também ser encontrada nos outros documentos oficiais (BNCC, DCN e LDB). A LDB afirma, por exemplo, em seu artigo 22, que a educação básica tem como finalidade “a formação comum indispensável para o exercício da cidadania”.

Nessa perspectiva, quando voltado para o ensino de Ciências, o PCN aponta que o objetivo dessa área do conhecimento “são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica” (BRASIL, 1999, p. 31). Os livros didáticos também compartilham dessa ideia. O autor Eduardo Leite do Canto, da coleção de livros didáticos da editora Moderna, afirma que desenvolver alunos com capacidades úteis para aprender mais, são atitudes desejáveis a qualquer cidadão consciente da realidade da sociedade em que vive (CANTO, 2015).

Contudo, através de textos discutidos na disciplina, procuramos ir avançar para além dessa perspectiva. A problemática que esse discurso de formar para cidadania traz, é que não se esclarece qual a paradigma de cidadania que está sendo adotado. Assim, a educação no Brasil, ao longo dos anos, vem sendo tratada disfarçadamente, como preparadora de mão de obra voltado ora para as elites condutoras, ora para as massas a serem conduzidas.

A educação possui o poder de formar pelo menos dois tipos de cidadãos: um com a condição e atuar de modo crítico e para a emancipação popular ou pode formar sujeitos acríticos, conformistas e obedientes.

Formar para o primeiro tipo de cidadão não significa deixar em segundo plano outras dimensões igualmente importantes, e até mesmo essenciais no processo formativo de jovens e adultos. Sendo estas, a questão dos conteúdos específicos, formação cientifica, além de outros necessários à vida social e individual. A formação de cidadãos conscientes do seu mundo e dos processos que o envolvem, assim como as suas consequências, desenvolve melhor perante uma base de conhecimentos científicos. Isso nos remete aos currículos impostos na educação brasileira.

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