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O MEMORIAL ACADÊMICO

Por:   •  27/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  7.266 Palavras (30 Páginas)  •  308 Visualizações

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Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Educação Física e Desportos

PROLICEN-EDUCAÇÃO FÍSICA

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RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA ACADÊMICA

Memória de Formação Profissional

Licenciatura em Educação Física Escolar

Ananias Rodrigues de Oliveira

RESUMO

Sabemos que memorial de formação profissional se assemelha a um diário, onde poderíamos escrever os acontecimentos memoráveis vivenciados, inserindo nele os momentos felizes e infelizes ao longo do caminho percorrido em uma trajetória acadêmica e profissional. Assim, relata-se, neste pequeno trabalho, como surgiu o curso de licenciatura em Educação Física para mim, que nesta monografia, relato os obstáculos, os desafios, as angústias, alegrias e aprendizados que foram experimentados neste curso que me levou a ter uma nova visão do que é ser um professor de Educação Física Escolar agora [1]com o olhar diferente do que tinha em outra época.

Inicio o presente TCC, (Trabalho de Conclusão de Curso) com a elaboração do Memorial de Formação Profissional, com a letra da música de Zeca Pagodinho, por entender que seja uma letra que retrata muito bem o que foi vivido por mim, para que pudesse dar esse depoimento neste pequeno trabalho que faz parte da conclusão do curso.

Deixa A Vida Me Levar

Zeca Pagodinho

Eu já passei por quase tudo nessa vida

Em matéria de guarida espero ainda minha vez

Confesso que sou de origem pobre

Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez

E deixa a vida me levar (vida levaeu)

Deixa a vida me levar (vida levaeu)

Deixa a vida me levar (vida levaeu)

Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu

Só posso levantar as mãos pro céu

Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu

Se não tenho tudo que preciso

Com o que tenho, vivo

De mansinho, lá vou eu

Se a coisa não sai do jeito que eu quero

Também não me desespero

O negócio é deixar rolar

E aos trancos e barrancos, lá vou eu

E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu

E deixa a vida me levar (vida leva eu)

Deixa a vida me levar (vida levaeu)

Deixa a vida me levar (vida levaeu)

Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu.

Os obstáculos pelos quais passei na minha infância pobre fizeram-me perceber que a vida deve ser praticada, desde os tempos de criança até idade adulta, a cada momento. As carências por que passei me auxiliaram muito, principalmente, como pessoa me dando competência para chegar até aqui nessa etapa tão importante da vida, que é a conclusão desse curso de graduação.  Fiz o ensino fundamental ainda na década de setenta e foi concluído com bom aproveitamento. De família humilde, desprovida de condições econômicas mais abastadas, meus pais sem uma cultura escolar, sem poder aquisitivo favorável, sempre, no entanto, almejaram dar tudo de bom para seus filhos e tudo de bom para eles era uma sólida educação para a vida. Não foi possível, porém, dar a educação escolar que eles queriam. Éramos cinco. Isso não era possível, uma vez que a renda familiar não permitia. Minha mãe, contudo, mesmo diante de tantas dificuldades, fazia questão de nos conduzir até uma escola pública mais próxima de nossa residência e nos exigia frequência regular na escola. Após a conclusão do ensino fundamental, para sobreviver os estudos foram abandonados e a necessidade me obrigou a entrar no mercado de trabalho. Mais tarde, vendo a necessidade de ascender socialmente, retornei aos bancos escolares para a conclusão do ensino médio, no início dos anos noventas, e após a conclusão de mais essa etapa, diversas provas de concursos públicos foram feitas, até que consegui alcançar a aprovação em um cargo subordinado à Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo.

Como me via quando comecei

Rememorar o que perpassou durante a minha trajetória acadêmica é perceber o quanto foi importante compreender os movimentos da vida e as experiências advindas do curso de licenciatura em Educação Física, na busca para alcançar os caminhos percorridos em demanda à constituição das identidades de futuros professores da educação básica. Diante desse panorama, voltamos nossos olhares para o curso de licenciatura no curso de Educação Física.  

Destarte, ao buscar compreender as trajetórias formativas acadêmicas do curso de licenciatura em Educação Física, é imprescindível atentar para a questão da singularidade de cada um. Porque, ao mesmo tempo em que se vai construindo o coletivo, há de se cultivar também o individual, pois ninguém se forma no vazio. Formar supõe-se a troca de experiência, interações sociais, aprendizagens, um sem-fim de relações. Ter acesso ao modo como cada pessoa se constrói é ter em conta a singularidade de sua história e, sobretudo, o modo singular como age, reage e interage em seus contextos. Um percurso de vida é, dessa forma, um trajeto de formação, no sentido em que é um processo de transformação (MOTA, 1995, p.115).

A mim me parece que somos frutos das oportunidades que surgem ao longo da vida e cabe a nós aproveitá-las ou não. As oportunidades podem se tornar algo determinante em nossa trajetória pessoal e existencial. Decidirmos em que direção seguir é o que nos faz pensar e que as nossas decisões são ações decorrentes desses pensamentos que nos fazem ser o que somos. Às vezes, fazemos indagações ou buscamos responsáveis fora de nós mesmos, por aquilo que não deu certo, ou que não veio a acontecer, ou que tenha acontecido em nossa vida pessoal ou profissional.

Nesse contexto, os principais aspectos que me conduziram ao vestibular para o curso de formação inicial voltado para professores em licenciatura em Educação Física na modalidade a distância/Prolicen/Neaad/UFES, estão pautados em, não possuindo um curso superior, mas almejar  uma graduação, ser adepto de atividades  físicas e a  oportunidade de realizar um curso de graduação a distância sem sair de minha própria cidade. Dessa forma, a partir dessas premissas, juntamente com minha esposa prestamos vestibular e ao ser aprovado naquele certame, enchi-me de expectativas para o início do curso. Distante dos bancos escolares, havia muitos anos, sem nunca ter exercido a docência, atuando na área de Segurança Pública, temia encontrar dificuldades ao longo do curso. Imaginava poder experimentar e ver até aonde poderia chegar.  Pensava ainda que o curso a distância pudesse exigir menos dos discentes, que fosse mais simples, mais fácil, que seríamos obrigados a comparecer uma vez por semana aos encontros presenciais e submetidos a uma avaliação de checagem ao final de cada mês, e que teríamos poucas intervenções na plataforma, e no final o diploma, sem muito esforço, sem muita dedicação.  Tinha, por ser um curso a distância, a impressão de que havia certo isolamento ou mesmo distanciamento entre alunos e professores. Mas isso não foi realidade em nosso curso, pois mesmo distantes tínhamos acesso permanente aos tutores e aos professores especialistas que sanavam nossas dúvidas e transmitiam, de forma clara, as suas ideias e seus ensinamentos.  Os fóruns coletivos se transformavam em verdadeiras salas de aulas virtuais, onde tínhamos a oportunidade de expor nossas opiniões e ideias e falar acerca dos eixos ali tratados. O equívoco foi logo sendo absorvido à medida que o momento do início do curso se aproximava. Já na aula inaugural, somente com as palavras proferidas pela coordenadora do curso, Professora Fernanda Paiva, e da coordenadora do polo local, professora, Solimar Giestas Paiva Lopes a ansiedade já havia diminuído e muito. Assim, nesse primeiro dia, fiquei impressionado com a grandeza e qualidade do curso, ouvindo de Fernanda, a coordenadora, como seria a organização, qual o grau de seriedade e estrutura do curso.  Os primeiros encontros presencias me faziam lembrar o quanto me via perdido diante daquilo que estava sendo abordado. Os encontros planejados para serem momentos de estudos coletivos entre alunos e tutores, com esclarecimentos de dúvidas e debates sobre os conteúdos da disciplina tornavam para mim um ambiente desconexo da minha realidade. Enquanto se desenrolava um debate em torno de um conteúdo disciplinar, a mim, cabia ficar quieto e espantado, pois não imaginava tudo aquilo em um curso a distância, e vinha à minha mente a todo o momento a vontade de me acovardar e desistir da graduação.  Por outro lado, via em nossa primeira tutora presencial, a professora Giovana, embora sendo ainda caloura nessa modalidade de ensino, uma força muito grande demonstrada em sua experiência docente. Ela, com suas palavras nos encorajava e nos incentivava a permanecer no curso.  Lembro-me também dos tutores a distância na época, Alexandre e Jansen, que, através dos contatos virtuais, também nos incentivam muito.

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