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Psicomotricidade na educaçao infantil

Por:   •  3/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  20.887 Palavras (84 Páginas)  •  149 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho se constitui em um estudo da Educação Infantil, que visa discutir a relação entre a psicomotricidade no âmbito da Educação Física na Educação Infantil, tentando estabelecer relações entre a psicomotricidade e as brincadeiras, e, dentre outras práticas corporais em que se pode trabalhar a psicomotricidade como principal objetivo.

No decorrer desta pesquisa, foi possível observar a importância de tal temática hoje, uma vez que podemos notar o modo como a vida está organizada, a criança tem perdido esse contato com o brincar, que, segundo Surdi, Melo e Kunz (2016, p. 460), “[...] o “Brincar e o Se-movimentar” tornam-se fundamentais para o pleno e integral desenvolvimento da criança”. E estão condicionadas ao não movimento, seja na escola, pelo tempo que passa dentro dela ou até mesmo em casa, em função das brincadeiras que mudaram.

Souza (2012, p. 57) diz que, “[...] somente a partir deste momento, selecionar as atividades mais adequadas ao contexto de necessidade da criança, portanto, temos que verificar a melhor forma de proporcionar-lhe essa interação com o universo que a cerca”. O autor relata que a prática do brincar envolvendo jogos lúdicos que estimulem ações psicomotoras, trazem os sentidos da primeira infância com seus desenvolvimentos motores, afetivos e intelectuais.

Podemos observar ainda nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2010) onde afirma o que o autor Souza (2012) disse sobre a importância desse ensino na Educação Infantil, por se tratar de uma base para o crescimento motor, cognitivo, social, moral e afetivo, denominado assim, de desenvolvimento integral da criança e início da formação para a cidadania.

Podemos afirmar ainda, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil que:

Primeira etapa da Educação Básica, oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social (BRASIL, 2010, p. 12).

Diante disso e das mudanças pelas quais a Educação Infantil passou, é possível dizer que as crianças pequenas devem ser estimuladas a adquirir autonomia na solução de problemas, mas para isso é preciso dar-lhes espaço e liberdade para explorar o mundo ao seu redor (LEONTIEV, 2006).

A organização curricular da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2010) está organizada em cinco áreas de experiência, sendo eles: o eu, o outro e o nós; corpo, gestos e movimentos; traços, sons, cores e formas; oralidade e escrita; espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. Nesta etapa do trabalho, nós vamos falar sobre “corpo, gestos e movimentos” que estão relacionados com o papel da psicomotricidade nessa fase importante da criança.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular na Educação Infantil, podemos dizer que:

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade. Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem (BRASIL, 2017, p. 36-37).

Ainda segundo a Base Comum Curricular na Educação Infantil (BRASIL, 2017), é nessa fase que o corpo tem total importância em seu desenvolvimento, pois é através dele que as práticas corporais pedagógicas são realizadas. A sensação de liberdade e domínio do corpo ganha sentido. Sabendo disso, podemos dizer que a escola precisa juntamente com o professor responsável desenvolver essas práticas com as crianças, para que elas possam se descobrir, se conhecer, explorar os movimentos, os sons, os gestos que o próprio corpo realiza.

A psicomotricidade ganha ênfase nessa fase inicial escolar da vida da criança, por se tratar de um conhecimento que está ligado ao desenvolvimento motor, que já se faz presente na criança (SOUZA, 2012). Para a autora, o bom desenvolvimento motor não ocorre somente com esforços que a criança produz, mas através do bom relacionamento familiar, o desenvolvimento de atividades propostas pelo professor, à interação da família nessas atividades, para que assim a criança tenha uma base de como se expressar corporalmente.  

De acordo com Ayoub (2001), a Educação Infantil estabelece um espaço em que a criança aprende, brinca se desenvolve, se relaciona com outras crianças, dialoga, desenvolve seus aspectos cognitivos, sociais e afetivos.  A autora afirma que a Educação Física na Educação Infantil pode ser declarada como um espaço em que a criança se “liberte” para novas oportunidades e experiências saudáveis em seu desenvolvimento psicomotor, através de brincadeiras com a linguagem corporal.

Maluf (2003) aborda que é de suma importância à hora de brincar da criança, pois é neste momento em que a mesma irá desenvolver relações cotidianas, e assim construir sua identidade, a imagem de si e do mundo que a cerca. Para o autor, a brincadeira é considerada uma atividade universal que assume características simbólicas no contexto social, histórico e cultural.

Desse modo, segundo Barros, podemos entender que:

O brincar da criança, tem uma significação especial para a psicologia do desenvolvimento e para a educação, uma vez que é condição de todo o processo evolutivo neuropsicológico saudável manifesta a forma como a criança está organizando sua realidade e lidando com suas possibilidades, limitações e conflitos (BARROS, 2000, p. 15). 

O autor utiliza esse meio de aprendizagem para que, assim, o aluno desenvolva sensações e aprenda de forma prazerosa a realidade do mundo que os rodeia.

Santos (2012) relata que, durante o processo de ensino/aprendizagem baseado no brincar da criança, o lúdico deve estar presente em todos os momentos, e é papel do professor auxiliá-la nesse processo de desenvolvimento e formação, incentivando os alunos através de jogos e brincadeiras para uma aprendizagem prazerosa.

Portanto, podemos definir lúdico, “[...] como uma palavra do latim que significa brincar, e nela se incluem jogos, brinquedos e brincadeiras, bem como o comportamento de quem a pratica, transformando o indivíduo em um ser consciente” (KISHIMOTO, 2002, p. 01). Nesse sentido, conforme argumenta o autor, é possível compreender que a atividade lúdica tem um papel fundamental na formação da criança, podendo assim, ser utilizada como um rico recurso para as práticas pedagógicas.

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