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SITUANDO OS MÉTODOS E AS METODOLOGIAS DE ENSINO APLICADOS À EDUCAÇÃO FÍSICA NESTE CONTEXTO CONCEITUAL

Por:   •  4/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  9.868 Palavras (40 Páginas)  •  998 Visualizações

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METODOLOGIAS DE ENSINO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

- Os “Estilos de Ensino” segundo Mosston & Ashworth -

Por: Dr. Helder Guerra de Resende[1]

Ms. Agostinho da Silva Rosas[2]

SITUANDO OS MÉTODOS E AS METODOLOGIAS DE ENSINO APLICADOS À EDUCAÇÃO FÍSICA NESTE CONTEXTO CONCEITUAL

Na perspectiva formalista inserem-se os diferentes e tradicionais modelos de sistematização de aulas de educação física que, inadequadamente, ainda são chamadas de métodos (exemplo: método alemão, método sueco, método francês, método natural austríaco, educação física desportiva generalizada, calistenia, etc.).

Partindo da premissa de que a educação física era, e continua sendo, considerada por alguns uma atividade eminentemente prática, o método de ensino que fundamenta as formas de sistematização de aulas baseadas nos exercícios físicos poderia ser denominado de método analítico. Nessa abordagem buscase o desenvolvimento e o fortalecimento anátomofisiológico dos indivíduos, a partir da exercitação dos diferentes segmentos corporais e grupamentos musculares. Ou seja, partese do pressuposto de que o somatório dos exercícios analíticos e fragmentados desses segmentos e grupamentos levam ao desenvolvimento global do indivíduo (obviamente, nesta perspectiva, o sentido de global é o anátomofisiológico).

Recorrendo ainda à fundamentação de Candau (1988), é possível, por analogia, afirmar que, com a desportivização da educação física escolar, a educação física passou do formalismo lógicotradicional para o formalismo técnico.

Quando a aprendizagem motora, representada pelos movimentos básicos fundamentais (na acepção de Gallahue, 1982), passou a ser objetivo das aulas de educação física, novas elaborações foram desenvolvidas, passando a ser disseminado no âmbito da didática da educação física o que Xavier (1986) elegeu como principais métodos aplicados ao ensino da educação física  método parcial, método global e método misto.

Xavier conceitua o “método parcial” como aquele cujo objetivo é ensinar uma determinada destreza motora, ou movimento básico fundamental, a partir de pequenos passos (fragmentos constitutivos do movimento total), para depois unilas entre si. Dessa forma, para o aluno vir a executar um passe com as mãos ele deverá executar os movimentos das mãos sem a bola, depois a movimentação dos pés, logo a seguir a combinação de ambos os movimentos ainda sem a bola para, finalmente, introduzir a bola no movimento proposto.

O autor propõe ainda diferentes variações do método parcial (no meu modo de entender, trata-se de procedimentos ou técnicas de ensino) apoiado nos trabalhos de Stammers & Patrick (1978): parcial puro, parcial progressivo (exemplo apresentado), parcial repetitivo, parcial retrogressivo e parcial isolado.

O “método global” é conceituado como aquele cujo propósito é ensinar uma destreza motora ou movimento básico fundamental apresentando e praticandoo em todo o seu conjunto. Nesse contexto, a aprendizagem de um rolo para frente seria a partir da execução do movimento como um todo.

O “método misto” consiste em ensinar uma destreza motora ou um movimento básico fundamental incentivando a sua execução em todo o seu conjunto. Caso o aluno apresente algum problema de aprendizagem, o professor deve orientálo de modo a praticar isoladamente a parte da destreza ou movimento provocador da dificuldade, utilizandose do método parcial, para depois retornar ao método global. Portanto, o método misto é decorrente dessa conjugação entre os métodos global/parcial/global. No exemplo anterior, caso o aluno encontre dificuldades para flexionar o pescoço no momento de executar o rolo para frente, o professor deve propor alguns exercícios educativos até que o executor automatize essa parte do movimento, para então retornar à execução do rolo para frente.

Cabe ressaltar que os métodos parcial, global e misto indicam a memorização como operação cognitiva predominante – o aluno aprende na medida em que sejam atendidos os comandos ou sejam realizadas as tarefas planejadas pelo professor. O Professor Telmo Pagana Xavier (1986) chegou ao detalhe de apresentar no seu livro o que julgou ser o adequado processo de aplicação desses métodos para o ensino dos movimentos característicos de cada modalidade desportiva, em função das diferentes faixas etárias.

Na perspectiva do que Candau (1988) denominou de formalismo subjetivista ou psicologizante, existem outras metodologias de ensino que, sem perder a referência do esporte, objetivam também o desenvolvimento da autonomia dos indivíduos, no que concerne à prática continuada das atividades físicas, sob um enfoque preventivo de saúde e até mesmo uma prática dinamizadora das interações sóciocomunicativas.

Para responder às exigências metodológicas do ensino dos jogos e das atividades esportivas, numa perspectiva lúdica, destacase o livro “Os Grandes Jogos: Metodologia e Prática”, de Dietrich et alii (1984). Enquanto a conceituação de Xavier (1986) considerava apenas o ensino das destrezas motoras e dos movimentos esportivos especializados, os autores alemães propõem metodologias para o ensino dos jogos esportivos, baseadas no conceito recreativo do jogo.

Dietrich e seus colaboradores apresentam o “método parcial” como sendo o processo pelo qual, antes da iniciação ao jogo, os alunos devem dominar, através de uma série de exercícios, todas as destrezas básicas, os fundamentos técnicos e os fundamentos táticos.

O outro método denominase “método de confrontação”, em cujo processo os alunos basicamente aprendem a jogar jogando. Para isso, o professor simplifica as regras e a dinâmica de maneira que os alunos pratiquem formas rudimentares do jogo esportivo antes do jogofim.

Finalizando, os autores apresentam e defendem o conceito recreativo do jogo como sendo uma espécie de conjugação de se:

        jogar desde o princípio e a construção do jogo passo a passo (...). As séries de jogos dão aos principiantes a possibilidade de vivenciar um jogo que desejam aprender desde o início em sua idéia fundamental e, com um conhecimento crescente, experimentar formas mais difíceis (p. 189).

Nesse contexto, denominado de formalismo subjetivista ou psicologizante, apresentam-se também as concepções abertas ao ensino da educação física, em contraposição à tônica que vinha sendo dada no contexto escolar aos exercícios analíticos (calistenia), ao formalismo diretivo e ao reducionismo desportivizante através dos ensino dos movimentos especializados. Segundo Dieckert (1985:8) esses modelos de educação física são limitados em relação aos objetivos escolares como "maioridade crítica, independência, autodeterminação, autoorganização, etc., sempre no sentido da responsabilidade de cada cidadão na sociedade".

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