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Fichamento Sobre o Texto “A Saúde Doença como Processo Social”

Por:   •  28/2/2020  •  Resenha  •  1.466 Palavras (6 Páginas)  •  294 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO[pic 1][pic 2]

CENTRO BIOMÉDICO

FACULDADE DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Disciplina: Produção Social e Psicossocial da Saúde e da Enfermagem

Exercício 1:  Fichamento sobre o texto “A Saúde Doença como Processo Social”

LAURELL, A.C. A Saúde-Doença como Processo Social. Revista Latinoamericana de Salud, México, 2, 1982, pp 7-25. Trad. E. D. Nunes.

No final dos anos 60, intensificou a polêmica se a doença é essencialmente biológica ou social, questionando o paradigma dominante que a conceitua como fenômeno biológico individual e buscando as razões do aparecimento dessa polêmica no desenvolvimento da medicina, como na sociedade a qual se articula.

A partir destes anos finais da Déc. 60, no auge da polêmica acima, foram encontrados explicação fora da medicina, na vivência de lutas sociais com a crise política, social e econômica características da época. Um dos traços das lutas populares neste período é que elas colocam sob suspeita, de forma distinta e variável, o modo dominante de resolver a satisfação das necessidades de massas trabalhadoras. Assim, inicia-se uma critica para compreender de forma diferente os problemas de acordo com os interesses populares e capaz de dar origem a práticas sociais novas.

Por outro lado, o motivo principal, interna á medicina que dá origem ao questionamento do paradigma médico-biológico, encontra-se na dificuldade de gerar um novo conhecimento que permita a compreensão dos principais problemas de saúde que aflige países industrializados. Deriva-se de uma crise na prática médica, em que no cenário latino americano, a medicina não oferece solução satisfatória para melhoria das condições de saúde da coletividade. Mesmo as evidências mostrando as limitações da concepção biológica da doença e da prática que a sustenta, deve-se comprovar a corrente que sustenta a doença, sendo analisada fecundamente como processo social com sua colocação e utilidade na prática.  

O trabalho aborda e desenvolve idéias a partir de 3 tarefas expostas como forma de construir e enriquecer a teoria, por saber que o conhecimento e as formulações que existem a referências do processo saúde-doença como processo social são fragmentados e hipotéticos.

Dessa forma para comprovação e análise, a primeira tarefa é mostrar que a doença, efetivamente tem caráter histórico e social. Por um lado temos o conceito de saúde, que expressa como se define socialmente determinado fenômeno, e por outro lado se escondendo através da palavra “doença” existe o processo biológico que ocorre na população.

De acordo com a primeira tarefa, comprovar primeiramente, de forma empírica o caráter histórico da doença, esta não é pelo estudo de suas características no individuo, mas como ocorre o processo doença na coletividade humana. A natureza social da doença não se verifica no caso clinico, mas no modo característico de adoecer e morrer nos grupos humanos. Aprende-se sobre determinada doença, não a estudando em si, mas nos perfis patológicos que os grupos sociais apresentam. Sendo que, antes de constituir grupos a estudar é preciso constatar a diferença de seus grupos patológicos dentro de uma mesma sociedade, pois as classes que a compõe mostrarão condições de saúde distintas. Constitui como perfil patológico a patologia e a freqüência que determinado grupo a apresenta em um dado momento.

Realizado estudo e análise em diferentes populações e suas principais patologias, por exemplo, causas de mortalidade por doenças infectocontagiosas sendo substituída por doenças cardiovasculares e tumores pelo aumento dessas. Foi visto que o aumento de doenças não se explica a partir da prática médica, buscando explicações nas características das formações sociais em cada momento histórico. O perfil muda para uma mesma população de acordo com o momento histórico, permitindo confirmar que se verifica empiricamente o caráter social do processo saúde doença, enquanto fenômeno material objetivo e tal como se expressa no perfil patológico dos grupos humanos. E mesmo assim as diferentes formações sociais apresentam perfis patológicos que, a nível geral distinguem-se conforme o modo particular de combinar-se o desenvolvimento das forças produtivas e as relações sociais de produção, comprovando que o processo patológico dos grupos sociais de uma mesma sociedade se apresenta diverso quanto ao tipo de doença e sua freqüência.

Uma forma de mostrar o caráter social da doença e que permite também o aprofundamento nos determinantes sociais do perfil patológico é a analise das condições coletivas de saúde em diferentes sociedades, no mesmo momento histórico. Para demonstrar o caráter social da doença é necessário estudar o tipo, a freqüência e a distribuição da moléstia nos diversos grupos que constituem a sociedade. Existindo uma articulação entre o processo social e o processo de saúde-doença, este devendo assumir características distintas conforme o modo diferencial com que cada grupo se insere na produção e se relaciona com grupos sociais restantes.

A segunda tarefa da corrente médico-social é definir o objeto de estudo que permite uma compreensão profunda do processo saúde-doença com o processo social. Apesar do caráter social do processo doença parecer um fato indiscutível, há observações contraditórias a esse respeito, na literatura cientifica com investigações empíricas apresentando resultados discrepantes.  São estudos que tentam demonstrar que algum elemento social constitui um fator de risco de determinada doença. O que remete a análise da questão para compreender o caráter social do processo saúde-doença, identificar o objeto de estudo e a determinação. Em relação à primeira é preciso definir o que estudar e como investigar para gerar conhecimento relativo ao processo saúde-doença, enquanto processo social. Leva a indagar o que se entende por doença, sendo o primeiro conceito médico clinico, que entende doença como um processo biológico no individuo; o segundo é um conceito ecológico que vê a doença como resultada do desequilíbrio na interação entre o hóspede e seu ambiente.

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