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Cadeia de suprimentos do café

Por:   •  11/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.122 Palavras (13 Páginas)  •  4.345 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CAROLINA PESCADOR THIZON

HENRIQUE FERNANDES CONTRERAS

CADEIA DE SUPRIMENTOS APLICADA AO CAFÉ

PALHOÇA

2015

  1. INTRODUÇÃO

“O café chegou ao Brasil, na segunda década do século XVIII, através de Francisco de Melo Palheta. Estas primeiras mudas foram trazidas da Guiana Francesa. No século XIX, as plantações de café espalharam-se pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Os mercados nacionais e internacionais, principalmente Estados Unidos e Europa, aumentaram o consumo, favorecendo a exportação do produto brasileiro.

Os fazendeiros, principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi investido na indústria, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o desenvolvimento deste setor e a industrialização do Brasil. Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo.” DISPONIVEL EM:

Para entender a Cadeia de Suprimentos do café, foi necessário primeiro conhecer todo o processo produtivo do produto, sendo que este se inicia com a escolha de uma semente de qualidade, após isso a semente é plantada até se transformar na semente de café, esta semente pode ser vendida “pura” para as fabricas de café, que podem ser no Brasil ou a semente pode ser exportada para fora do Brasil. A semente ainda pode ser torrada ainda na própria fazenda ou nas fabricas de café e assim ser moída e transformada em diversos produtos ou pode este produto (semente torrada) pode ser usada para exportação.

Este trabalho terá foco principal na Cadeia Logística do Café no Brasil, focando no principal produto feito de café, o café torrado e moído utilizado como matéria-prima para o famoso “cafezinho”.

Abordaremos, o plantio da semente, a distribuição da semente para as fabricas de café moído e torrado e a distribuição do produto final para o mercado consumidor.

  1. DISTRIBUIÇÃO LOGISTICA DO CAFÉ

2.1 Plantio

O processo produtivo do café começa com uma seleção criteriosa das sementes que serão utilizadas para a plantação de café. Estas sementes são escolhidas, plantadas e mantidas em viveiros especiais, dando origem a pequenas mudas. As mudas passam por diversas etapas de crescimento e quando alcançam de quatro a seis pares de folhas em seus galhos, são levadas para os solos que abrigarão o cafezal.

O plantio das novas mudas deve ser feito durante a primavera, de setembro a dezembro. A planta, que tem preferência por solos bem drenados, demora, em média, dois anos e meio para alcançar o ponto de colheita. Durante este processo de desenvolvimento do cafeeiro, a planta deve receber cuidados especiais, sendo irrigada, adubada e protegida contra pragas..

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2.2 Florada

Após o sétimo ano da plantação, o cafezal atinge o ponto máximo de sua produção, alcançando a chamada bienualidade. A partir daí, os cafeeiros começam a ter boas colheitas ano-sim, ano-não. Isso acontece porque os frutos surgem em substituição às folhas. A ausência delas desgasta excessivamente a planta, por isso, na safra seguinte, ela direciona toda sua energia para a recomposição do verde, deixando a produção de grãos em segundo plano, por isso é interessante para o fazendo que possua produções intermediarias, para sempre ter uma parte da safra com bons grãos em toda colheita.

As flores brancas e perfumadas possuem cinco delicadas pétalas e aparecem entre setembro e novembro, elas darão origem aos grãos de café assim que o verão brasileiro iniciar. As flores que forem fecundadas se transformarão em pequenos frutos que, inicialmente, possuem a cor verde. Quando amadurecem, adquiremtons de vermelho ou amarelo, conforme a variedade da planta. Neste momento, é hora de iniciar a colheita

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2.3 Colheita

O processo de colheita acontece entre os meses de maio e agosto, quando a maioria dos frutos está madura. É importante saber o ponto certo de colheita para que não haja desperdício por conta do apodrecimento natural do café.

No Brasil, existem três tipos básicos de colheita: derriça, a dedo e mecânica. Durante o processo de derriça, um plástico é colocado embaixo da planta. Os grãos são arrancados e depositados sobre a lona, evitando o contato com a terra. O processo pode ser feito com a ajuda de máquinas ou até mesmo com as mãos.

Já a colheita feita a dedo exige muita mão de obra e consiste na escolha apenas dos grãos maduros. Por ser um processo caro e demorado, é pouco utilizado nas fazendas brasileiras. Enquanto isso, a colheita mecânica é feita rapidamente por uma máquina que acumula os grãos em sacas, que depois são despejadas em caminhões para transporte.

2.4 Processamento dos grãos de café

Depois da colheita, os grãos são preparados para serem levados à fábrica de café. Primeiramente, é feita a lavagem e separação dos grãos. Nesta etapa, são eliminadas impurezas típicas da roça: folhas, torrões, paus, terra e pedrinhas. Colocados na água, os melhores cafés boiam, enquanto os frutos verdes - não indicados para a produção – afundam e são descartados. Após o mergulho, é feito o despolpamento. Em máquinas apropriadas, são retiradas as cascas e polpa do fruto. Após isso, o café passa por um processo de fermentação, que dá conta de retirar toda a sua parte úmida, deixando a sementes prontas para sofrerem o processo de secagem.

2.5Secagem

No passado, os cafés eram espalhados em um terreiro e, devido ao calor oferecido pelos raios de sol, secavam. O processo era demorado e durava quase três semanas. Hoje, a secagem é feita por meio de secadores mecânicos: o café entra em um compartimento a 140°C, com 12,5% de umidade, e sai quase totalmente seco. Neste momento, o café começa a ficar amarelado. Então, a temperatura para de subir e ele é levado para o processo de torra.

Armazenar corretamente o café é guardar o produto por determinado período, preservando suas características originais. O armazenamento do café, em condições inadequadas, é considerado um dos principais fatores determinantes de perdas qualitativas e quantitativas no produto. Alguns cuidados de manejo devem ser observados em função de fenômenos como migração de umidade e condensação de vapor, infestação por insetos, além de outras ocorrências que podem favorecer a deterioração fúngica e contaminação por micotoxinas. 

O processo de secagem pode ser feito diretamente na fabrica ou na própria fazenda aonde o café é plantado, o que determina isso são é a estrutura do cafezal ou a demanda de necessidade do cliente.

Sempre que o cafezal for um exportador os grãos de café devem sofrer o processo de secagem no cafezal e armazenados em contêineres, caso o cafezal não seja um exportador ou tenha acordado com seus clientes que não fará o serviço de secagem ele pode enviar os grãos de café para uma fabrica que realizará o processo de secagem e assim seguir dois fluxos distintos, ser um exportador ou seguir o fluxo de produção normal da fabrica.

A fabrica de café Pilão®, na unidade de Jundiaí, atualmente possui um cafezal próprio e os grãos de café só sofreram o processo de secagem na fabrica, sendo de responsabilidade do cafezal somente embarcar os grãos em um contêiner conforme foto abaixo. A fabrica recebe uma média de 500 toneladas por dia, o que corresponde a cerca de 20 caminhões de grãos de café, quando os grãos chegam à fábrica são armazenados até o momento da secagem.

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O café pode ser armazenado como café coco ou pergaminho, logo após a secagem e antes do beneficiamento, a granel ou em tulhas, e, como café beneficiado, normalmente acondicionado em sacos de juta, empilhados nos armazéns.

2.5.1 Armazenagem em tulhas

O armazenamento do café em tulhas, logo após a secagem, é necessário para oferecer um período de repouso aos grãos. As tulhas de armazenamento devem ser construídas nas proximidades do terreiro ou dos secadores e ligadas às instalações de beneficiamento. Podem ser feitas de madeira tratada, alvenaria ou com paredes metálicas. A madeira, no entanto, é mais adequada por ser um material mau condutor de calor, reduzindo as variações de temperatura e a possibilidade de condensação de água sobre a massa de grãos. Devem ser localizadas em áreas bem expostas ao sol, em terrenos secos ou bem drenados e distantes do chão. Os locais devem, preferencialmente, apresentar temperatura máxima de 20ºC e umidade aproximada de 65%.

Essas condições garantem uma melhor conservação dos cafés, que mantém suas características naturais e teores de umidade em torno de 11 a 12% b.u..Quanto à capacidade de armazenamento, cada metro cúbico da tulha comporta 10 sacos de café em coco ou 12,5 sacos de café despolpado, do qual foi retirada a mucilagem antes do processo de secagem.

2.5.2 Armazenagem em sacaria de juta

Mesmo com os avanços tecnológicos experimentados ao longo dos tempos, o armazenamento do café ainda é feito, em quase sua totalidade, em sacarias. Neste caso, o café é armazenado em sacos de 60 kg que são dispostos em pilhas dentro do armazém. O motivo pelo qual essa ainda é uma das práticas mais usadas é o fato do saco de café ser uma unidade armazenadora de fácil manuseio e que se adapta bem ao comércio varejista.

Dentre as principais vantagens estão: segregação de lotes, que permite trabalhar com lotes de qualidade distinta em um mesmo espaço; facilidade de acesso aos lotes, de circulação de ar sobre a sacaria, de inspeção e amostragem; e mantém o produto armazenado por longos períodos sem riscos de deterioração. No entanto, o alto custo de instalação e operacional e o grande volume construído para o armazenamento são alguns dos fatores que compõem as desvantagens desse sistema.

Tradicionalmente, utiliza-se a saca de juta para acondicionar o grão em armazéns ou durante o transporte em caminhões e contêineres. Ela é confeccionada com fibra natural extraída de duas espécies vegetais, juta e malva. A trama da saca, que apresenta pequenas aberturas, funciona como um regulador de umidade, se esquentar demais o café começa a perder umidade, a juta começa a absorver; se, pelo contrário, o grão está precisando de mais umidade, as fibras, possuem um teor de umidade em torno de 14%, não deixam o grão ressecar, a saca ajuda a não alterar as características originais do café. 

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