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Custos De Processos Logisticos

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Por:   •  18/3/2015  •  3.038 Palavras (13 Páginas)  •  654 Visualizações

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MODELO DE CUSTOS LOGÍSTICOS*

JOSÉ VANDERLEI SILVA BORBA**

ARTUR ROBERTO DE OLIVEIRA GIBBON***

RESUMO

Em contexto de globalização, a distância física entre produtores de bens e de serviços e consumidores deixa de ser relevante. Isso determina que o gerenciamento de custos logísticos venha agregar valor relevante aos produtos comercializados, pois procura identificar e determinar a eficácia dos recursos consumidos internamente pela empresa e, externamente, procura fazer a análise da cadeia de valor. Nessa perspectiva, a definição das variáveis de custos está além de seus muros. Este trabalho propõe um modelo de apuração de custos logísticos, que atenda, simultaneamente, os custos de suprimentos e os custos de distribuição, com impactos sobre o processo de tomada de decisão.

PALAVRAS-CHAVE: Logística, Custos, Modelo.

ABSTRACT

In a globalized world, the physical distance between producers and costumers of goods and services is irrelevant. This determines that the logistic cost management can aggregate relevant value to commercialized goods by identifying and determining the effectiveness of resources used within the company and externally trying to do the value chain analysis. Therefore, the definition of cost variables goes beyond the company boundaries. This study proposes a model of logistic costs verification that serves the supply costs and the distribution costs at the same time, with impacts on the decision-making process.

KEYWORDS: Logistics, Costs, Model.

1 INTRODUÇÃO

Na busca pela sobrevivência, frente a um mercado globalizado e concorrido, as empresas procuram dinamizar seus processos, diferenciar competitivamente seus produtos e racionalizar as variáveis envolvidas no negócio. Apesar de importante, essa transposição de fronteiras nacionais não é movimento único de transformação para as organizações. Ashkenas et al. (1995) asseguram que as fronteiras da organização estão sendo ultrapassadas em quatro níveis: (i) eliminação de barreiras verticais (ou redução de níveis hierárquicos), que implica o achatamento das pirâmides organizacionais; (ii) eliminação das barreiras horizontais, com enfraquecimento dos departamentos e da especialização funcional; (iii) eliminação de barreiras externas, pelas parcerias e alianças com fornecedores, clientes e competidores, e (iv) eliminação de barreiras geográficas, com a construção de alianças estratégicas para a exploração de novos mercados.

Dentro do conjunto de variáveis que traduzem a realidade da empresa, os custos talvez sejam os mais evidentes, pois interferem diretamente nos resultados, sendo um forte componente competitivo. Por isso, suas formas de análise e de compreensão vêm se modificando em função das exigências do atual contexto, tornando-se, cada vez mais, um instrumento de gestão estratégica. Percebe-se que os clientes não mais admitem absorver os custos da ineficiência produtiva das empresas e exigem produtos com qualidade, baixo preço, confiabilidade e disponibilidade na entrega. De outro lado, as empresas cada vez mais exigem, de seus fornecedores, suprimentos em quantidade, qualidade e tempo, capazes de evitar retrabalhos e custos desnecessários.

No contexto econômico e com a abrangência de operações das grandes empresas, foi percebida a importância de analisar o negócio de forma mais ampla, para além dos muros. É preciso incentivar parcerias regionais e globais. Por conseguinte, fica evidente a necessidade de se evoluir na análise dos custos, buscando relacionar custos internos com custos externos, atingindo fornecedores, intermediários e clientes.

Na estrutura da gestão de custos, seu gerenciamento exige um enfoque amplo, que Porter (1989) caracterizou como cadeia de valor, ou seja, a reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar, entregar e sustentar um produto. Hansen e Mowen (2001, p. 425) esclarecem que a cadeia de valor “é o conjunto de elos de ligação das atividades de criação de valor da matéria-prima até o

* Trabalho apresentado ao VI Congresso Virtual de Administração – CONVIBRA, 2009. www.convibra.br

** Professor Adjunto Dr. Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (ICEAC). Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais (NuPER). Curso de Administração. Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Rio Grande / RS.

*** Professor Assistente MSc. Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (ICEAC). Curso de Ciências Contábeis. Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Rio Grande / RS

SINERGIA, Rio Grande, 86 14 (2): 85-98, 2010.

descarte do produto acabado pelo usuário final”. Na configuração da cadeia de valor, Porter (1989) ainda salienta, num primeiro momento, as atividades de produção, comercialização, marketing e distribuição de produtos. Num segundo momento, aparece a idéia de articular as diversas empresas que atuam na produção e na comercialização de produtos, o que inclui os produtores de matéria-prima e os consumidores finais.

A cadeia de valor começa com os fornecedores, passa pelos intermediários e chega aos consumidores finais. É necessário compreender, no conjunto da empresa, a cadeia de valor de que participa, para que possa fazer uma adequada gestão de custos. Empresas que utilizam a abordagem da cadeia de valor terão maior vantagem competitiva (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997).

Portanto, a cadeia de valor é fundamental na gestão de custos, pois a eficiência e eficácia no gerenciamento das atividades passam, além do ambiente interno, por um enfoque externo à empresa. Entre os diversos custos de uma cadeia de valor, ressalta-se a importância dos custos relacionados à logística. Ballou (1993, p. 19) observa que “a relevância da logística é influenciada diretamente pelos custos associados às suas atividades”. Inúmeros custos compõem a logística empresarial, sejam os de suprimentos, sejam os de distribuição. O fluxo de materiais (produtos e informações), desde o ponto de origem até o ponto de consumo, constitui o custo logístico ao longo da cadeia de valor, desdobrando-se em variáveis a serem consideradas e analisadas.

Para Novaes (2001), a logística vem em evolução constante, sendo um dos elementos-chave na estratégia competitiva das empresas. Por muito tempo, a logística foi relacionada apenas à armazenagem e ao transporte de produtos. Em tempos recentes, a logística passou à condição de ponto nevrálgico

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