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ELABORAÇÃO DE MAPA DE VULNERABILIDADE PARA O MUNICIPIO DE GLÓRIA DE DOURADOS COMO SUBSÍDIO À GESTÃO DE ESTRADAS VICINAIS

Por:   •  21/10/2021  •  Artigo  •  3.259 Palavras (14 Páginas)  •  82 Visualizações

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ELABORAÇÃO DE MAPA DE VULNERABILIDADE PARA O MUNICIPIO DE GLÓRIA DE DOURADOS COMO SUBSÍDIO À GESTÃO DE ESTRADAS VICINAIS

Vicente Pallotti do Nascimento Filho¹

Joelson Gonçalves Pereira²

José Daniel de Freitas Filho³

¹Pós-graduando do MBA em gestão ambiental municipal da UFGD,

Email: vicente_pnf@hotmail.com 

²Professor Drº da UFGD, Email: JoelsonPereira@ufgd.edu.br;

³Professor Drº da UFGD, Email: josedanielfilho@gmail.com

INTRODUÇÃO

Segundo Tozoni-Reis (2003), a relação existente entre o homem e a natureza adquire, cada vez mais, um caráter predatório. Este processo se tornou mais evidente após a Revolução Industrial, quando a utilização de recursos naturais se deu de maneira mais ostensiva.

As estradas vicinais, primeira intervenção humana em terras virgens, é considerada instrumento de desenvolvimento social e econômico coletivo, porém, se não for considerada as inter-relações entre o solo, água das chuvas que devem circular pela superfície e fatores ambientais que o circundam, o seu assentamento construtivo fica comprometido. Em muitos casos, estes fatores levantam inúmeros problemas sociais, ambientais e econômicos, como: erosão do solo e do leito de estradas, assoreamento de cursos d’água, alteração do regime hidrológico e usuários da bacia. Há, também, transtornos para escoamento e trânsito das comunidades próximas, prejuízos econômicos para o munícipio, devido ao elevado custo de manutenções e recuperação das vias, dentre outros fatores desgastantes de todo sistema espacial (ZOCCAL, 2016).

No contexto apresentado, o projeto de colonização fundado em 1943, pelo Decreto-Lei 5.941, de 28 de outubro, no Estado de Mato Grosso, criando a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), tinha como principal objetivo do governo, povoar o país e assegurar a nacionalização das fronteiras, porém esse desenvolvimento ocorreu sem um diagnóstico preliminar. As 6.200 famílias que migraram para essas áreas rurais desmataram cada dia mais a vegetação nativa, sob pena de perder a terra e exploraram o solo sem o correto manejo.

 No projeto de colonização deveriam ter sido consideradas inter-relações, como identificação das microbacias hidrográficas, levantamento físico, planialtimétrico, de forma a acompanhar a topografia, implantando técnicas de manejo do solo nas vias, como construção de caixas de contenção, evitando gastos futuros com manutenção e diminuindo a lixiviação do solo para coleções hídricas.

A geotecnologia, no contexto de obras lineares, apresenta-se como importante ferramenta para subsidiar a gestão municipal na manutenção das estradas existentes e novos projetos, utilizando-se da combinação de mapas, cartas e as representações digitais de superfícies. As representações de superfície, que têm por objetivo apresentar as diferentes curvaturas verticais de uma vertente, têm apresentado uma boa aplicabilidade, de forma a nortear ações de órgãos públicos e privados, responsáveis por planejar o uso do solo de forma mais adequada e na resolução e prevenção de problemas gerados pelos diferentes tipos de feições, no sentido de obterem melhores resultados no uso do solo, minimizando os impactos a ele associados (VELOSO, 2002).

No modelo de representação de superfícies, temos que a concavidade/convexidade de uma determinada vertente é influenciada por diversos fatores, como a pedologia do local, onde se apresentam intimamente ligadas aos problemas de erosão nas vertentes, causados, na sua maioria, pelo escoamento superficial e de subsuperfície, ambos relacionados à curvatura da vertente (NUNES, 2005).

OBJETIVOS

Geral

O presente trabalho tem como objetivo caracterizar os padrões de vulnerabilidade das estradas vicinais do município de Glória de Dourados, designando técnicas de manutenção e conservação.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho foi desenvolvido como uma pesquisa de caráter quantitativo, sistêmico e não experimental, mediante o emprego de técnicas de geoprocessamento, cujos procedimentos operacionais foram favoráveis à construção de um diagnóstico de gestão das estradas vicinais municipais, no contexto da suscetibilidade.

A base de dados da área de estudo foi implementada em ambiente SIG, sendo adotados, como parâmetros cartográficos, a projeção UTM (Universal Transversa de Mercator), Sirgas 2000 e zona meridiana 21S. A estrutura de banco de dados georreferenciados foi produzida com o emprego do aplicativo SIG Quantum GIS, versão 2.18. Este programa dispõe de funcionalidades que possibilitam análise espacial das estradas vicinais, além de permitir a integração e visualização dos dados, como os arquivos em shapefiles.

Os arquivos shapefiles, referentes às temáticas geologia e solos, foram obtidos da plataforma SISLA/IMASUL, acessados no site http://sisla.imasul.ms.gov.br/sisla/pagina_inicial2.php.

O mapa de curvatura de vertente foi produzido a partir de dados disponibilizados pelo programa TOPODATA do INPE, assim como os demais dados MDS (modelo digital de superfície) empregados no trabalho.

O mapa de uso e ocupação do solo foi obtido a partir de imagem LandSat8 OLI/TIRS, bandas 4, 5 e 6, datadas de 04 de agosto de 2019, utilizando-se da técnica de classificação supervisionada, com o emprego de classificador bhattacharya.

Por meio da classificação de vertentes, no perfil da área de estudo, foi possível obter dados relevantes quanto à classificação da curvatura de suas vertentes, pois, ainda segundo Nunes (2005), vertentes convexas estão geralmente associadas aos segmentos com maior comprimento de rampa, enquanto as côncavas estão relacionadas às cabeceiras de drenagem, em vales com uma bacia de recepção sensivelmente alargada.

A integração dos temas mapeados, a partir do relacionamento de suas variáveis, foi realizada por operação de álgebra de mapas executada em ambiente LEGAL (Linguagem Espacial de Geoprocessamento Algébrico), recurso para criação de linguagem de programação, disponível no SIG Spring. Isso permitiu a geração do mapa síntese de vulnerabilidade ambiental do território municipal, sendo classificado em quatro níveis: baixa, média, alta e muito alta vulnerabilidade.

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