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Manufatura Integrada por Computador

Por:   •  20/9/2016  •  Projeto de pesquisa  •  2.467 Palavras (10 Páginas)  •  476 Visualizações

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Manufatura Integrada por Computador

1 - Manufatura

Na maioria das organizações, os envolvidos direta ou indiretamente com a manufatura encontram muitas dificuldades para atender às expectativas e exigências de um mercado cada vez mais competitivo. Os problemas enfrentados não se devem apenas às fraquezas dos próprios processos produtivos, mas também, devido às exigências crescentes dos clientes, ao aumento do nível de desempenho dos concorrentes e, em geral, às frequentes novidades interpostas pelo mercado. É preciso, desta forma, ter sempre em mente que o alinhamento da capacidade e capabilidade do sistema de manufatura com as demandas continuamente em movimento do mercado é uma atribuição permanente de quem dirige e planeja a manufatura. A manufatura é complexa, envolve grande número de colaboradores, mais ou menos qualificados, ligados diretamente à produção ou em diversas funções de apoio, equipamentos, sistemas e softwares de diversas origens e naturezas. A produção pode ser em pequenos volumes, de produtos altamente complexos, de volumes médios de produtos de alto desempenho, ou de pequeno ciclo de vida. Ou ainda, podem ser commodities produzidas em larga escala, com ciclos mais ou menos longos de vida. Fato é que os processos produtivos são tão variados quanto os produtos que manufaturam. E, nos últimos anos, um incontável número de novas tecnologias surgiu como alternativas para oferecer ganhos de produtividade e de capabilidade. A importância de um planejamento da manufatura muito bem feito, é fundamental principalmente quando se tem em mente os custos e os riscos envolvidos.

2 - Breve histórico

Apesar de a revolução industrial remontar ao início do século XVIII, até o início do

século XX a base de todo o sistema produtivo ocidental era predominantemente rural e agrícola. Até então, a maioria dos produtos era feita por artesãos, em geral altamente experientes, os quais utilizavam ferramentas simples, mas flexíveis, dedicadas a um tipo único de produto. Os produtos eram vendidos pelos próprios artesãos em suas casas ou em pequenos mercados que existiam em quase todos os aglomerados urbanos que floresciam na época. A transição da Era da Agricultura para a Era Industrial foi acompanhada de profundas transformações influenciadas pela ênfase no pensamento científico, pelas mudanças políticas, pelas inovações tecnológicas e científicas, entre outras. O advento da máquina a vapor foi responsável pela introdução na Inglaterra, no início do Século XVIII, das primeiras fábricas mecanizadas. As primeiras fábricas eram pequenas, e a mecanização ainda coexistia com uma série de operações manuais e artesanais que limitavam a variedade de produtos a serem fabricados. Os proprietários, altamente qualificados muitas vezes, ex-artesãos, tinham o controle total sobre seus funcionários e respectivos processos. Muitas vezes delegavam a um funcionário para auxiliá-los na coordenação e no controle da mão de obra. Até o início do século XX, conforme, os automóveis eram fabricados sob encomenda. O cliente discutia o projeto do carro com o fabricante, que adaptava o produto ao gosto do cliente. Muitas vezes, para mesmo um mesmo modelo de automóvel, era muito pouco provável existir carros idênticos, devido não só a essas modificações de projeto como também a uma série de fatores relacionados à fabricação, como o controle dimensional das peças, pois as oficinas mecânicas não dispunham de nenhum sistema metrológico de controle. Sendo assim, o controle de qualidade ficava seriamente comprometido, além da dificuldade para se produzir em larga escala.

3 - A Era da Produção em Massa

A era da produção em massa pode ser dividida em três grandes fases: a primeira fase se dá com o surgimento da indústria têxtil britânica por meio da mecanização dos teares; a segunda fase reflete o surgimento da administração científica difundida por Taylor e sua aplicação por Henry Ford na criação das linhas de montagem. Por fim, a consolidação por meio da criação das grandes corporações, com Alfred Sloan na General Motors. A segunda metade do Século XIX testemunhou a transformação do ambiente fabril pelos avanços em energia, transporte, comunicações e processo produtivo. As fábricas tornam-se maiores para atender o crescente mercado consumidor, produzindo o mesmo produto em larga escala. Essa prática proporcionou, redução dos custos de manufatura, a melhoria contínua dos processos e o ganho de economia de escala alcançados no período. Em 1913, Henry Ford combinou os conceitos da especialização da mão de obra e da intercambiabilidade de peças e componentes para desenvolver a linha de montagem. Surgia, assim, a produção em massa, utilizando mão de obra semi-qualificada ou até mesmo desqualificada, mas fixa. O produto, no caso o automóvel, movimentava-se pela linha agregando peças e componentes. A taxa de produtividade atingiu números até então inimagináveis para a época. O resultado era que, mesmo pagando bem mais do que os padrões de mercado da época, o custo barato de mão de obra decrescia em relação ao valor do produto. O sistema produtivo de Ford constituía do leiaute tipo oficina para os setores de usinagem e conformação, agrupando máquinas de acordo com a sua função, de linha guiada pelo operador para a montagem e, por fim, de linhas guiadas por equipamento ou operador para os componentes. Ford também inovou no projeto do produto, ao introduzir o conceito de produto de custo baixo, acabamento rústico, grande durabilidade e fácil manutenção (no caso, o mesmo chassi para as nove versões do modelo T). Nos anos 20, Alfred Sloan, utilizou alguns conceitos desse tipo de produção para reerguer a General Motors. Para tanto, ele estende os conceitos de Ford e Taylor a toda a corporação, criando divisões descentralizadas e gerenciadas por índices de controle emitidos por meio de relatórios. Sloan teve papel fundamental na revolução do marketing e gerência da indústria automobilística. Sloan, e a sua GM, inovam ao desenvolver cinco modelos novos para atender a faixas distintas de consumidores. Este sistema de manufatura baseado na produção em massa e apoiado nos conceitos da Administração Científica de Taylor, e da Organização do Trabalho e Padronização do Produto de Ford, aplicados por Sloan na estrutura de grandes corporações, começou a ser questionado a partir da década de 50 e foi, desde então, perdendo espaço significativo para a produção dita flexível e seus apelidos dados por vários autores.

4 - A Era da Produção Flexível

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão, diferente dos EUA, desenvolveu uma

abordagem alternativa ao sistema de produção em massa. O Japão tinha urgência em reerguer sua indústria destruída, mas não tinha capital para enfrentar as grandes corporações dos EUA, o que exigiu abordagem criativa. Tal abordagem consistia em basear a produção em equipes de trabalhadores com multi- habilidades, e equipadas com ferramentas flexíveis, para produzir uma variedade de produtos em pequenos volumes. Foram introduzidas inúmeras técnicas e filosofias de melhorias nas linhas de produção, visando à redução de custos e à alta qualidade dos produtos. Como resultado, foi possível colocar no mercado produtos variados e produzidos em escala relativamente pequena e, mais importante, com qualidade até então não atendida. Como consequência, ocorreu uma invasão de produtos japoneses no mercado dos EUA e da Europa. O país destruído pela guerra tornou-se a segunda maior economia do planeta em menos de 30 anos. Enquanto isso, nos EUA, viu-se o fechamento de inúmeras empresas. As que permaneceram produzindo foram obrigadas a rever seus conceitos e evoluir do sistema de produção em massa, investir pesado em tecnologia, tudo isso para tentar acompanhar os novos líderes da nova revolução industrial que se instalou a partir da década de 80 passada.

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