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O Desenvolvimento de Fornecedores

Por:   •  7/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.905 Palavras (8 Páginas)  •  57 Visualizações

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Análise do emprego das modalidades de frete pela empresa Agrojuice

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Em todas as empresas ou indústrias produtivas, existe a relação entre companhia e fornecedor. No geral, eles são responsáveis por fornecer os insumos necessários para que o negócio possa acontecer. Essa relação de compra e venda deve ocorrer da forma mais harmônica possível, dado que deve apresentar vantagens para ambos os lados. [1][2]

Para que essa relação ocorra, de forma geral, há movimentação de materiais, e a modalidade de frete empregada por qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, é parte fundamental da cadeia de suprimentos, seja na compra de insumos, como por exemplo matérias-primas de outros fornecedores (B2B) ou na entrega ao cliente final (B2C). Todo esse processo de transporte deve acontecer de forma eficiente e segura, tanto para o vendedor quanto para o comprador, e as variáveis atreladas ao processo devem ser meticulosamente analisadas, dado que o transporte representa uma grande fatia dos custos logísticos. [3]

Algumas empresas investem em suas próprias redes logísticas, enquanto outras optam por terceirizar o serviço, e não há certo ou errado neste tema, e sim a análise de qual modalidade melhor se encaixa em cada uma das relações entre compradores e vendedores. Segundo Ballou, os compradores reconhecem a relevância desse aspecto da logística, o frete, e às vezes chegam a considerar um atributo tão importante quanto o preço e a qualidade das mercadorias. O frete é peça fundamental para uma companhia, uma vez que para o comprador, o processo de venda só termina quando tem o produto em mãos. [1]

Existem várias modalidades de frete, as quais visam definir as responsabilidades entre comprador e vendedor, e aqui serão exploradas duas delas, que foram incorporadas da logística internacional, as modalidades CIF e FOB. A modalidade CIF, sigla em inglês para cost, insurance and freight, determina que o vendedor assuma todas as responsabilidades pelo transporte, enquanto a modalidade FOB, sigla em inglês para free on board, determina que o comprador é o responsável pelo processo de transporte. E cada uma delas apresenta suas vantagens e desvantagens, e devem ser aplicadas de forma estratégica pelas empresas. [1]

Dessa forma, a fim de aprofundar o tema e entender melhor essas duas modalidades de frete, e quando devem ser aplicadas, será apresentada uma análise de uma empresa fictícia produtora brasileira de suco de laranja. Neste contexto, será exposto um estudo de caso de um cenário hipotético de uma indústria de sucos, a relação de fornecedores, quais as modalidades de compra para cada um deles e uma análise crítica da viabilidade de emprego do milk run.

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O Brasil detém o posto de maior produtor mundial de laranja e suco de laranja, tendo uma área total de plantio estimada em quase 800 mil hectares. Além disso, estima-se que a cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, três são provenientes do Brasil – o país detém 50% da produção total mundial e exporta 98% do que é produzido. [4]

E dentre todos os produtores nacionais, está a Agrojuice, empresa familiar fundada em 1990 e que possui vasta experiência na citricultura. Possui sede no município de Paranavaí, ao noroeste do estado do Paraná, região que possui clima e solo apropriados para o cultivo desse tipo de frutas.

A empresa é responsável por todo o processo produtivo, que abrange desde a seleção das sementes de cultivo próprio, plantio, colheita e transformação da fruta em suco, e investe em alta tecnologia, como instalações e equipamentos modernos, profissionais especializados, processos automatizados, rigoroso controle de higiene (não tendo nenhum contato manual durante o processo) e relação apenas com fornecedores idôneos.

Os sucos da empresa Agrojuice são 100% naturais, sem conservantes, aditivos, corantes ou aromas artificiais e podem ser encontrados em diversos distribuidores nacionais em garrafas plásticas transparentes nos tamanhos 350ml, 900ml, 1,5 litros e 3 litros.

A relação de fornecedores é fundamental para o sucesso da Agrojuice, dado que após o plantio e colheita da fruta, é necessário transformá-la em suco e envasar o produto para posterior distribuição, e este relacionamento dos principais fornecedores será apresentado mais detalhadamente no próximo tópico.

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Para a análise de modalidade de compra/frete, serão apresentados os quatro principais fornecedores de insumos e matérias-primas da Agrojuice, bem como os produtos fornecidos, suas quantidades e também, e mais importante para essa análise, a localização de cada um.

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Como é possível notar na tabela 1, três dos quatro principais fornecedores estão no mesmo estado que a Agrojuice, enquanto o fornecedor de garrafas está no estado de São Paulo, e será discutido qual a modalidade de transporte a empresa pratica com cada um deles. Para tanto, abaixo temos o mapa que demonstra a distância entre cada um destes pontos.

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Figura 1: Localização dos principais fornecedores da Agrojuice. Fonte: elaborada pelo autor.

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Abaixo, na tabela 2, é apresentada a modalidade de compra que a Agrojuice executa com cada um dos seus quatro principais fornecedores.

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Para a empresa que fornece as garrafas plásticas à companhia, a modalidade empregada é a CIF, ou seja, a C Plast assume todas as responsabilidades pelo transporte da mercadoria – vale ressaltar que a empresa possui uma sólida estrutura logística e conta com carros de frota própria há muitos anos. Para este caso, dado que a Agrojuice não possui uma malha logística própria robusta e por ser a rota mais distante e não possuir tanta expertise neste setor, a estratégia da empresa foi adotar a modalidade que não necessite de um controle próprio, além disso, as duas empresas possuem uma ótima relação, e nos 15 anos que já atuam juntas, nunca tiveram problemas quanto a avarias no transporte, atrasos ou qualquer outro problema. O que facilita essa modalidade.

Para as empresas Gráfica 48 e Plastil, que estão situadas também no Paraná, a modalidade de frete praticada é a FOB. Neste caso, a Agrojuice é responsável pela coleta nos fornecedores, e realiza este processo juntamente à uma empresa local de transportadoras, que por ser parceira antiga, tem um valor bastante atrativo para a região.

E por fim, para a empresa Box Sallum, foi negociada a modalidade CIF, uma vez que a empresa apresentou uma proposta que parecia muito interessante à Agrojuice, dado que eles já possuíam um contrato com uma transportadora pequena de sua confiança. Porém, a Agrojuice já enfrentou muitos problemas com a entrega de seus insumos, chegando a receber cargas com avarias, peças faltantes e significativo atraso, o que nessa ocasião, obrigou a empresa a comprar caixas de outra empresa, de forma emergencial, o que custou caro á companhia. Dessa forma, dado todos os problemas enfrentados com o recebimento dos produtos da Box Sallum, a companhia deveria repensar o contrato e mudar a modalidade para FOB, pois assim poderia escolher uma transportadora de sua confiança (até mesmo àquela que já faz o serviço na mesma região buscando os produtos da Gráfica 48 e da Plastil), e assim ter maior controle sobre todo o processo.

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Para a implementação de milk run, algumas condições mínimas devem ser obedecidas, dentre elas, é possível citar a quantidade e localização dos fornecedores, que não devem ser muitos e devem estar localizados relativamente próximos entre si, mas principalmente do cliente. Pensando neste quesito, é possível implementar o milk run nos três fornecedores que estão no Paraná: Gráfica 48, Box Sallum e Plastil. Mas para isso, a modalidade de todos deve ser FOB, e a Box Sallum é CIF. Ressaltando que a empresa fornecedora de garrafas, localizada no estado de São Paulo, deve continuar com seu modal inalterado, e sem fazer parte do milk run. [2]

Como já citado, a Agrojuice teve alguns problemas com a Box Sallum na modalidade CIF, e como a empresa não quer parar de fornecer as caixas, dado que é um dos seus maiores clientes, a modalidade deve ser reajustada para FOB. Dessa forma, tendo os três fornecedores do Paraná com modalidade FOB, a Agrojuice pode implementar o milk run e obtendo maior controle do processo, redução de custos, aumento da produtividade da área de recebimento, dentre outros benefícios. [2]

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Sob o ponto de vista econômico, a implementação do milk run pode ser justificada, dado que a Agrojuice irá realizar o processo com a transportadora que já possui contrato com eles há bastante tempo, e conforme os dados abaixo apresentados na tabelas, conseguimos entender os custos envolvidos e quais as vantagens.

*Considerando que a Box Sallum já iria mudar a modalidade para FOB independente do milk run.

Na tabela 3 abaixo, tem-se a distância percorrida no processo de transporte sem o milk run, e se fossem feitos de forma individual, o percurso total seria de 488km.

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Com a proposta de implementação do milk run, conforme o mapa abaixo, a coleta nos fornecedores, que ficaria sob responsabilidade da Agrojuice, seguiria a rota:

  • Agrojuice 🡪 Box Sallum: 74km
  • Box Sallum 🡪 Plastil: 80km
  • Plastil 🡪 Gráfica 48: 175km
  •  Gráfica 48 🡪 Agrojuice: 78km

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Considerando essa rota, o percurso total seria feito em 407km, 81km a menos do que a rota anterior sem considerar a implementação do milk run. Com a diminuição dos quilômetros necessários no processo, há consequente redução no custo do frete a ser pago pela Agrojuice à transportadora parceira, fator que é sempre perseguido no processo logístico, mostrando assim a viabilidade da implementação neste caso.

Para tanto, além do critério de quantidade de fornecedores e proximidade, a empresa deve atentar-se a outros pontos importantes para o sucesso da implementação. Dentre eles, é possível a adequação das embalagens, para que sejam padronizadas e permitam a melhor utilização da capacidade do veículo, compartilhamento de informações, dado que o sistema funciona como uma coleta programada e todos os elos do processo precisam estar atualizados de eventuais problemas e confiabilidade dos fornecedores e transportadora, uma vez que o processo é cíclico, todos devem cumprir com seus horários e obrigações. [2]

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Conforme a análise do cenário da empresa fictícia produtora de suco de laranja Agrojuice, é possível verificar que a modalidade de frete empregado varia de acordo com a situação e com os fornecedores envolvidos. Em casos que o comprador não quer ser responsável pelo frete, seja por não possuir a expertise necessária para gerenciar algum transporte em específico, seja por questão de custos ou qualquer outro motivo, a modalidade mais adequada é a CIF, enquanto em casos que o comprador deseja ter absoluto controle sobre o frete e a entrega, o mais adequado é empregar a modalidade FOB.

Ainda em termos da modalidade FOB, o comprador pode desenhar um processo em que, fornecedores próximos entre si, sejam passíveis da implementação do processo de milk run, que permite, além do controle sobre o frete, a maior eficiência do processo, redução de custos, melhor controle de estoques e melhor gerenciamento do recebimento.

Para cada caso, é necessária uma análise de viabilidade e análise de vantagens e desvantagens, dado que nenhum processo é fixo, e pode ser ajustado frente à melhor opção disponível.

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[1] BALLOU, RONALD H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5ª. ed. Porto Alegre. Bookman, 2006

[2] RODRIGUEZ, Carlos Manuel Taboada. Procurement e desenvolvimento de fornecedores. Rio de Janeiro: Fgv, 2022.

[3] ROBERTO; IRZO, A.; BECKEDORFF. Armazenagem e movimentação de materiais. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?codigo=8654>.

[4] Laranja: das plantações brasileiras para o mundo. Disponível em: <https://digital.agrishow.com.br/culturas/laranja-das-plantacoes-brasileiras-para-o-mundo>.

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