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P&D COMO ESTRATÉGIA PARA COMPETIR NO MERCADO

Por:   •  17/2/2022  •  Relatório de pesquisa  •  1.397 Palavras (6 Páginas)  •  88 Visualizações

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P&D COMO ESTRATÉGIA PARA COMPETIR NO MERCADO:  CASO EMBRACO

 

REBECA ARIADNE CARVALHO SILVA

 

 

A alta da competitividade no mercado imposta pela globalização impulsiona as empresas a procurarem formas de sobreviverem aos dias atuais. Com a abertura de espaço dado pela sociedade industrial para a sociedade do conhecimento, as atividades de inovação tecnológica tornaram-se imprescindíveis para o sucesso empresarial. Partindo da necessidade de criar um diferencial competitivo, a tecnologia permite a inserção de novos produtos ou serviços no mercado, com menor custo e com maior qualidade, gerando vantagem sobre os concorrentes.  

 

Desta forma, o conhecimento organizacional, caracterizado pela capacidade de aprendizado, criatividade e solução de problemas pode ser entendido e transformado em tecnologia incorporando-a pela empresa na sua linha de produtos satisfazendo as necessidades de seus clientes atuais ou criando novas demandas (MORT, 2001), através dos centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), sendo umas das principais fontes para mudança da estratégia organizacional.

 

As vantagens competitivas precisam ser reinventadas, com o contínuo desafio de produzir mais e melhor, acompanhando a velocidade das transformações e a complexidade crescente dos desafios do mercado (TERRA, 2008, p. 2) acrescenta,

 

 

Esta coincidência aponta para uma grande oportunidade, a de se criar círculos virtuosos de geração de conhecimentos. Estes ocorrem no momento em que as empresas cientes da necessidade de se reinventarem, desenvolvem competências capazes de testarem diferentes ideias, capazes de aprenderem com o ambiente e de estarem sempre buscando grandes desafios.  

 

 

Apesar da grande disponibilidade de fontes de informação que motivam a inovação, bem como a difusão do conhecimento em inovação aberta, útil para pequenas empresas de base tecnológica e possuintes de recursos limitados, decerto são os centros de P&D os principais detentores de conhecimento com relevância estratégica, visto a exclusividade, e a propriedade intelectual restrita. MADHOK (1996) e LANGLOIS (2003), destacam ainda, a área de P&D como sendo o repositório do recurso competitivo de valor agregado mais relevante e que oferece a condição ímpar de diferenciação – o conhecimento de base, permitindo às organizações a utilização dessas próprias fontes de conhecimento para adotar estratégias que privilegiam a adaptação contextual e situacional, de acordo com a estratificação de consumidores em nichos globalmente distribuídos (ORTIZ, 2003).

 

De maneira evidente a gestão de P&D deve ter uma liderança estratégica e inovadora, atuando de forma integrada com outros setores da empresa, sendo capaz de buscar e reconhecer oportunidades tecnológicas, entender suas capacidades bem como suas limitações, operando de forma dupla na empresa, pois não basta gerar o conhecimento, sendo indispensável a operacionalização das ideias oriundas dessas pesquisas, a fim de prová-las, refiná-las, e apontá-las para aplicações comerciais, seja na forma de novos produtos, processos e/ou serviços (Jugend & Silva, 2013).  

 

De acordo com o Perfil Setorial da Indústria, plataforma lançada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que reúne dados sobre mercado de trabalho, tributação, produção, comércio exterior, custos, inovação e investimentos, o investimento industrial em inovação de processos e produtos cresceu 33,4% entre o período de 2016 e 2019, indo de R$ 12,7 bilhões para R$ 16,9 bilhões. Esse cenário mostra o empenho empresarial na busca de fortalecer o ecossistema de inovação no País, visto que ciência e tecnologia são indispensáveis ao desenvolvimento da nação.

 

O território Nacional é palco de grandes exemplos na utilização de P&D, impulsionando a criação de tecnologias e modelos de negócio inovadores responsáveis pelo reposicionamento de diversas empresas no mercado. Como referência em P&D temos a Embraco, que revolucionou o mercado de refrigeradores com o lançamento do Wisemotion, compressor sem óleo para refrigeradores, sendo o primeiro do mundo com essa tecnologia.

 

Fomentada pelo objetivo de desenvolver produtos com melhor eficiência energética e menor impacto ambiental, a Embraco inovou desenvolvendo um novo conceito de compressor hermético. Além de não utilizar óleo, o compressor possui grande versatilidade já que é capaz de regular sua potência automaticamente conforme a demanda, essa adaptação permite a economia de mais de 20% no consumo de energia, gerando uma importante vantagem competitiva até mesmo sobre os refrigeradores de alta eficiência energética já disponibilizados no mercado.

 

Atuante em mais de 80 países a empresa busca oferecer soluções inovadoras visando uma melhor qualidade de vida, reforça Adriano Mota, Gerente de Promoção e Estratégia de Produto da Embraco “Somos apaixonados por criar ótimas experiências por meio da inovação e do que fazemos, e a nossa missão é oferecer soluções inovadoras para uma melhor qualidade de vida”. Em conjunto da paixão por inovação, o centro de P&D fortemente conectado procura constantemente soluções para alguns entraves: Como fazer os compressores de maneira diferente? Onde simplificar? Resultado dessas questões foi a criação de um compressor sem óleo; estopim para surgimento do Wisemotion. Essa abertura para argumentações de ideias e suposições possui grande importância para Dionne, Yammarino, Atwater e Spangler (2004), que evidenciam a importância dessas equipes no processo de mudança das práticas organizacionais.

 

Esse novo conceito de compressor foi benéfico aos diversos setores da cadeia produtiva, posto que com a eliminação do óleo, também ocorreu a eliminação do seu processo logístico, indo desde a aquisição até o seu descarte pelo cliente. Consequentemente, a retirada do óleo dos processos produtivos resultou em economias, tanto da sua inserção no processo produtivo quanto do gás refrigerante, que em contato com o óleo tem sua funcionalidade reduzida gerando uma maior necessidade do mesmo. Um grande ponto a ser destacado, que abre espaço para novas soluções tecnológicas para os fabricantes e para novas tecnologias é a capacidade do compressor ser posicionado em qualquer lugar, já que o óleo não precisa mais circular todo o sistema e retornar ao compressor, por gravidade. Essa flexibilidade abre uma série de possibilidades quanto ao design e modos de utilização.  

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