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Resenha Engenharia de Produção e Administração

Por:   •  17/10/2022  •  Resenha  •  1.509 Palavras (7 Páginas)  •  72 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA

CENTRO DE CIÊNCIAS DE ADMINISTRAÇÃO, ARQUITETURA, ENGENHARIAS E TECNOLÓGICAS – CCAET

Curso(s): Engenharia de Produção e Administração

Disciplina: Comunicação e Expressão 4ABC - Noite

Professora: Gisleuda Gabriel

Aluno (a):

RESENHA CRÍTICA

JOVER-FALEIROS, Rita. Leitura literária no ensino do Francês Língua Estrangeira: consenso teórico, ausência na prática?. Fragmentos, n. 37, Florianópolis, p. 165-179, 2009. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/fragmentos/article/view/27394/24627. Acesso: 26 ago. de 2021.

Rita Jover-Faleiros é professora associada do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na área de Língua Francesa e respectivas Literaturas, é orientadora credenciada no Programa de Pós-Graduação em Letras da Escola de filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) da Unifesp na linha Linguagem em Novos Contextos. Desenvolve pesquisa na área de ensino da leitura e do ensino da leitura literária. Bacharel em Letras pela FFLCH-USP, mestrado e doutorado na mesma instituição. Atualmente, é responsável pela Coordenadoria de Desenvolvimento Profissional Docente junto à Pró-Reitoria de Graduação da UNIFESP, com as atribuições de desenvolvimento de políticas de desenvolvimento docente no âmbito da graduação, pós-graduação e extensão e também de coordenar as ações de formação do corpo docente com vistas às respostas de ordem teórico-metodológica para a adaptação ao ensino remoto emergencial.

Publicado na Revista Fragmentos[1]: Língua e Literatura Estrangeiras - estudos da tradução e literaturas estrangeiras, o artigo discute o papel da literatura no ensino do Francês Língua Estrangeira, as diferentes propostas de abordagens, a pertinência de sua presença ou não no ensino da língua francesa e o lugar do leitor entre literatura e ensino do Francês Língua Estrangeira (de agora em diante FLE). Para isso, traça um breve histórico sobre a leitura em FLE e, em seguida, problematiza a leitura literária, visto que se encontra ligada à adequação dos objetivos propostos para a leitura literária, os formuladores de manuais e o público leitor a que se destinam.

Numa revisão rápida sobre o ensino e a aprendizagem da leitura e da leitura literária nas últimas décadas, Jover-Faleiros (2009) afirma que, originalmente, a língua francesa era ensinada para a leitura dos grandes clássicos da literatura francesa, pois além exercerem papel formador das elites, representava o ápice do uso da língua. Além disso, até meados do século 20, inspirados no modelo de ensino do grego e do latim pautavam-se na metodologia tradicional de ensino gramática-tradução e na leitura-tradução, cuja leitura era uma das principais atividades do ensino do FLE.

Chamava-se metodologia tradicional, pois tinha como papel central o ensino da gramática normativa, o uso da metalinguagem para aprendizagem da escrita, o uso do recurso da tradução como forma de se aprender a gramática, o léxico da língua portuguesa, e finalmente, a presença da literatura como objetivo principal da aprendizagem. A literatura se baseava no uso de ‘belos’ textos (belletrisme), considerados como objetos preciosos para a formação cultural, moral e retórica (JOVER-FALEIROS, p. 166).

Logo, conforme a autora, no intuito de reorientar o ensino de línguas e fazer com que os alunos aprendessem a falar em língua estrangeira (doravante LE) surgiu a “metodologia direta”, cuja ênfase era dada ao aspecto oral e ao princípio de “imersão” em LE e responde à percepção da língua a ser aprendida como instrumento de comunicação em detrimento da análise metalinguística da metodologia tradicional. Por conseguinte, a busca de um aprendizado das línguas que de fato desenvolvesse a compreensão e expressão oral fez com que surgisse um novo modelo de ensino com base na “metodologia áudio-oral”; inspirada no bem-sucedido método de ensino de línguas estrangeiras desenvolvidos pelo exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1960, surgiu o método “Structo-Globale Audio-Visuelle” (doravante SGAV), cujo objetivo centrava-se nas situações de comunicação cotidianas representadas de maneira global. Representou um passo importante quanto à percepção global das situações de comunicação em contexto de aprendizagem, mas também foi objeto de críticas em razão da pobreza dos diálogos presentes nas lições, da falta de profundidade psicológica das personagens e de um excessivo rigor metodológico (JOVER-FALEIROS, p. 167 - 168).

Foi na transição do SGAV para um quadro metodológico designado como a “abordagem comunicativa” que se assistiu à reinserção da leitura nas lições iniciais de FLE. A nova abordagem teve sua progressão articulada em quatro eixos que valorizam o aspecto pragmático da linguagem e têm desdobramentos tanto no ensino do oral quanto do escrito: (1) o eixo linguístico, (2) o eixo da fonologia (3) o eixo sociolinguístico e o (4) um eixo discursivo, desenvolvendo a capacidade de constituição de um discurso coeso e coerente dentro de um contexto.

Os trabalhos concebidos para fins específicos (FOS) no âmbito do FLE, na área de leitura de textos de Economia e de Ciências Sociais desenvolvidos por Lehmann e Moirand geraram uma pedagogia da escrita. Tal pedagogia de abordagem global estimulava os processos descendentes de leitura, na qual orienta o leitor a tratar o texto como uma imagem, ou seja, percorrer a superfície do papel por inteiro antes de passar para a leitura linear.

De acordo com Jover-Faleiros (2009), embora os princípios fossem pertinentes a uma pedagogia da escrita, uma vez que consideravam os processos cognitivos de construção de sentido, conscientizava o aluno para as estratégias que empregava e valorizava o conhecimento prévio no ato da leitura, a abordagem global era bastante atrelada à noção de comunicação. Mesmo assim, não contemplava a complexidade do ato de ler, uma vez que o modelo “destinador-mensagem-destinatário” fazia com que o aluno chegasse sempre às boas bem-sucedidas respostas nas atividades didáticas. Nesse momento, apesar do papel relevante ao reintroduzir a leitura em FLE, Moirand (1990) e Lehmann (1994) apontaram as limitações do modelo, pois era necessário repensar os modelos em função dos desenvolvimentos teóricos na área da linguística e a realidade do ensino do FLE.

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