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A História e Historiografia da Ciência

Por:   •  28/11/2017  •  Resenha  •  1.562 Palavras (7 Páginas)  •  231 Visualizações

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História da Ciência e Historiografia

Nome: Alessandra Paula Oliveira

Turma: 6° período

Artigo: FERREIRA, J. M. H.; MARTINS, A. F. P. História da Ciência – o que é? História e Filosofia da Ciência, Rio Grande do Norte, aula 1.

KRAG, Hedge. Introdução a Historiografia da Ciência. Portugal, 2001.

MARTINS, R. A. Ciência versus historiografia: os diferentes níveis discursivos nas obras sobre história da ciência. Grupo de História e Teoria da Ciência.

É chamada de história, a descrição objetiva de fatos e acontecimentos reais que ocorreram no passado. Já a historiografia é definida como a produção dos historiadores, e tem como objeto de interesse a história. O objetivo da historiografia não é descrever a realidade histórica, mas sim refletir, analisar e investigar aspectos dos acontecimentos históricos.

Desta forma a história da ciência, diz respeito as atividades e comportamentos dos cientistas, ou seja, estuda o processo de construção do conhecimento, olhando para este processo de forma contextualizada. Seu objeto de estudo não é apenas o que hoje é visto como ciência, mas o que já foi visto ou aceito como ciência em determinada época e contexto.

O modo como concebemos a história da ciência e sua importância mudou de tempos em tempos.

Na Antiguidade Clássica, os Gregos concebiam o tempo como cíclico ou estático, dependendo de sua duração, razão pela qual os mesmos não datavam seus acontecimentos históricos. Também acreditavam que as únicas fontes confiáveis eram as testemunhas oculares em determinado acontecimento, podendo posteriormente, serem interrogadas por historiadores, o que limitava, muitas vezes, a história grega a uma única geração. Portanto o que sabemos sobre o conhecimento científico grego, tem como base textos escritos por comentadores no final do período clássico, como Proclo (c. 420-485) que descreveu historicamente a matemática euclidiana e Simplício (c.540), que escreveu comentários sobre as obras de Aristóteles.

O conceito da linearidade do tempo, surge do pensamento judaico-cristão, que se difundiu na Europa apenas na Idade Média.

Com a queda da Constantinopla, no fim da Idade Média, muitos dos seus habitantes fugiram para o ocidente, muitos com uma bagagem cultural rica e textos clássicos originais, além disso sabiam traduzir grego clássico para o latim.

Isto possibilitou a recuperação de trabalhos clássicos perdidos ou esquecidos e novas ideias surgiram, esse período foi chamado de renascimento.

No século XVII, surge a ciência moderna. Seu surgimento foi complicado, pois duas visões de como a ciência deveria prosseguir surgiram: a dos antigos e dos modernos. Para os antigos era necessário retomar os conhecimentos clássicos e a partir disso, continuar o processo de conhecimento da natureza. Já para os modernos, era preciso romper com os conhecimentos antigos e começar do zero, ouvindo o que a natureza tinha a dizer.

Consequentemente, para alguns a história clássica era encarada como relevante no progresso geral da ciência, sendo usada para legitimar a nova ciência e criar uma aura de respeitabilidade e para outros ela poderia ser descartada para a construção do conhecimento.

No final do século XVII a história clássica começou a ser criticada pelos novos cientistas, que eram influenciados pela visão religiosa protestante, desta forma a cultura clássica grega era vista como pagã. Os novos cientistas pretenderam então, remontar a origem da ciência com base bíblica, sendo anterior à grega. Por exemplo, Boyle e Newton defendiam que Moisés possuía uma percepção divina das leis da natureza, e que o atomismo vinha de Moisés e não do pagão Demócrito. Com o passar do tempo a ciência foi ganhando respeito por si própria, não necessitando mais legitimar-se na antiguidade e nos grandes nomes do passado.

O século das luzes foi marcado por um otimismo cientifico e social ingênuo na história da ciência. Nesta época temos como pontos fortes a cronologia e as exposições sumárias, e não uma reflexão histórica. O emergir da ciência moderna devia-se a sede inata de conhecimento da raça europeia onde a ciência atingiria rapidamente a perfeição.

Filósofos do iluminismo, como Diderot, Turgot e Condorcet, pensavam que essa perfeição já havia sido alcançada pela astronomia e pela física e só faltava preencher os pormenores. A ausência de uma consciência histórica resultava também da visão prevalecente de conhecimento, que segundo a epistemologia cartesiana era racional e reflexivo, uma abstração universal anti-histórica. A razão não poderia depender da história, o que eliminava a história na construção de ideias e também da ciência.

A corrente romântica difundida pela filosofia natural no Norte da Europa nos finais dos séculos XVIII teve também influencia da historiografia da ciência. O romantismo encarava a história como relativista, ou seja, os valores particulares e a razão inata de cada período e cultura eram levados em consideração. Os pensadores românticos tinham a compreensão do que é conhecido como historiografia diacrônica, baseada na ideia de que o passado devia ser visto de acordo com suas próprias premissas. Conceito que atualmente é importante para a história da ciência.

 Nos séculos XVIII e XIX era normal os cientistas incluírem uma “introdução histórica”, que resumia a história previa neste assunto, porém a grande maioria dessas obras não relaciona a perspectiva histórica do assunto.

A história da ciência no século XX, exercia papel de acessório para a ciência, mostrando apenas os erros e acertos dentro da ciência, sendo certo, aquilo que havia contribuído para se chegar a ciência de então; e errado, aquilo que havia atrasado, impedido ou foi insignificante para o processo da ciência, estes fatos deveriam ser rejeitados e esquecidos.

No final deste século, a história da ciência passou por uma transformação, se tornando independente, ganhando dimensão histórica, capaz de analisar o longo processo vivido pela ciência.

Os primeiros autores daquela época escreviam a história de forma linear, progressiva, repleta de datas e nomes, centrada em grandes gênios e suas fabulosas obras. Era uma história que procurava no passado os pais da ciência, selecionava ideias e teorias que pareciam ter evoluído até a atual ciência, e limpava tudo aquilo que era visto como insignificante.

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