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O FUTURO DA REGULAMENTAÇÃO DA TRIAZINA (HHT) UTILIZADA COMO BIOCIDA PARA A PRESERVAÇÃO DOS FLUÍDOS DE CORTE E SUAS EMULSÕES

Por:   •  11/6/2018  •  Artigo  •  3.422 Palavras (14 Páginas)  •  205 Visualizações

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O FUTURO DA REGULAMENTAÇÃO DA TRIAZINA (HHT) UTILIZADA COMO BIOCIDA PARA A PRESERVAÇÃO DOS FLUÍDOS DE CORTE E SUAS EMULSÕES

MENDONÇA, Andrea de Oliveira; TAKAHASHI, Débora Fumie

andreaom@gmail.com

Centro de Pós-Graduação Oswaldo Cruz

Resumo: Este artigo técnico apresenta um texto geral sobre o biocida triazina (HHT) que é uma molécula liberadora de formaldeído e muito utilizada como um dos componentes em fluídos de corte tanto como preservante (uso em concentrados) e também com agente de desinfecção em tanques individualizados ou centralizados do produto diluído. O objetivo deste trabalho foi discutir sobre a regulamentação desta molécula pelas principais agências regulamentadoras relatando as decisões sobre a definição do registro para uso em fluídos de corte. Neste contexto são descritos o mecanismo de reação da liberação do formaldeído e sua efetividade rápida no controle de desinfecção industrial, como também como ocorre a contaminação microbiológica neste meio. Descrevemos também os limites de exposição ocupacional da triazina em fluídos de corte relatando dados de um estudo sobre exposição a esta substância química.

Palavras-chave: Biocida, Formaldeído, Fluído de corte, Triazina.

Abstract: This technical paper shows a general text on the triazine (HHT) biocide which is liberating one molecule of formaldehyde and widely used as a component in cutting fluids both as a preservative (use in concentrates) as well as disinfecting agent in individual tanks or centralized product diluted. The objective of this study was to discuss the regulation of this molecule by major regulatory agencies reporting decisions about setting the record for use in cutting fluids. In this context describes the reaction mechanism of release of formaldehyde and its effectiveness in rapid control of industrial disinfection, as well as microbiological contamination occurs in this medium. We also describe the occupational exposure limits of triazine in cutting fluids reporting data from a study on exposure to this chemical.

Key words: Biocide, Formaldehyde, Cutting fluids, Triazine.

  1. INTRODUÇÃO

Fluídos de corte solúveis são amplamente utilizados como lubrificantes e ou refrigerantes nas indústrias de metal mecânica para processos como: furação, corte, retífica, torneamento, etc.; e de diversos materiais como: ferrosos e não ferrosos.  Além destas funções, removem os cavacos gerados durante a interface, remove o aquecimento e promovem uma vida útil maior para a máquina e a ferramenta.

Os fluídos de corte solúveis são classificados em:

1.1 Óleo solúvel mineral: contêm em sua formulação mais que 40% de óleo mineral parafínico ou naftênico.

1.2 Óleo solúvel semi-sintético: contêm em sua formulação menos que 40% de óleo mineral parafínico ou naftênico.

1.3 Óleo solúvel sintético: não contêm em sua formulação óleo mineral.

Estes fluídos de corte são aplicados diluindo em água em uma proporção de (1:10 à 1:100) e por isso, são denominados de emulsão de óleo solúveis.

Fluído de corte contém os seguintes componentes em sua formulação: óleo mineral, éster, ácido graxo, amina, glicol, polímero, etc. Como o seu uso final é diluído em água, favorece o crescimento de microrganismos quando não há um controle. Isto ocorre devido aos componentes sofrerem ataque por oxidação, fazendo com que ligações insaturadas se tornem saturadas. Cadeias laterais são removidas de um complexo de moléculas e cadeias grandes são reduzidas. Por isso, os componentes não são todos igualmente degradáveis, sendo um mais que outro e normalmente os inibidores de corrosão e emulsificantes são os primeiros a ser atacados.  Em sistemas com materiais ferrosos, a ferrugem (corrosão vermelha) de partes pode ser um indicador de ataque microbiológico.

O ataque microbiano promove uma menor resistência à corrosão, resistência eletroquímica, degradação dos componentes (instabilidade da emulsão); fazendo com que a vida útil diminui consideravelmente e além de que, o seu uso torna-se inseguro para o homem devido à exposição à alta concentração de toxinas dos microrganismos. O crescimento destas colônias de microrganismos acarreta também: mau odor devido ao crescimento de bactérias sulfato redutoras, aumento da corrosão e entupimento de filtros devido a formação dos biofilmes. Segundo Rotherham, o uso de pesticidas antimicrobiais reduz a biocarga geral no sistema por “matar” ou inibir microrganismos com uma redução correspondente em biomassa.

Os microrganismos mais comuns encontrados em fluídos de corte são as bactérias (Bacillus sp, Proteus sp, Pseudomonas sp, Flavobacterium sp e Klebssiella), fungos (Aspergillus sp, Penicillium sp e Fusarium sp) e leveduras (Candida sp e Rhodotorula sp).

Como parte integrante do sistema de fluídos de corte, a proteção contra biodegradação microbiológica deve ser controlada pela adição de biocidas (denominados também pela linguagem regulatória como pesticidas antimicrobiais) no fluído já diluído (tank side) ou no fluído concentrado como preservante (in sheld).

O uso de biocidas (também denominados de pesticidas antimicrobiais) é o método mais comum para controle do crescimento microbiológico em fluídos de corte. O uso dos biocidas reduz ou mantêm bactérias e fungos a níveis aceitáveis em fluídos concentrados e fluídos diluídos, mantendo a integridade. Embora seja capaz de erradicar o crescimento microbiológico a concentração alta, biocidas são mais frequentemente usados a níveis de controle devido a considerações toxicológicas e econômicas.  

  1. CLASSIFICAÇÃO DOS BIOCIDAS

Existem duas categorias principais de biocidas: bactericidas e fungicidas. Embora algumas substâncias químicas biocidas  possui o efeito num amplo espectro de microrganismos (bactérias e fungos), é comum o uso de ambos as substâncias devido sua funcionalidade antibacterial e antifungicida para preservar o fluído.

Além desta classificação, podemos classificá-los em biocidas doadores e não doadores de formaldeído. Os nãos doadores de formol mais encontrados em fluídos de corte podem ser: 2,2-dibromo-3-nitrilopropionamida (DBNPA), 5-cloro-2metil-4-isotiazolina-3-um (CMIT), 2-metil-4-isotiazolina-3-one (MIT), 2-n-octil-4-isotiazolina-3-one (OIT), 1,2-benzisotiazolina-3-one (BIT), 3-iodo-2-propinilbutilcarbamato (IPBC) e sódio 2-piridinetiol-1- óxido (sódio omadine).

  1. FORMALDEÍDOS CONDENSADOS OU DOADORES DE FORMOL

As substâncias químicas biocidas mais populares em aplicação em fluídos de corte são os formaldeídos condensados ou doadores de formol que foram introduzidas no mercado em 1924.  Elas controlam o crescimento microbiológico através de sua habilidade em gerar formaldeído no local. Como outros aldeídos, a atividade do formaldeído é derivada de um grupo de atividade eletrofílicas que reagem com células nucleofílicas no local, no qual seu alvo são os ácidos amínicos ou proteínas, que são componentes importantes de enzimas ou outras proteínas funcionais para função celular. Por causa deste modo de ação generalizado, formaldeído condensado exibe uma ampla atividade de espectro, mas são visto com maior efetividade contra bactéria do que fungo. Uma desvantagem geral do formaldeído é a tendência de microrganismos desenvolverem certa resistência a substância.

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