O INSTITUTO DE QUÍMICA CURSO DE BACHARELADO EM QUÍMICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

INSTITUTO DE QUÍMICA

CURSO DE BACHARELADO EM QUÍMICA

Determinação de metais em amostras de solo da região metropolitana de Goiânia, Brasil

Gabriela Vilela Evangelista

Goiânia, 2016

Gabriela Vilela Evangelista

Determinação de metais em amostras de solo da região metropolitana de Goiânia, Brasil

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Química.

Ênfase: Industrial

Orientador: Profa. Dra. Andréa Fernandes Arruda

Goiânia, 2016

RESUMO

O trabalho teve como objetivo analisar a presença de metais em solos à beira de dois córregos na região metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil. As amostras foram coletadas em três pontos diferentes da área e em quatro diferentes profundidades de cada ponto. Os elementos Mg, Mn, Ni, Cu, Cr, Cd, Pb foram analisados e quantificados, apresentando concentrações de 2,83 mg.kg-1 (Cu) a 3991,41 mg.kg-1 (Mg). Metais potencialmente tóxicos, como chumbo e cádmio, não foram detectados.

Já para o Ni as concentrações são maiores que os valores de prevenção estabelecidos pelo CONAMA 2009 em 6 dos 12 pontos de coleta. Apresentado valor 70% maior (82,43 mg.kg-1) que o estabelecido pela resolução (25 mg.kg-1). Em contrapartida, metais como Cr e Cu, apresentaram valores menores que os valores de prevenção.   As concentrações obtidas para o Mg, muito comum em todos os tipos de solo, são menores que os estabelecidos pelo Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento  da EMBRAPA. 

A variação dos valores detectados com os valores fornecidos pela resolução CONAMA, indica que a formação rochosa, e o tipo de solo, interferem diretamente na presença de metais. É por esse motivo que vários estados se empenham em caracterizar o solo para estabelecer valores de prevenção e investigação mais fiéis ao tipo de solo.

As análises laboratoriais dos teores dos elementos Mg, Mn, Ni, Cu, Pb, Cr, Cd, são de grande importância para determinar se os solos nas áreas coletadas estão contaminados com metais potencialmente tóxicos, ou possuem alguma deficiência de nutrientes vegetais. A caracterização do tipo de solo a partir desses dados facilita a interpretação dos dados, visto que a formação básica do solo interfere nos teores de metais.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Concentração totais de Metais em Amostras de Solo de área urbana de Goiânia, valores de prevenção (Vp) definida pelo CONAMA (2009)         11

Tabela 2 – Concentração totais de Metais em Amostras de Solo de área urbana de Goiânia, valores de prevenção (Vp) definida pelo CONAMA (2009)         12

ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

Ni – Níquel

Cu – Cobre

Pb – Chumbo

Cd – Cádmio

Mn – Manganês

Mg – Magnésio

Cr – Crômio

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO        6

2.OBJETIVOS        8

3.MATERIAIS E MÉTODOS        8

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO        10

5.CONCLUSÃO.        15

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS        16

1. INTRODUÇÃO

A presença de metais no solo pode ser por ocorrência natural, devido a formação rochosa sobre qual o solo se formou ou ao movimento das partículas do solo pelo vento ou pela água (processos geoquímicos naturais) e ainda por processos antropogênicos. A quantidade de metais no solo pode ser alterada por atividades agrícolas (uso de fertilizantes, uso intenso do solo para plantação), descarte de resíduos industriais e domésticos, poluição atmosférica. Desta maneira, a análise de metais é de extrema importância para a caracterização do solo.

Apesar da ocorrência natural, e da necessidade de metais para as plantas (Ni, Cu, Mn) e animais (Ni, Cu, Mn, Cr), é necessário realizar um controle maior sobre as quantidades destes no solo, visto que podem causar contaminação do solo e gerar interferência na cadeia alimentar. É devido a essa necessidade de controle que existe a resolução do CONAMA 420 de 2009, que dispõe de valores de prevenção (VP) e valores de investigação para áreas agrícolas (VI).

Uma das características dos metais, é que eles não se degradam como os poluentes orgânicos, se acumulando no solo à medida que são depositados. Desta forma, mantendo-se a fonte contaminante, ocorre a acumulação progressiva e persistente do metal no solo.

Deste modo, Alloway (1990) estima tempos de residência de metais em solos tão altos quanto 380 anos para Cd e 3000 anos para Pb, enquanto a meia-vida desses elementos é estimada em até 1100 e 5900 anos. Sendo assim, a liberação do uso destes metais em atividades industriais e agrícolas pode fazer com que o solo seja contaminado de maneira permanente por muitos anos, visto que são, na maioria das vezes, descartados de maneira incorreta no meio ambiente.

A concentração de metais no solo caracteriza diretamente o tipo de solo, mas para que essa caracterização seja mais efetiva, é necessário o conhecimento dos teores naturais dos metais e sua variabilidade em solo, sem a interferência de atividades antrópicas.