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A Comunicação Organizacional Interna

Por:   •  15/12/2019  •  Artigo  •  22.435 Palavras (90 Páginas)  •  156 Visualizações

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Comunicação Organizacional Interna

 

Armadilhas da comunicação:

por que é tão difícil se comunicar?

Belo Horizonte

Agosto/2008

Os temas não-humanísticos, tais como as estatísticas, as finanças ou a alta tecnologia, são essenciais para administrar uma empresa bem-sucedida, mas as empresas não quebram por falta desse conhecimento tecnológico: seu fracasso tem a ver com as pessoas. As empresas que quebram parecem incapazes de aprender que as pessoas deixam de operar com eficácia não por serem incompetentes nos aspectos técnicos de suas tarefas, mas, sim, pela forma como são tratadas pelos demais e como elas tratam os demais.“  William Glasser


Introdução

- “Escreve”, fala César a Emílio. Vai terminar o IV livro de seus Comentários sobre suas guerras na Gália. É preciso ditar, aos homens, o que eles devem pensar.  César Imperador “ – Max Gallo

O vocábulo “comunicação” tem sua origem no latim “communis” = comum – comunicar significa, portanto,  por em comum, tornar comum.  Vê como as coisas ficam mais simples agora? Não se trata, realmente, de teorias altamente sofisticadas que você tem que conhecer e aplicar, com bibliografias quilométricas. Trata-se, apenas, de tornar suas idéias comuns, isto é, para todos na empresa. Isso de um modo claro e objetivo. Decepcionado, não é? Você esperava mais, eu sei. Mas é tão simples – tentei tornar o conceito mais complexo para lhe agradar, mas...espero sinceramente ter falhado.

        Não se trata de querer manipular as pessoas, como César fazia muito bem (não só o personagem do livro acima, mas o César histórico). O caso é que se você não assumir a responsabilidade pela comunicação interna na empresa, alguém seguramente o fará. Pode ser um “boy” fofoqueiro, uma auxiliar tagarela.,, os quais agem, geralmente, sem más intenções. É a natureza deles. Mas, às vezes, criam tremendos nós, extremamente difíceis de desatar. E não é incomum que esses nós nunca sejam desatados e que  a empresa vá ladeira abaixo. Não se trata de julgá-los, como se a culpa coubesse exclusivamente a eles. Apenas que a direção não assumiu plenamente o seu papel de dirigir a empresa. Quando uma empresa quebra fica-se buscando causas complexas, grandes falhas, mas, muitas vezes a causa pode estar em pequenas coisas, como desânimo ou  perda da vontade de lutar, causadas por algumas palavrinhas que, como folhas ao vento, vão girando, girando... e caem no ouvido errado, na hora errada.

Nenhum de nós é formado em Comunicação. Tampouco estudamos a Comunicação como parte do currículo escolar. Mas uma coisa de que nunca fomos acusados foi de não sabermos nos comunicar com as pessoas. Isso já é algo. Mas não é tudo. Obviamente que, durante a nossa carreira, aprendemos alguma coisa. Mas, ainda assim não é tudo, como veremos.

        O presente trabalho é fruto de várias fontes: observação de erros e acertos em empresas, opiniões de gerentes e empresários e algum material consultado, os quais serão devidamente identificados quando forem citados ou transcritos.. Mas, não é nossa intenção fazer uma análise profunda do assunto que, assim achamos, demandaria o trabalho de um especialista. A nossa intenção, pois, é apresentar, de forma resumida e sem muito “lero lero” e tecnicismos algumas idéias que, assim pretendemos, irão melhorar a comunicação da direção da empresa com os demais colaboradores.        

Vivemos em uma época atípica na história da humanidade. Isto, é claro, em quase todos os sentidos em que se possa pensar. Quase todos porque alguns permanecem inalterados, isto é, iguais nesses séculos todos da história “conhecida”. E um deles é o próprio homem, ainda “dirigido” pelos próprios genes, experiências passadas, idéias que lhe colocaram no “sótão” na tenra idade e que ele nem sonha que existam. Mas estão lá, no controle da pessoa. Isso leva aos modelos mentais, únicos em cada ser humano. Mas, por outro lado, continuamos a “girar” em torno de mitos, idéias que pairam sobre nós, que nos formam, conduzem e nem sabemos de onde vieram – mas, o fato é que estão lá. E uma delas é achar que o modo pelo qual visualizamos as circunstâncias da vida é igual para tudo mundo. Nos esquecemos que, para a formação de nossos modelos mentais há todo um histórico de vida, completamente diferente de todos os outros e hoje somos o resultado disso tudo (se não está satisfeito com o “seu resultado”, programe uma recauchutagem completa).

        Você deve estar se perguntando para que esse “papo furado” todo. Vamos lá: nós vamos falar sobre a comunicação empresarial interna. E o “grande” fato é que existe tanto progresso nos meios de comunicação que tendemos a achar tudo isso muito simples. E, o que é pior, agimos como se isso fosse uma realidade; É como se todos fôssemos obrigados a pensar e a agir de acordo com a mesma visão da realidade. E, é claro, que esse fato gera (entre outros) os desencontros que assistimos no nosso dia-a-dia. Nada disso é novidade. Mas, saber algo e vivenciar “esse algo” são coisas bens diferentes. A isto chamamos de experiência. “E assim caminha a humanidade”, fingindo que ensinamos e os outros fingindo que aprendem. Mas, para preencher essa lacuna, precisamos da comunicação efetiva, para que todos “falem a mesma língua, com os mesmos significados”.

        A direção da empresa tem à disposição vários meios de comunicar-se com seus funcionários, clientes e puxa-sacos. Normalmente, a preocupação delas é, quase que exclusivamente, com os clientes – os outros, funcionários e puxa-sacos tem a obrigação de adivinhar o que queremos dizer. E, quanto a isso, sabemos por experiência que os puxa-sacos tem um instinto “primal” nesse sentido. Quanto aos funcionários é bom que...que se virem, senão rua!

        Vejamos: quando um funcionário entra para o quadro da empresa, recebe de que forma as instruções necessárias para executar suas funções? Recebem uma relação detalhada, por escrito, do que esperam dele? De suas responsabilidade e obrigações? Recebem uma descrição do cargo? Recebem uma descrição do que a empresa considera como “bom desempenho”? Ou acham, simplesmente, que o novo funcionário, por ter a experiência na função, tem a obrigação de saber tudo isso? Será que ele trabalhou em uma empresa igual à sua? Mesmos regulamentos, mesmos processos, mesmo mercado e até a  mesma visão?

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