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A Cultura e Mudança Organizacional

Por:   •  28/1/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.831 Palavras (8 Páginas)  •  159 Visualizações

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Curso: Gestão Pública

Disciplina: Cultura e Mudança Organizacional

Aluno: Caralina Taramus

Cultura e Mudança Organizacional - Atividade Semana 2

Leia o trecho a seguir:

Nosso livro texto apresenta dois elementos da cultura brasileira que contribuem para a explicação do fenômeno da absorção de conceitos e tecnologias gerenciais: o formalismo e o jeitinho. Chu e Wood Jr. (2008) sintetizaram características da cultura organizacional brasileira identificadas em várias pesquisas. Os autores definiram além do formalismo e do jeitinho, quatro traços centrais e essenciais tratados nesses estudos: a desigualdade de poder e hierarquia, a flexibilidade, a plasticidade e o personalismo. O trabalho de Pereira et al (2013) propõe um sétimo traço bastante significativo nas organizações públicas nacionais: o patrimonialismo. Alguns desses traços já foram na semana passada.

Além do formalismo e do jeitinho, a flexibilidade e a plasticidade são elementos que nos auxiliam a compreender o processo de incorporação de elementos externos pelas organizações brasileiras. Já os conceitos de desigualdade de poder e hierarquia, do personalismo e do patrimonialismo contribuem de maneira mais significativa para o entendimento do funcionamento cotidiano das organizações.

Escolha cinco traços (o formalismo, o jeitinho, a flexibilidade, a plasticidade, a desigualdade de poder e hierarquia, o personalismo e o patrimonialismo) e relate de forma detalhada um exemplo prático (na sua organização ou algum caso divulgado pela imprensa) dentro de uma organização pública, para cada traço escolhido. Quais as implicações para a atividade de gestão? Para os cinco traços pode utilizar apenas um exemplo ou vários exemplos diferentes. Discuta cada traço separadamente (0,0 a 2,0 pontos por traço).

Resposta:

Destaco que por não trabalhar na área pública fiz minhas escolhas baseados em casos divulgados pela impressa e em minha interpretação pessoal.

• Formalismo

O sistema judiciário brasileiro é considerado por muitos como um sistema lento, o qual não consegue atender às demandas da justiça dentro do ritmo necessário. Dados do Relatório Justiça em Números (2017) apontam que em 2016 o Poder Judiciário terminou o ano com 79,6 milhões de processos em tramitação. A taxa de congestionamento referente ao percentual de processos em tramitação permaneceu alta, com percentual de 73%, que corresponde que foram solucionados apenas 27% de todos os processos em tramitação.

Os dados apontados ilustram o problemático cenário do sistema judiciário com altos números de processos e baixos índices de produtividade atrelados ao apego excessivo a formalidades, resulta na morosidade de um sistema caro que se mostra bastante ineficiente.

Referência: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ. Justiça em Números 2017: ano-base 2016/Conselho Nacional de Justiça - Brasília: CNJ, 2017.

• Jeitinho

O jeitinho brasileiro implica no esforço em despeito de determinações contrárias a leis ou regras, reinterpretando-as segundo necessidades específicas. Barbosa (1992) apresenta um exemplo interessante, imagine a seguinte situação: você pedindo um “favor” a um amigo. Situação tranquila, dado que o amigo trabalhar no DETRAN e você irá perder sua CNH por dirigir em alta velocidade. Nesta situação o impacto do jeitinho seria nos cofres públicos e a falta de penalidade ao infrator.

Ademais, observamos exemplos como furar fila, aproveitar o contato de alguém para agilizar a burocracia para conseguir algo, sonegar impostos, desvio de dinheiro público para uso próprio entre outras. Cada um a seu nível, mas com a intenção de conseguir algo em benefício próprio de maneira ilícita ou fora das regras de conduta prejudicando outras pessoas.

Referência: BARBOSA, LÍVIA. O jeitinho brasileiro: a arte de ser mais igual que os outros. Rio de Janeiro: Editora Campus Ltda. 1992.

• Desigualdade de poder e hierarquia

Comumente a desigualdade está relacionada apenas as condições econômicas das pessoas, mas também pode ser as relações desiguais estabelecidas entre os sujeitos. Atributos como gênero, idade ou etnia podem ser vistos como atributos aceitáveis ou não.

A reportagem de Bernardes (2017) sobre desigualdade de gênero no Poder Judiciário é um exemplo apropriado para desigualdade de poder e hierarquia. Verificou-se a intensa sub-representação feminina onde 73,8% dos juízes federais são homens e apenas 26,2% são mulheres. Os desembargadores federais são surpreendentes 100% no Tribunal Regional Federal, órgão do Poder Judiciário, que somente teve uma única magistrada como desembargadora federal em toda a sua existência.

Vale ressaltar que a desigualdade de poder e hierarquia não está presente apenas no poder judiciário, vivemos em uma sociedade embasada em padrões tradicionais, onde as minorias são subjugadas e desvalorizadas.

Referência: Reportagem visualizada no site carta capital disponível em: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/15/poder-judiciario-e-retrato-da-desigualdade-de-genero/

• Patrimonialismo

O patrimonialismo representa a apropriação privada dos recursos do Estado e está associado à distribuição desigual de poder e riqueza, ao abandono dos setores mais pobres e impunidade das elites (Pereira, 2013).

Recebimento de propina, fraudes em licitações, desvio de recursos ou superfaturamento são parte de uma grade de corrupção que envolve agentes públicos (políticos, dirigentes e técnicos) e empresários. Operações escandalizadas na mídia como Lava Jato, Carne Fraca, Sinal Fechado, Mensalão ocasionaram a apropriação indébita por parte dos políticos/ empresários de recursos desviados do Estado para uso privado. Essas operações geraram impacto para o país (enfraquecimento da economia e desmoralização das instituições), para empresas (concorrência desleal e ineficiência) e para a população (serviços ineficientes e de baixa qualidade).

Os desdobramentos relacionados a esses escândalos faz refletir sobre a necessidade de combater a corrupção através da modificação de regras e estruturas, retirando os privilégios e a concentração de poder.

Referência: PEREIRA, J. R. CANÇADO, A. C.; RODRIGUES, F. O.; SILVA, E. E. Cultura organizacional e cultura brasileira: compreendendo as fragilidades do cooperativismo

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