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A DIFÍCIL ARTE DO RETORNO AO TRABALHO – EM TEMPOS DE COVID

Por:   •  22/10/2020  •  Artigo  •  2.249 Palavras (9 Páginas)  •  190 Visualizações

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A DIFÍCIL ARTE DO RETORNO AO TRABALHO – EM TEMPOS DE COVID

Muitas empresas as quais presto consultoria estão num momento de difícil decisão, pois tem de lidar com o dilema da necessidade do retorno as atividades produtivas e em contrapartida lidar com o controle da disseminação do COVID-19, manifestando preocupação e apreensão com o risco do colapso de seus sistemas produtivos.

Mais do que nunca, invariavelmente todas elas precisam de um planejamento estruturado deste retorno, de forma a mitigar a possibilidade do ambiente de trabalho ser um local de proliferação do contágio.

É necessário planejar o reinício das atividades de todas as cadeias de suprimentos, considerando  a complexa rede de circunstâncias que envolvem suas interações, de modo a dar um horizonte para as empresas e para as pessoas que nelas trabalham. A prioridade é a vida humana. Por isso, é preciso cuidar da saúde das pessoas, mas também da saúde da economia, pois empregos e renda são fundamentais para o bem-estar individual e da sociedade. Inclusão social e maior cuidado com os vulneráveis são igualmente importantes para uma existência saudável das pessoas e famílias.

Dentro deste cenário a área de Saúde e Segurança no trabalho tem um papel fundamental na tomada das iniciativas estratégicas e de estabelecer a elaboração de um programa de gerenciamento de riscos para o retorno as atividades.

Este trabalho em nosso entendimento, difere dos Programas do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO ( Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), pois tem um caráter de excepcionalidade para a gestão de uma doença comunitária, ressalva feita apenas  para os setores relacionados ao sistema de atendimento á saúde (Hospitais, Clínicas de Saúde e Vacinação p.ex.)

Neste sentido, orientamos as empresas para a  elaboração de um programa de gerenciamento de riscos para retorno das atividades, sendo este baseado nas seguintes premissas:

  1. Estabelecer um comitê de gerenciamento do COVID na empresa, com a participação de empregados e a alta direção.
  2. Determinar as necessidades e recursos para uma resposta efetiva proporcionada ao nível de risco;
  1. Comunicar e capacitar a empresa e a comunidade atendidas por esta com informação e conhecimento atualizado e fidedigno;
  2. Implantar medidas de prevenção primária adequada ao nível de risco das atividades desenvolvidas;
  3. Facilitar a detecção precoce dos casos de doença e os seus contatos auxiliando a articulação e ligação aos serviços de saúde adequados;
  4. Assegurar uma resposta coordenada com outras instituições e organizações, principalmente quando de tratar de condomínios empresariais;
  5. Minimizar o efeito da epidemia na retomada das atividades da empresa bem como com a comunidade.

Dentro deste conceito, é fundamental que sejam observadas ações que construam cenários que viabilizem:

Distanciamento social no trabalho:

Alguns analistas preveem que a volta à “normalidade” não virá tão cedo. Portanto as empresas que tenham atividades que possam ser feitas em casa deverão se organizar para mantê-las desta forma, tendo a responsabilidade de permitir que pessoas que não têm essa flexibilidade possam acessar os recursos públicos primeiro. O liberal Center for American Progress diz que os empregadores “devem continuar permitindo trabalho remoto até onde for possível” até que “a imunidade de grupo seja atingida através da vacinação em massa”, o que pode levar de 12 meses até dois anos.

E para aquelas pessoas que tenham que exercer sua atividade presencialmente deverão ser observados protocolos de acesso a esses locais:

  • Aferir a temperatura dos colaboradores na chegada ao ambiente de trabalho;
  • Dar atenção a possíveis queixas de saúde relacionados a sintomas da Covid, criando maneiras desta comunicação ser feita aos canais adequados para condução do caso.
  • Exigir o uso de máscaras, prezando pela manutenção, higienização ou descarte quando for o caso.
  • Manter uma distância mínima segura entre as pessoas e, onde não for possível utilizar barreira física ou proteção individual de maior complexidade;
  • Alternar dias de comparecimento entre os colaboradores nas equipes, mas mantendo os mesmos times  nos dias da operação ( o que facilita o controle em caso de surto) ;

Durante o trabalho:

Durante a permanência na empresa deverão ser pensadas e aplicadas as novas regras de etiqueta social:

No acesso a empresa as catracas de acesso devem ser pensadas de forma a impedir o contato, substituindo a biometria pelo uso do crachá, ou quando for inviável a disposição de álcool em gel para limpeza imediata das mãos, situação análoga à marcação de ponto biométrico.

Em edifícios dar preferencia ao uso de escadas quando possível e no caso de elevadores, deve haver a redução do número de pessoas em seu interior e invariavelmente todos devem estar de máscaras.

No acesso aos escritórios, manter pano úmido com desinfetante ( à base de quaternário de amônio) para a limpeza dos pés. Nos locais onde se tenham carpetes, pode-se pulverizar este mesmo desinfetante, uma vez ao dia.

Observar regras de não compartilhamento de recursos pessoais (telefones, notebooks, mesas, cadeiras) e se ocorrer, prover a limpeza / desinfecção das mesmas antes que outras pessoas venham a utilizar.

Nas atividades em escritório deve-se pensar em aumentar o distanciamento, pensando numa distância mínima de 2 metros entre indivíduos, mesmo com o uso de máscaras.

Deve-se melhorar a ventilação através da abertura de janelas, ou onde não existam janelas ou estas não possam ser abertas e só existam sistemas de ar condicionado, deve-se priorizar a melhoria da tomada de ar externo, com melhores filtros nos sistemas de captação, a manutenção constante e atenta dos dutos de ar condicionado, aumento da taxa de troca, deve-se dar atenção especial ao PMOC ( Plano de Manutenção, Operação e Controle- Lei Federal 13.589/18 de 4 de janeiro de 2018) para aquelas empresas que sejam obrigadas a realizá-lo.

Opere com difusores e velocidades controladas de fluxo de ar nos ambientes fechados, pois estes são os ambientes com maiores riscos de contágio, analogamente a situações de outros riscos ambientais, segundo alguns pesquisadores o potencial de contágio é igual a:

Dose (carga viral)  X  Tempo de Exposição

Daí a necessidade de diminuir a concentração de pessoas e aumentar os espaços entre as mesmas.

Para forças de trabalho maiores, se possível, estabelecer zonas para separação dos colaboradores em grupos de trabalho isolados.

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