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A Gestão de Pessoas

Por:   •  29/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.467 Palavras (6 Páginas)  •  61 Visualizações

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  1. TEXTO CRÍTICO-REFLEXIVO

Por se tratar de uma empresa fundada em 1907, a Alpargatas trazia consigo uma filosofia autocrática na gestão dos diretores para com seus subordinados. O contexto ao qual Tigre inseriu-se, era totalmente diferente. Não apenas as necessidades sociais e de mercado alteraram-se, mas também era necessário modernizações e reestruturações organizacionais para adequar-se ao cenário da época.

Fernando Tigre assumiu a presidência da São Paulo Alpargatas em 1997 e encontrou diversos desafios ao alcançar o cargo a fim de reverter o quadro de prejuízos que a empresa havia reportado. Inicialmente se deparou com uma desconfiança por parte dos diretores e funcionários da companhia e ainda percebeu como a estratégia da empresa estava defasada, uma vez que se mostrava a mesma desde a sua fundação.

Quanto a essa defasagem, era notável como havia uma enorme falha de comunicação entre as divisões da companhia, bem como uma centralização excessiva. A mudança na estratégia mostrou-se ser extremamente necessária, desde agregar valor focando na questão ambiental, até a realização de estudos para maior entendimento das demandas de mercado, a fim de não ficar restrito apenas ao que era permitido pela produção fabril.

Ademais, um fator que chamou bastante atenção foi o fato de os funcionários estarem tão desmotivados com a empresa. Quanto a essa desmotivação dos trabalhadores, o motivo era claro, uma hierarquia e burocracia exageradas, em conjunto com uma formalização acentuada. Com isso, os funcionários não enxergavam grandes expectativas quanto ao futuro da empresa, o que tornava o ambiente consequentemente desmotivador. Como dito por Elton Mayo, o homem não é motivado apenas por incentivos financeiros.

Na visão de Chiavenato (1999), a motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais.

Com isso, a desmotivação dos colaboradores, afetava diretamente as vendas, logo, realizar apenas mudanças que melhorassem os processos e diminuíssem a democracia, não seriam suficientes. Foi necessário alterar as características administrativas, através de mudanças organizacionais.

Tigre focou não apenas na motivação dos colaboradores, mas também no fortalecimento da marca, incentivando a criação de novos produtos. Para tal, o setor de marketing teve mais liberdade para atuar, focando na inovação dos produtos de acordo com a demanda do mercado, não ficando restrito aos moldes da produção fabril.

A formalidade e a burocracia excessiva, contribuía para que as equipes não fossem unidas, pois seus membros vinham de uma cultura autocrática dentro da empresa, na qual o respeito ocorria apenas através da autoridade e hierarquia.

Sendo assim, Fernando Tigre tinha como principais objetivos reverter esse quadro de grandes falhas que faziam a empresa apresentar prejuízos, bem como tornar Alpargatas mais competitiva, uma vez que esse mercado havia crescido e a disputa principalmente com a China havia ficado ainda mais acirrada. Para tal, mudanças na maneira de liderar, no incentivo à criatividade e autonomia dos funcionários, tornou-se extremamente necessário.

Quando se diz que uma pessoa está engajada, afirma-se que ela encontrou um real motivo para empenhar todo o seu potencial. Manter uma equipe considerada de alto desempenho não é tarefa fácil para as empresas, principalmente se considerar a grande competitividade (GIL, 2011).

Após a departamentalização que auxiliou no desenvolvimento da criatividade e liberdade dos colaboradores, os chefes de divisão ganharam autonomia na tomada de decisões relacionadas ao desenvolvimento de novos produtos. Tal atitude, evidência a forma liberal de liderança que Tigre costumava tomar em determinadas situações.

A responsabilidade pelo desenvolvimento das pessoas recai sobre o líder. E isso significa mais do que apenas ajuda-las a adquirir habilidades profissionais. Os melhores líderes ajudam os liderados não só em relação à carreira, mas também em relação à vida pessoal. Eles os ajudam a se tornar pessoas melhores, e não apenas bons profissionais. Os líderes potencializam os liderados. E isso é muito importante, pois promover o crescimento das pessoas gera crescimento para a organização. (MAXWELL, 2008).

Desse modo, após reduzir a formalização e a burocracia, o aumento na motivação dos funcionários foi evidente. Ter mais autonomia, contribuiu para o desenvolvimento da criatividade dos colaboradores.

As pessoas são motivadas pela vontade de satisfazerem seus desejos e necessidades. O segredo da mudança é identificar o que motiva o profissional. Ninguém motiva pessoas, elas são motivadas para agir e obter resultados, pois quem faz algo o faz por duas razões: obter resultado desejável ou evitar um resultado indesejável. São as pessoas que devem desejar o sucesso (GIL, 2011).

Após o conhecimento do que necessitava ser corrigido no ambiente de trabalho, Fernando Tigre adotou uma nova postura. Para isso, reduziu o número de funcionários de forma expressiva, de 14.500 para 10.500 em apenas 4 anos de gestão.

A “informalidade” implementada, não significava que seriam permitidos erros, ou baixa produtividade dos colaboradores. A cobrança seguiu presente em sua gestão, tanto sobre os diretores, quanto aos subordinados.

Os estilos de liderança se desenvolvem em cada gestor de acordo com as características individuais e conforme a cultura das pessoas e da organização. Portanto, essas atitudes nos fazem refletir que não existe um tipo de liderança correta, mas que era evidente que a liderança estritamente autocrática estava defasada, e surfar entre os estilos de liderança era a melhor opção. Ponderando com a gestão liberal e democrática tanto com os diretores, quanto aos subordinados.

Outra mudança implementada por Tigre foi a divisão das operações em subdivisões visando aumentar a autonomia nos grupos e descentralizar a estrutura anterior. Estrutura essa que mostrava características herdadas, como uma burocracia acentuada e níveis de formalização exagerados, de forma a ser difícil lidar com o mercado exigente que estava surgindo. Tigre entendia a importância de alterar a estrutura hierárquica mecanicista para um modelo mais orgânico.

Assim, é possível perceber a aplicação de algumas teorias da motivação. Como é o caso da Hierarquia das necessidades, de Maslow. Ao analisar a teoria e comparar com o cenário presente na Alpargatas é possível perceber que as necessidades primárias dos funcionários pareciam ser atendidas corretamente. Por outro lado, ao encarar a parte das necessidades secundárias da pirâmide é possível perceber que os funcionários não tinham as lacunas sociais e necessidade de autorrealização devidamente atendidas.

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