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A INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO

Por:   •  12/8/2015  •  Resenha  •  6.298 Palavras (26 Páginas)  •  468 Visualizações

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UNIDADE 1. INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO.

Mito da Caverna do filósofo Platão, a importância de se desenvolver um modo de pensar crítico em contraposição à aceitação passiva de valores e ideias.

Filosofia pra quê?

A maneira como enxergamos a filosofia é reflexo direto dos valores da cultura na qual vivemos.

Pra que serve a ciência?", por exemplo. Uma vez que parece óbvio à maioria que a utilização do conhecimento científico é responsável pelos tantos avanços tecnológicos que desfrutamos atualmente.

"o saber" enquanto conhecimento e "a sabedoria" enquanto correto direcionamento da conduta moral. Para os gregos, o sábio era a figura daquele que possuía conhecimento verdadeiro sobre a realidade e que, uma vez os possuindo, agia de acordo com valores morais que orientavam uma correta conduta

os gregos inventaram a filosofia para compreenderem o mundo no qual estavam inseridos e para resolverem problemas éticos e políticos. O meio que os primeiros filósofos encontraram para buscar a resposta para essas questões foi a razão. Essa seria o fundamento de suas investigações. Essa seria o pilar para o pensar. Uma ferramenta que está presente em todos os seres humanos e da qual todos nós poderíamos dispor.

Mas porque a racionalidade é colocada como chave para o pensar filosófico?

porque racional significa argumentado, debatido e compreendido;

porque racional significa que, ao argumentar e debater, queremos conhecer as condições e os pressupostos de nossos pensamentos e os dos outros;

porque racional significa respeitar certas regras de coerência do pensamento para que um argumento ou um debate tenham sentido, chegando a conclusões que podem ser compreendidas, discutidas, aceitas e respeitadas por outros

o saber e a sabedoria que estavam tão intimamente relacionados no contexto grego vão sendo separados no decorrer da história. Ora, uma prova disso é que nos dias de hoje nos parece evidente a cisão entre o "conhecimento racional", que engloba fatores como a instrução e o exercício intelectual, e a "vida moral", ou seja, aquela que estaria relacionada às escolhas e ao modo pelo qual as pessoas se relacionam com o mundo.

Essa simples separação traz em seu cerne profundas implicações. a mais evidente, é que aquilo que pensamos, aquilo que estudamos, que compreendemos, que conhecemos, não precisa gerar em nós uma mudança. Nesse caso, o conhecimento sobre o prejuízo causado pela sede de poder não propicia uma autorreflexão sobre si próprio, sobre suas ações e seus efeitos perante o outro.

O QUE É A FILOSOFIA?

 

a palavra filosofia é atribuída ao grego Pitágoras Em um sentido menos comum e que remonta às raízes gregas, já comentadas anteriormente, a filosofia se relaciona à sabedoria. Na Antiguidade grega, a sabedoria significava, sobretudo um saber prático com vistas a alcançar o objetivo principal da vida humana: a felicidade. O conhecimento filosófico indicaria o caminho de como viver para ser feliz


As fontes para a felicidade que eram apontadas nos textos antigos pelas pessoas em geral iam de bens materiais, status social, poder, prazeres à saúde, amor e amizade.

Contudo, para a maioria dos filósofos gregos, a felicidade verdadeira se relacionava mais diretamente a fatores internos, intelectuais ou espirituais e não a fatores exteriores ao sujeito e que dependeriam, a concepção de felicidade grega estava inclusive atrelada ao resultado de um processo coletivo e não poderia ser alcançada individualmente.

o significado da palavra filosofia foi perdendo seu significado original para designar um tipo especial de conhecimento relacionado mais à característica metódica e racional de investigação e elaboração do conhecimento. Em um sentido mais preciso, filosofia significa a procura da verdade por meio de uma atividade racional criteriosa.

a reflexão filosófica deve possuir as seguintes características:

  • Radicalidade - ou seja, chegar até a raiz dos acontecimentos, isto é, aos seus fundamentos; à sua origem, não só cronológica, mas no sentido de chegar aos valores originais que possibilitaram o fato. A reflexão filosófica, portanto, é uma reflexão em profundidade.

 

  • Rigor - isto é, seguir um método adequado ao objeto em estudo, com todo o rigor, colocando em questão as respostas mais superficiais, comuns à sabedoria popular e a algumas generalizações científicas apressadas.
  • Contextualidade - como já se disse antes, a filosofia não considera os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente, relacionando-os a outros aspectos da situação da época.

 

Esse rigor que se pretende alcançar por meio do pensamento filosófico visa contrapor-se às crenças costumeiras e um olhar mais aguçado e profundo para aquilo que nos passava antes despercebido.

a primeira característica da atitude filosófica é o fato dela ser negativa. Ela deve dizer "não" aos pré-conceitos, aos pré-julgamentos, ao que todo mundo diz, pensa e faz, em uma palavra, romper com o que está estabelecido.

Mas, a atitude filosófica não consiste apenas na destruição do que está instaurado. A segunda característica do pensamento filosófico, e não menos importante, é sua qualidade positiva. Positiva porque ao indagar e investigar sobre o que são as coisas, seus motivos e seus porquês, também estamos construindo e estabelecendo uma outra espécie de conhecimento: o conhecimento filosófico.

Unidade 1 -

O MITO DA CAVERNA


O Mito da Caverna é um texto de Platão.

Sócrates tinha um método peculiar de diálogo chamado de maiêutica. Seu significado do grego é "dar a luz", "parir". No contexto utilizado pelo filósofo, podemos entender esse método como um parto intelectual.

o objetivo do filósofo é de criar uma cena que leva o interlocutor à reflexão partindo da comparação com a narrativa.

SÓCRATES – Imagine homens encerrados em uma caverna. Aí, desde a infância, têm o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só veem os objetos que lhes estão diante. Presos, não podem voltar o rosto para trás. Atrás deles, a certa distância e altura, há um fogo cuja luz os alumia; entre o fogo e os cativos imagina um caminho.
GLAUCO - Imagino tudo isso.
SÓCRATES - Supõe ainda homens que passam ao longo deste caminho, uns se entretêm em conversa, outros guardam em silêncio.
GLAUCO - Singulares cativos!
SÓCRATES - Mas, dize-me: assim colocados, poderão ver de si mesmos e de seus companheiros algo mais que as sombras projetadas, à claridade do fogo, na parede que lhes fica adiante?
GLAUCO - Não, uma vez que são forçados a ter imóveis a cabeça durante toda a vida.
SÓCRATES - E dos objetos que lhes ficam por detrás, poderão ver outra coisa que não as sombras?
GLAUCO - Não.
SÓRATES - E, se, no fundo da caverna, um eco lhes repetisse as palavras dos que passam, não julgariam certo que os sons fossem articulados pelas sombras dos objetos? GLAUCO - Claro que sim.
SÓCRATES - Em suma, não creriam que houvesse nada de real e verdadeiro fora das figuras que desfilaram.
GLAUCO - Necessariamente.
SÓCRATES - Vejamos agora o que aconteceria se livrassem a um tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer tudo isso sem grande pena; a luz, ser-lhe-ia dolorosa, o deslumbraria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via. Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfilavam ante os olhos, o obrigassem a dizer o que eram. Não te parece que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
GLAUCO - Sem dúvida nenhuma.
SÓCRATES - Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos doloridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consideraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?
GLAUCO - Certamente.
SÓCRATES - Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à plena luz do sol, não é de crer que daria gritos lamentosos e brados de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o comum dos homens tem por serem reais?
GLAUCO - A princípio nada veria.
SÓCRATES - Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as sombras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos nas águas; finalmente erguendo os olhos para a lua e as estrelas, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno resplendor do dia.
GLAUCO - Não há dúvida.
SÓCRATES - Mas, ao cabo de tudo, estaria, decerto, em estado de ver o próprio sol, primeiro refletido na água e nos outros objetos, depois visto em si mesmo e no seu próprio lugar, tal qual é.
GLAUCO - Fora de dúvida.
SÓCRATES - Refletindo depois sobre a natureza deste astro, compreenderia que é o que
produz as estações e o ano, o que tudo governa no mundo visível e, de certo modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna.
GLAUCO - É claro que gradualmente chegaria a todas essas conclusões (...)
SÓCRATES - Pois agora, meu caro Glauco, é só aplicar com toda a exatidão esta imagem da caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo visível. O cativo que sobe à região superior e a contempla é a alma que se eleva. Nos extremos limites do que se pode conhecer está a ideia do bem, a qual só com muito esforço se pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo, cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e públicos. 

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