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EMPREENDEDORISMO NO VALE DO SILÍCIO – ORIGENS E PROSPECÇÕES

Por:   •  10/7/2016  •  Artigo  •  5.550 Palavras (23 Páginas)  •  252 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACC - FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS ADMINISTRAÇÃO

Artigo apresentado ao curso de Administração, como parte dos requisitos necessários a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Professor(a): Prof. Dra. Cecilia Arlene Moraes

Matéria: Seminário Temático II

Turma: Noturno, 2°Semestre

Cuiabá - MT Maio 2016

EMPREENDEDORISMO NO VALE DO SILÍCIO – ORIGENS E PROSPECÇÕES

Autoria: Régis Ribeiro Sales

RESUMO

Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica a respeito do empreendedorismo no vale do silício, buscando abordar suas origens, os principais personagens precursores desse movimento, os fatores fundamentais para o seu sucesso; além de mostrar qual a representatividade dessa região no mundo dos negócios atualmente,  principalmente no que se refere às empresas de tecnologias inovadoras; e as regiões brasileiras que se inspiraram no exemplo dessa região ao norte do estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América, apresentando elevado potencial de crescimento e inovação.

Palavras-chave: inovação, empreendedorismo, vale do silício.

1. INTRODUÇÃO

A expressão “vale do silício” teve sua origem no início dos anos 1970, quando o jornalista americano Don Hoefler usou o termo para definir a região sul da baía de São Francisco, ao norte do estado da Califórnia, nos Estados Unidos da América, que passava a experimentar um vertiginoso crescimento advindo da instalação de empresas produtoras de chips para computadores, cuja matéria prima principal é o silício.

Saber o que propiciou para que uma região eminentemente agrícola passasse, em poucos anos, à vanguarda do desenvolvimento e produção de alta tecnologia no mundo, parece ser de vital importância para futuros empreendedores. Além disso, poder ter a chance de replicar esses ensinamentos em outras partes do globo, pode ser diferencial entre o sucesso e o fracasso de uma boa ideia.

Mas o que é empreender? Segundo Angelo (2003), pode-se definir empreendedorismo como “a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma ideia por meio da aplicação de criatividade, capacidade de transformar e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco”. Já para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE (2009) o empreendedor tem como característica básica o espírito criativo e pesquisador. Ele está constantemente buscando novos caminhos e novas soluções, sempre tendo em vista as necessidades das pessoas. A essência do empresário de sucesso é a busca de novos negócios e oportunidades e a preocupação sempre presente com a melhoria do produto. Enquanto a maior parte das pessoas tende a enxergar apenas dificuldades e insucessos, o empreendedor deve ser otimista e buscar o sucesso, apesar das dificuldades.

Outro termo intimamente ligado às empresas de Palo Alto e região refere-se às startup; que podem ser definidas como um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível, capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente, e escalável, com alto potencial de crescimento, trabalhando em condições de extrema incerteza, em que não há como afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irão realmente dar certo - ou ao menos se provarem sustentáveis.

Assim, o rápido crescimento do Vale ofereceu boas notícias a outras cidades e regiões. Esse estudo procura mostrar a história da sua criação e analisa os passos que permitiram esse crescimento. Enquanto é impossível replicar exatamente os eventos que consagraram a região 50 anos atrás, o desenvolvimento do Vale do Silício pode promover conhecimento para líderes e gestores públicos em comunidades ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

2. ORIGENS

Para entender o sucesso do Vale do Silício é necessário seguir a história da sua criação. Essa história começa a milhares de quilômetros de São Francisco, em um laboratório no qual cientistas desenvolveram a primeira tecnologia de chips de computadores. Em meados dos anos 1940, um time de físicos em um centro de pesquisas da empresa AT&T, em Nova Jersey, criou o transistor, um novo dispositivo “semicondutor” que poderia controlar e amplificar sinais elétricos. O transistor rapidamente começou a substituir outras tecnologias de processamento de sinais e se tornou tão importante que seus três inventores receberam o Prêmio Nobel pela criação. Em 1955, um desses inventores, o cientista do Massachusetts Institute of Technology (MIT) William Shockley, decidiu deixar o laboratório e criar uma companhia que produzisse esses transistores. Shockley considerou instalar sua empresa em Boston ou no sul da Califórnia, mas acabou escolhendo o lugar em que havia crescido. Em 1956, ele começou seu negócio em Mountain View, uma pequena cidade em um vale agrícola há 80 quilômetros ao sul de São Francisco.

 Pesquisas também mostram que para criar uma empresa bem-sucedida três coisas são necessárias: financiamento, clientes e empregados. E esses itens também estavam em falta para uma startup como a de Shockley. Em meados dos anos 1950, não havia fundos de capital de risco na região – na época, o exército dos Estados Unidos agia como principal investidor e cliente de empresas de alta tecnologia. Mas a região de São Francisco não era líder no segmento nem mesmo em seu próprio estado, uma vez que Los Angeles e São Diego recebiam mais recursos para pesquisa e produção de alta tecnologia. Também era difícil encontrar trabalhadores talentosos, já que engenheiros com experiência em semicondutores estavam concentrados nas cidades que já possuíam empresas especializadas. A Baía de São Francisco tinha algumas poucas empresas na área de computação, mas que trabalhavam com tecnologias muito diferentes das relacionadas aos transistores – ou seja, os funcionários locais não tinham o conhecimento que Shockley necessitava. O programa de engenharia da Universidade de Stanford também era um tanto pequeno. Menos de vinte engenheiros obtiveram o PhD na instituição no ano que Shockley começou sua startup. E eles tampouco tinham muita experiência em trabalhos com semicondutores, uma vez que não havia um laboratório especializado em Stanford. Além disso, por conta de políticas restritas de imigração, importar talentos de outros países não era uma opção (nos anos 1950 e 1960, imigrantes eram menos de 10% da população da região, as taxas mais baixas dos últimos 150 anos).        

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