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ESTUDO DE CASO: FILME “MARÉ VERMELHA”: DIFERENTES APLICAÇÕES AOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Por:   •  3/4/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.962 Palavras (8 Páginas)  •  99 Visualizações

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ESTUDO DE CASO: FILME “MARÉ VERMELHA”: DIFERENTES APLICAÇÕES AOS PRINCÍPIOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Introdução

Os princípios da Governança Corporativa devem ser elementos norteadores para a administração de diversos tipos de empreendimentos, desde uma grande empresa até a gestão de um navio submarino nuclear.

É com essa ideia que surge a oportunidade de analisar, sob o viés da Governança Corporativa, o desenrolar dos acontecimentos do filme Maré Vermelha (título original: Crimson Tide), de 1995, que contou com direção de Tony Scott, roteiro de Robert Towne e atuação de Gene Hackman, Denzel Washington, Viggo Mortensen, dentre outros.

Tal obra, que destaca a importância dos processos de liderança, negociação, decisão e responsabilidade, torna-se uma oportunidade ímpar de correlacionar, na prática, as discussões e reflexões ocorridas em sala de aula sobre a temática da Governança Corporativa, no escopo da disciplina de Controladoria.

Respostas e Comentários

O filme traz um cenário de risco de iminência de uma 3.ª Guerra Mundial, no qual a nação russa encontra-se em movimento de ocupação de outras nações e ameaça à paz mundial. Diante tal situação, um navio americano submarino – USS Alabama – é enviado como possível medida de ataque na hipótese de ocorrer a confirmação da possibilidade de disparo de mísseis nucleares, por parte dos russos, aos Estados Unidos da América.

É nesse contexto que Ron Hunter (interpretado por Denzel Washington) assume a função de Imediato junto ao referido navio, sob as ordens do Comandante Frank Ramsey (interpretado por Gene Hackman).

O clímax da obra ocorre após recebimento da ordem de autorização para disparo de mísseis pelo submarino, em meio a um ataque submarino por parte de outro navio tomado pelos russos. Tal ataque acaba por danificar também o sistema de comunicação do USS Alabama, que não consegue receber a íntegra de uma nova mensagem remetida pelo Comando da Marinha Americana.

Surge aí o dilema: tal ordem, cuja devida leitura não foi possível, poderia trazer eventualmente a possibilidade de cancelamento da autorização de ataque ou ainda o contrário, quanto à tomada de outras medidas.

A partir daí temos o conflito entre Hunter e Ramsey, sendo que aquele recomenda a necessidade de obtenção da confirmação do conteúdo da mensagem, ao posso que o último mantém a realização do ataque americano, com base na última ordem recebida.

Inicia-se assim um jogo de troca de comando na embarcação, marcado por diversos momentos de revoltas, levantes e decisões críticas, que poderiam – ou não – levar a um cenário de possível guerra nuclear (nas palavras de Hunter: “Holocausto Nuclear”).

No decorrer desses acontecimentos, numa narrativa claustrofóbica, em que todos os acontecimentos se dão dentro do ambiente do navio, repleto de ocorrências urgentes e impactantes, aplicando-se sob a ótica da Gestão Corporativa, é possível enxergar diversas nuances de aspectos afetos à administração moderna e sustentável de empresas, face às diversas contingências a que têm que apresentar respostas rápidas e planejadas, buscando o alcance de resultados para seus shareholders e stakeholders.

Surge então a chance para discussão das seguintes questões:

  1. Quais as práticas de Governança Corporativa desenvolvidas pelos 2 (dois) executivos chefes – Comandante Ramsey e o Imediato Hunter? Descreva em detalhes quem melhor observa os princípios e atua de forma orientativa e colaborativa?

O Comandante Ramsey é exemplo nítido do modelo mecanicista clássico de gestão, no qual impera a administração centralizada, com base no histórico de decisões anteriores, e marcada por foco no curto prazo e adoção de estratégias reativas e defensivas.

Já o Imediato Hunter trouxe uma nova roupagem à gestão do submarino, fundamentada em decisões técnicas e com o maior conjunto possível de informações e análise de cenários. Tal modelo enfatiza o relacionamento com liderados, levando em conta aspectos como a moral e motivação da equipe, bem como a transparência na tomada de decisões.

Tal dicotomia é característica de um elemento discutido na disciplina: os conflitos presentes nas organizações. Os conflitos se caracterizam quando ocorre o encontro de visões antagônicas, como as ocorridas no filme, e representam muito bem as mudanças pelas quais os negócios precisaram passar ao longo das últimas décadas a fim de compreender a importância de uma administração mais global e moderna, sob o olhar da Governança Corporativa.

A liderança praticada pelo Imediato Hunter representa melhor os elementos da Gestão Corporativa, notadamente sob os elementos de disclosure (transparência das informações) e compliance (conformidade no cumprimento de normas reguladoras). Hunter, respeitando o regulamento da Marinha americana, buscou aplicar uma gestão mais compartilhada, colaborativa e orientativa para a tomada das decisões, sem abrir mão da importância das informações para a devida fundamentação de suas ações.

  1. Identifique todos os principais elementos ou grupos com interesse nas decisões durante o conflito de agência que se estabelece naquela situação. Quem, de fato, são os verdadeiros shareholders e os stakeholders, quando hipoteticamente tratamos e aplicamos os melhores princípios de gestão para um Estado na forma de uma grande Organização?

Os principais elementos afetados pelas decisões e discussões ocorridas dentro do USS Alabama são – diretamente – sua tripulação (desde Comandante, Imediato, Chefes, Supervisores e Oficiais) e – indireta e principalmente – toda a população mundial, que poderia se deparar com uma nova Guerra Mundial, de escala nuclear. Outros elementos conectados com a cadeia de comando americana são o Alto Comando da Aeronáutica e a Presidência do país, representando os altos decisores que remetiam as decisões para cumprimento.

Importante mencionar que, assim como ocorre em muitas organizações, acaba por se formarem dois lados antagônicos dentro do submarino, composto por líderes e subordinados que apoiam uma ou outra parte (Hunter ou Ramsey). Tal situação é comum nas empresas que passam por momentos de crises e de necessárias quebras de paradigma, nos quais a liderança possui papel central para a adequada condução do negócio.

É possível ainda trazer tal discussão para a lógica do Estado como uma grande organização, todavia ciente de que há certa “mistura” entre a figura de seus shareholders e stakeholders, isto porque, principalmente, os financiadores do Estado são seus cidadãos e contribuintes, que, ao mesmo tempo, possuem diversos interesses nas ações tomadas pelos Governos, e seus respectivos resultados. Nessa linha, stricto sensu, teríamos a sociedade como os shareholders do Estado, cuja gestão é formalizada por meio de seus governantes, que se juntam aí a diversos elementos da atual e intrincada cadeia de influências da sociedade moderna (imprensa, empresas – lobby, políticos, etc.).

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