O Gerenciamento de Risco

O texto “Por que gerenciar riscos?” explicita vários motivos para empresas utilizarem a gestão de risco como forma de aumento de seu valor. Utilizando da gestão de risco, as empresas podem alcançar objetivos que os investidores não conseguiriam atingir, se adiantando assim de surpresas com períodos de dificuldade financeira.

Entre dois ativos com o mesmo retorno esperado, a maioria das pessoas preferirá aquele ativo com retorno menos variáveis. Economistas acreditam que a maioria das pessoas são avessas à riscos, por isso tomam essas atitudes, como por exemplo, adquirir seguros de carro, de imóvel, saúde, entre outros. As pessoas pagam antecipadamente por um prêmio mito maior do que o risco, para serem recompensadas por ocorrências que diminuiriam seu patrimônio. Automaticamente, podemos pensar que empresas seriam recompensadas por agir da mesma forma, porém não é o que ocorre. A explicação para isso está na teoria de finanças, que explica o motivo de empresas que gerenciam seus riscos não terem um patrimônio líquido de maior valor.

No ano de 1958 e 1961, Franco Modigliani e Merton Miller (M&M) chegaram à conclusão de que as políticas financeiras de uma empresa são irrelevantes quando não há custos adicionais associados à maior probabilidade de deterioração financeira; a política não causa efeitos tributários; e a empresa possui uma política de investimentos fixa e sustentável. O texto mostra um exemplo entre duas empresas de venda de alumínios, onde as políticas da empresa são irrelevantes para os investidores, que conseguem administrar os riscos inerentes.

Porém, se deixarmos de lado o fato de que investidores podem executar a gestão de riscos de uma empresa com a mesma eficiência da empresa, a gestão de risco pode fazer sim a diferença. Segue abaixo as imperfeições que tornam a gestão de risco relevantes para as empresas:

1) Deterioração financeira (financial distress): a deterioração financeira pode ser melhor exemplificada como uma dificuldade financeira. A ameaça de dificuldade financeira pode significar grandes perdas para uma empresa. Com uma gestão de risco, as empresas podem se precaver de fatores externos e, ainda assim manter seus lucros. Um exemplo dado foi uma empresa com monopólio de venda de produtos dourados que, em caso de aumento drástico do valor do ouro, poderia chegar a falência. Para que isso não ocorresse, a empresa pode adquirir uma proteção do preço do ouro;

2) Política de investimento: a gestão de investimentos é extremamente importante para a gestão de riscos de uma empresa. Supondo o caso onde uma empresa esteja passando por dificuldades, com uma política de investimentos bem estruturada, a empresa pode prosperar, sem que seja afetada por ganhos menores, pois já tem a previsão de fluxos de caixas futuros e pode utilizar os valores investidos para o que for preciso;

3) Efeitos tributários: muitas empresas têm alíquotas tributárias progressivas ou convexas, em que as taxas crescem em função da renda antes dos impostos. Essas empresas usam a gestão de riscos para estabilizarem os lucros e impostos, o que os investidores não poderiam fazer por conta própria;

4) Custos de transação: investidores preferem que as empresas gerenciem e administrem os riscos, pois as empresas conseguem realizar operações de riscos de modo muito mais barato e eficiente