O Marketing Governamental

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ANALISE CRÍTICA

O marketing cria possibilidades de conversas entre diferentes públicos; no caso do marketing governamental, entre cidadão e governo. Para isso possui algumas ferramentas que podem ser utilizadas para facilitar essa conversa: agenda, vídeo institucional, mapas, pesquisa de marketing, entre outros.

O segundo texto, sobre “marketing público no contexto da reforma gerencialista do estado, os autores discutem como o marketing governamental pode contribuir para essa interação entre estado e cidadão, dentro do quadro de modernização da administração pública, onde essa reforma gerencialista do Estado propõe uma administração com foco no bem-estar do cidadão.

A reforma do Estado, ou seja, a modernização da administração pública, fundamenta-se na descentralização, delegação de autoridade e rígido controle sobre o desempenho, e tem como foco o cidadão visto como um consumidor do serviço da administração pública. Busca-se enxugar os gastos da administração pública para assim atender com mais eficiência seu público alvo.

No Brasil, a Reforma do Estado ganhou impulso com a necessidade de se retomar o crescimento e para isso não bastaria apenas ajustar a estrutura do Estado. Era preciso superar as mazelas da burocracia, incorporando novas técnicas no serviço público que promovessem a qualidade, a produtividade, os resultados, a responsabilização dos funcionários, etc.

Segundo Paes de Paula a Reforma que houve no Brasil, acabou fortalecendo o executivo pela concentração do poder de decisão, enfraquecendo assim as instituições da democracia brasileira. Ele defende que a modernização da administração publica deve se dar por meio da criação de organizações administrativas que permitam a inserção do cidadão nas decisões, como por exemplo, através da criação de conselhos gestores de políticas publicas. Sendo esse envolvimento popular necessário para a promoção de uma cultura capaz de romper com a tradição patrimonialista e clientelística presentes no Brasil.

Os estudos sobre marketing público no Brasil ainda são poucos, e o marketing político se destaca em relação ao marketing público; o primeiro tem como principal preocupação o processo político e divide-se em três fases: partidário, eleitoral e governamental, acontece de forma continua e com maior ênfase no período eleitoral, e depois que o candidato assume o cargo o marketing trabalha em prol da realização do programa de governo e na conscientização da população sobre a coerência entre a proposta eleitoral e suas realizações administrativas, buscando repercussões favoráveis entre a população.

Já o marketing público é um processo social voltado para o interesse público e para os princípios fundamentais da constituição brasileira, busca identificar as necessidades da sociedade para que sejam supridas pelas instituições públicas, independente de quem ocupa o cargo político. No contexto brasileiro da reforma do Estado, o marketing entende o cidadão como cliente, ou seja um usuário dos serviços públicos que tem direitos que vão além dos de consumidor. Sendo assim, os serviços públicos devem ser avaliados de acordo com as estratégias de marketing: deve ser avaliado se o serviço realmente está atendendo as necessidades da população; deve ser observado se todo o cidadão conhece os serviços prestados pelo Estado à que eles têm direito, senão, deve ser divulgado para que todos conheçam; o serviço também precisa estar disponível à todos de forma acessível ,  simplificada e clara,  no  momento  em  que  a  necessidade  surgir; as condições da prestação de serviço devem ser ideais, em termos de estrutura física, recursos tecnológicos e pessoal qualificado e motivado; e também os serviços devem ser avaliados, quanto a satisfação gerada por eles, afim de promover ajustes se necessários.