O papel do profissional do secretariado nas empresas do mundo globalizado

INTRODUÇÃO

Desde o início, a globalização com sua “derrubada” de fronteiras, influenciou o mundo empresarial por meio das relações econômicas entre diferentes países e consequentemente pela inserção de novas culturas. Este novo cenário exigiu que os gestores empresariais revissem antigos modelos de organização e administração da informação, adaptando-se a nova realidade. Atrelado às mudanças, veio o crescimento/destaque do profissional do secretariado, que com suas habilidades em comunicação, organização, gestão de informações e relações interpessoais, é capaz de promover a integração dos setores e agentes de uma empresa diante do novo cenário da economia global. Tais habilidade e competências devem ser sempre aprimoradas pelos profissionais do secretariado. Da mesma forma, cada empresa deve adotar políticas de incentivo ao aperfeiçoamento dos conhecimentos de seus funcionários nestas áreas.

GLOBALIZAÇÃO E O MUNDO EMPRESARIAL

A formação de alianças entre os povos, independentemente de suas culturas ou localização geográfica, é uma tendência que podemos considerar uma característica nata do homem. É possível encontrar registros históricos desta prática desde a antiguidade. Podemos citar as alianças realizadas entre povos que estavam em guerra contra um inimigo comum, a fim de acordar regras e estratégias para alcançarem seus objetivos, como nos conflitos das Cidades-estados da Grécia Antiga, em meados do século V a.C.

Outro exemplo conhecido são as alianças feitas entre reinos na Idade Média: mesmo durante o período medieval, momento histórico característico pelas cidades cercadas por muralhas (feudos) e pelo fechamento de muitas rotas comerciais, pelo menos dois tipos de alianças estavam presentes no cotidiano da época, como a troca de produtos agrícolas, ou uma união estratégica contra o inimigo comum. Posteriormente, durante o Renascimento, com o florescimento do comércio, novas rotas foram abertas, como o comércio das especiarias entre o Extremo Oriente e o Mediterrâneo.

Como consequência, tivemos o descobrimento de novas terras, novos povos e, portanto, novas relações. O encontro destes diversos povos iniciou um intercâmbio cultural que viria a impactar nos hábitos alimentares, na arquitetura, na religiosidade, nos conhecimentos científicos e nas artes. O café talvez não estivesse nas mesas da Europa, se não fossem os comerciantes árabes. Assim como não teríamos grandes mesquitas na Espanha sem a presença destes povos na Península Ibérica. O desenvolvimento científico observado durante o Renascimento não teria sido possível sem a contribuição do Islã com seu conhecimento em matemática. A burguesia se consolida como protagonista das relações comerciais e cresce sua importância no desenvolvimento da economia mundial. A descoberta do Novo Mundo trouxera, enfim, a visão total de nosso planeta, sendo esta talvez a semente do processo que viríamos a conhecer como globalização.

Mais tarde, com o advento e a consolidação do capitalismo (iniciado com a Revolução Industrial inglesa), as relações entre nações sofreram mudanças drásticas, principalmente no que diz respeito às relações trabalhistas. No século XVIII, com o desenvolvimento de novas técnicas agrícolas, houve a apropriação de terras pelos grandes proprietários rurais, e uma massa de trabalhadores rurais foi expulsa dos campos. Estes trabalhadores foram absorvidos pelas primeiras indústrias da Inglaterra, onde novas formas de produção e relações de trabalho começaram a ser desenvolvidas. Desde então, diversas formas de organização da indústria e do trabalho foram descritas e desenvolvidas ao longo da história. No século XX, houve diversos tipos de teorias de organização do setor industrial e empresarial, influenciado principalmente pelos avanços tecnológicos. O desenvolvimento das ferramentas de comunicação, aliado às melhorias no sistema de transporte e às políticas de aliança comerciais internacionais, facilitaram o surgimento de um mercado global onde produtos e informações ultrapassam fronteiras geográficas. A forma de organização da produção mudou drasticamente com a globalização. Um bem poderia ser produzido com peças produzidas em diversas partes do mundo, passando por trabalhadores de diversas nacionalidades. Um carro pode ter seu projeto feito na Alemanha, peças produzidas na China, montagem feita no Brasil e venda realizada na Argentina. Este exemplo é apenas um dos inúmeros casos de produção globalizada. Vemos isto em diversos setores, como vestuário, serviços e até mesmo alimentação. Uma granja pode criar frangos no Brasil, com ração produzida na Argentina (que foi produzida com milho plantado nos EUA), que serão abatidos para a produção de nuggets que serão exportados para a Europa, ao mesmo tempo em que os miúdos serão comercializados no Brasil e na América Latina. Ou seja, um mesmo frango abatido pode ter diferentes partes comercializadas em lugares distintos no mundo inteiro.

De outro lado, aspectos sociais e culturais sofrem grande influência do que chega através dos meios de comunicação, principalmente de grandes países capitalistas. Os EUA, por exemplo, foram e são, até hoje, grandes disseminadores de uma cultura de massa que atinge quase todo o Ocidente. O incentivo ao consumo desenfreado, os hábitos alimentares com grande consumo de refrigerantes e fast-foods, e as grandes produções musicais, cinematográficas e televisivas foram incorporados aos hábitos de várias sociedades ocidentais.

Por outro lado, esta derrubada de fronteiras gerou uma grande instabilidade no mundo dos negócios. O aumento da concorrência causou o fim de muitos monopólios, o que obrigou as empresas a repensarem sua forma de atuar para sobreviver neste novo panorama econômico. Como exemplo, podemos observar a situação das empresas aéreas e os diversos tipos de caos causados pela inoperância e falta de organização em meio à dinâmica de um mundo globalizado onde as pessoas têm mais informações para cobrarem melhores serviços. Outro exemplo de aumento de concorrência é visto nos e-commerce, onde há uma gama gigantesca de produtos, serviços e lojas online disponíveis. Porém, com a mesma facilidade que se abrem novas empresas digitais, outro número enorme de empresas fecha por não se adaptarem ao novo modelo de negócio. A globalização, assim como aumentou a visibilidade das empresas no mercado, também deu ferramentas aos clientes para a cobrança de qualidade dos serviços prestados e produtos consumidos.

Diante deste cenário, fez-se necessário o melhoramento tecnológico

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