Planejamento e estratégia - Ascensão e queda do planejamento estratégico

Conforme o dicionário Aurélio (1999) “planejamento” é o trabalho de preparação para a tomada de decisão, segundo roteiros e métodos determinados”. Já no dicionário Michaellis (1998) “planejamento” é ... determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, como também da coordenação de meios e recursos para atingi-los; planificação de serviços.

Pensando nas ambiguidades, o texto traz diversas definições teóricas no que diz respeito ao planejamento e a estratégia e suas reais implicações no ambiente empresarial.

No livro "Ascensão e queda do planejamento estratégico" (2004) de Henry Mintzberg, no primeiro capítulo, o autor traz uma abordagem com definições sobre o que vem a ser planejamento e estratégia, além de levantar o entrelaçamento entre os dois termos. Mintzberg começa questionando se a formulação de estratégias é um processo do planejamento, como defendem alguns teóricos. Ele ressalta que embora vivamos no século 20, ainda existe muita confusão e dissociação sobre a ideia de planejamento e estratégia, principalmente pelo uso excessivo e desmoderado das palavras.

Tentando encontrar uma definição congruente, ele salienta que a palavra “planejamento” pode ter muitos sentidos que até os chamados planejadores (pesquisadores, pessoas pagas para planejar, órgãos internos e externos, líderes, chefes ou colaboradores de uma organização ou empresa), não conseguem chegar a um consenso de definição e execução.

Assim o autor passa a delinear algumas definições para o chamado “planejamento.” Perpassando por ideias de alguns teóricos como Bolan, Ackoff, Goetz, Schwendiman, Bryson entre outros, ele segue pela linha de que planejar é: 1). Planejamento é pensar no futuro. 2). Planejamento é controlar o futuro. 3). Planejamento é a tomada de decisão. 4). Planejamento é a tomada de decisão integrada; e por fim 5). Planejamento é um procedimento formal para produzir um resultado articulado, na forma de um sistema integrado de decisões. Com uma abordagem mais específica, após ressaltar as confluentes opiniões e entendimentos sobre o que a vem a ser o planejamento ele nos leva a crer que o importante no processo de planejar é a formalização, pois através deste será aplicado um sistema integrado que possibilitará não apenas a tomada de decisões desarticuladas, mas sim um processo sistêmico que regerá todos os passos da organização.

Ele salienta que para que isso ocorra, é necessário a decomposição, articulação e a racionalização dos processos pelos quais as decisões são tomadas, ou seja, planejar é ter uma holística que englobe todos os passos da realização de um programa, e não apenas ter o foco em um dos aspectos organizacionais.

Elucidando, é o pensar consciente a procura de um bem-estar comum e unificado que tenha sentido nas metas e as formalize, mas que por outro lado não as torne rígidas, a ponto de não enxergar e prever as complexidades, vulnerabilidades e partes que formam o todo de uma organização. Assim pode-se concluir que em uma conjectura específica e uma visão estratégica planejar é o olhar o todo sem precedentes. Ainda se valendo do outro termo abordado, a estratégia, o autor ressalta diversas possibilidades como estratégia definida por plano, padrão, posição e perspectiva.

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