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Reflexão Crítica sobre filme A grande Aposta e ARtigo sobre Empresa Humanizada

Por:   •  8/3/2017  •  Resenha  •  1.370 Palavras (6 Páginas)  •  1.518 Visualizações

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REFLEXÃO CRÍTICA

No filme “A Grande Aposta” são apresentados quatro homens, em contextos distintos, tentando fazer dinheiro à sua própria maneira após se depararem diante de um problema real que arrasou os mercados em 2008. Enquanto o longa metragem apresenta a ousadia dos protagonistas para ganhar dinheiro, cada um com suas características peculiares, ele também desvenda o drama social da crise e mostra como o sistema prejudicou a vida de incontáveis pessoas e famílias, criando uma reflexão sobre a responsabilidade social dos analistas financeiros, negociadores, corretores, bancos, governo e agências reguladoras.

Toda conjuntura da crise apresentada no filme foi baseado em fatos reais e levou os Estados Unidos à recessão, afetando países de todo o mundo. Em efeito cascata, bancos e seguradoras faliram e outros tiveram de ser socorridos pelo governo americano. Segundo Castro (2016), economistas consideraram aquela situação como a maior crise do capitalismo desde 1929.

Na época a dívida das famílias americanas dobrou e a economia se viciou em empréstimos excessivos, sem fundamento, com taxas de juros básicas. Quando as taxas de juros subiram muita gente deixou de pagar os empréstimos que foram praticamente empurrados para pessoas sem meios de bancá-los (FREIRE, 2016).

Um funcionário de um banco de investimentos, Jared Vennett, se demonstra no filme um negociador ganancioso e de boa lábia que vê nas análises de Michael Burry (o primeiro dos personagens a prever o colapso no mercado imobiliário do Estados Unidos) uma oportunidade de ouro para ganhar dinheiro. Conhecedor de todas as falcatruas bancárias nas vendas de títulos, este personagem, em nossa concepção, pode ser considerado como o mais inescrupuloso de todos os que entraram na “Grande Aposta”.

Diferente dos outros personagens envolvidos na trama, como Michael Burry,  Mark Baum, o especialista veterano de Wall Street Ben Rickert e seus pupilos, Vennett não demonstra nenhuma indignação com o sistema fraudulento em que estava inserido e nem mesmo remorso com as consequências drásticas da crise para toda a sociedade americana e mundial. Para ele, seu ganho financeiro era mais importante do que a responsabilidade social dos seus negócios.

Um dos personagens, o corretor Mark Baum, chama à atenção. Sua primeira aparição no filme inicialmente apresenta um perfil de alguém que não admite que o negócio de alguém seja baseado em roubar as pessoas. Apresentado pelo narrador com um “desconfiado do sistema”, Mark e sua equipe decidem que antes de aceitar entrar na “grande aposta” apresentada a eles por Vennett, iriam fazer uma investigação mais profunda sobre o mercado imobiliário.

Eles verificam então que os bancos foram dando empréstimos com garantias de retorno cada vez mais frouxas e que o sistema estava sendo totalmente desumano e fraudulento, pois explorava os mais pobres com juros que cresciam em caso de inadimplência e tornavam as dívidas impagáveis, deixando-os endividados e obrigando-os a pegar cada vez mais empréstimos do banco. Foi então que Mark e sua equipe constataram que a base do mercado de hipotecas estava realmente podre e o sistema havia crescido de maneira irresponsável.

Vennett, em uma conversa com Mark e sua equipe, deixa bem claro que não seriam somente as casas mais caras que poderiam quebrar o mercado, mas também as menores de pessoas mais pobres. Ele expõe que quando o mercado quebrasse, as pessoas ficariam sem empregos e, consequentemente, não conseguiriam pagar. E aí quebrariam o mercado imobiliário. Mark achou um absurdo, mas começou a pensar que tudo faria sentido e decidiu também que também investiria.

Fica evidente neste ponto que, se os personagens do filme realmente fossem éticos e responsáveis, não deveriam ter investido em negócios desta natureza, pois, a responsabilidade social nos negócios vai além do desempenho financeiro, contempla também a preocupação com os efeitos sociais e ambientais das suas atividades. Não se pode pensar apenas em ganhar dinheiro, mas é preciso também pensar nas consequências deste ganho nos aspectos sociais e ambientais.

Em seu artigo, Vergara e Branco (2001) fornecem base para discussão sobre o tema empresa humanizada, levando   em   consideração   que   é   possível e, necessário, que   as   organizações busquem obter este título. A partir da leitura do texto pode-se concluir que as empresas têm um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa, e o esforço para torná-las humanizadas deve partir tanto dos trabalhadores que nela atuam, quanto pelo alto escalão da organização.

De acordo com Gouveia (2016) a falta de regulamentação e acompanhamento por parte das agências reguladoras dos Estados Unidos criou brechas para a existência de um sistema que enfraqueceu sua economia. Se houvesse uma regulação de perto, talvez o esquema fraudulento mostrado no filme não tivesse acontecido. Com privilégio de informação e, seguros de que suas ações não seriam investigadas a fundo, várias pessoas se aproveitaram da situação e, durante anos, lucraram com isso. 

O filme retrata claramente as consequências trágicas da ganância e total falta de ética dos banqueiros, corretores e até das agências de risco norte-americanas, que comprometeram profundamente o sistema financeiro mundial ao multiplicar títulos sem valor e ignoraram precauções como a verificação de crédito.

Temos que concordar com Vergara e Branco (2001) quando asseguram que as empresas precisam se voltar mais para o ambiente em que estão inseridas buscando agregar outros valores que não somente a maximização do retorno para seus acionistas. Segundo eles, as ações externas das organizações precisam buscar a eliminação de desiquilíbrios ecológicos, mas também a superação de injustiças sociais e o apoio à sociedade como um todo.

Vergara e Branco (2001) apresentam exemplos de empresas que tiveram iniciativas no campo da chamada cidadania corporativa e eu se tornaram ícones em organização humanizada. Estas empresas têm desenvolvido ações relevantes principalmente voltadas para reduzir as deficiências no campo da educação, contribuindo no combate à evasão escolar de crianças, adolescentes e jovens de baixa renda e formação técnica.

Outras formas citadas pelos autores que encontradas por algumas empresas para exercer sua cidadania corporativa foram: apoiar à regiões atingidas por calamidades; patrocinar canal de TV por assinatura inteiramente dedicado a educação; desenvolver projetos de acesso a casa própria; utilizar seus produtos como veículo de mensagens úteis para melhoria das condições de vida; criar programas de formação de agentes sociais; e, disponibilizar assistência a crianças hospitalizadas.

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