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Resenha critica nise da silveira o coração da loucura

Por:   •  31/8/2016  •  Resenha  •  868 Palavras (4 Páginas)  •  5.150 Visualizações

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  O longa conta a história real da doutora Nise da Silveira (nascida em Maceió/Al em 1905), que foi uma das primeiras Brasileiras a se formar em medicina, e que dedicou grande parte da sua carreira a tratar com dignidade e respeito os pacientes que sofriam de esquizofrenia e que naquela época eram totalmente marginalizados pela sociedade por conta da sua doença. A cinebiografia mostra uma parte da vida dela, que é justamente o momento que ela volta para o convívio clínico depois de 7 anos afastada (2 anos presa e 5 em reclusão), A primeira cena do filme mostra um imenso portão que dividia dois mundos: o “real” e o “insano”, uma jovem senhora, de costas, bate querendo ser recebida e entrar. Ela continua a insistir e sem obter respostas. Até que esmurra com muita força, e finalmente alguém vem ao seu encontro. A breve abertura é uma introdução do que vem por aí. A mulher insistente e que não vai desistir até que seja atendida.

  Nise voltou ao trabalho por volta de 1940, sem prestigio, ela deu de cara com um hospital bruto, em parte, porque dentro dele eram usadas técnicas totalmente brutas e que hoje são polêmicas, tais como: eletrochoque, lobotomia e insulinterapia, que se popularizava, principalmente entre os familiares dos pacientes. Sem prestigio e sendo única medica mulher no hospital, ela continuou relutando em adotar novos métodos de tratamento sem brutalidade. Sobrou para doutora comandar a renegada Seção Terapêutica Ocupacional (STO) do centro psiquiátrico do engenho de dentro, Rio de Janeiro.

  Seu primeiro obstáculo é o enfermeiro de seu departamento, Lima, acostumado com o tratamento brutal com os pacientes – que ela chama de clientes–, que aliás, na madrugada cria uma luta clandestina entre os clientes. Ao seu lado a médica conta com uma enfermeira e um outro enfermeiro que se interessa por artes.

  Nise percebeu e provou aos companheiros de trabalho, que as artes plásticas eram o canal de comunicação com os clientes esquizofrênicos graves, que até então não se comunicavam verbalmente. As obras produzidas por eles davam “voz” aos conflitos internos que viviam.

  Vendo que afetividade é imprescindível para a melhora e cura de qualquer pessoa, ela usa isso com os clientes e também na forma como ela deixa que os animais interfiram e se aproximem dos clientes.

  Essa conjunção de métodos heterodoxos, que ela aprendeu estudando a obra do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, traduziu-se num pioneiro método de tratamento que até hoje tem ajudado os esquizofrênicos a terem uma vida em que a arte suplanta a doença.

 

   Todas obras produzidas deram origem ao “ Museu de imagens do inconsciente”. Jung inaugurou a exposição “ Esquizofrenia em imagens”, do museu de imagens do inconsciente, na presença de Nise, na Suíça, por volta da década de 50, quando eles se encontraram pela primeira vez. E esse acontecimento foi o reconhecimento mundial das ideias e do trabalho de Nise.

  O longa mostra a realidade que Nise se deparou ao voltar para o trabalho – que não é diferente da realidade que ainda vivemos – onde mostra que o poder, disfarçado de ciência e conhecimento, controla através da força, violência, machismo, abandono e maus tratos, pessoas são diminuídas e tratadas como objetos. A doutora se colocou como defensora dessas vidas, sendo contra os tratamentos desumanos e violência que os pacientes eram submetidos. Elas passavam que o amor, respeito, dignidade, o cuidado e a compreensão do olhar, são capazes de oferecer um espaço transformados a todos que estão envolvidos, seja paciente ou equipe.

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