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Resenha de Ética

Por:   •  30/6/2015  •  Resenha  •  1.221 Palavras (5 Páginas)  •  242 Visualizações

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Desigualdades de Gênero e Raça: Eixos Estruturantes dos Padrões de Desigualdade Social no Brasil (pág. 33)

        As vária formas de preconceito estão diretamente ligadas aos fenômenos de exclusão social que faz com que a pobreza se origine e seja reproduzida. No Brasil, as desigualdades de gênero e raça não são fenômenos que estão relacionados com as minorias ou a grupos específicos da sociedade, muito pelo contrário, são problemas que estão diretamente ligados as grandes maiorias da população. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2003, as mulheres representam 42,7% da População Economicamente Ativa (PEA) no Brasil e os negros (de ambos os sexos) representam 46,4%. Somados, correspondem a aproximadamente 90% da PEA. As mulheres negras, correspondem a aproximadamente 14 milhões de pessoas (18% da PEA) e, como resultado de uma dupla discriminação (de gênero e raça), visivelmente apresentam desvantagens em nos principais indicadores sociais e de mercado de trabalho.

        É certo o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho, porém, ainda está um pouco distante se com comparado coma participação dos homens. A participação das mulheres fica ainda menor quando essas mulheres são pobres e com pouco grau de escolaridade, onde também percebe-se que taxa de desemprego de mulheres e negros é sistematicamente superior à de homens e brancos e a taxa de desemprego das mulheres negras é quase o dobro da dos homens brancos.

        Em relação a remuneração esse é outro fator que deve ser considerado pois a diferença é um tanto significativa quando se trata da cor/sexo das pessoas. Os rendimentos das mulheres são inferiores aos dos homens, mesmo quando há uma similaridade nos níveis de escolaridade. Os rendimentos dos negros são sistematicamente inferiores aos dos brancos, inclusive entre aqueles que têm o mesmo nível de escolaridade. Em cada uma das faixas consideradas, os brancos. Se comparamos mulheres negras com homens brancos (ambos na faixa de 11 anos e mais de estudo), elas recebem apenas 46% do que recebem os homens brancos por hora trabalhada.

        Uma grande proporção da ocupação feminina se concentra nos segmentos mais precários do mercado de trabalho: trabalhadores por conta própria (com exceção dos profissionais ou técnicos), serviço doméstico e ocupados sem remuneração. A porcentagem de mulheres ocupadas no serviço doméstico (18%) está entre as mais altas entre os países latino-americanos. Se somamos a isso a porcentagem de ocupadas sem remuneração (15%), chegamos a uma cifra de 33%. Isso significa que um terço das mulheres que trabalham no Brasil ou não recebem nenhuma remuneração pelo seu trabalho ou estão ocupadas no serviço doméstico. Além disso, do total de ocupadas no serviço doméstico, apenas 27% têm carteira assinada (ou seja, mais de 2/3 delas não estão registradas e não gozam dos benefícios previstos na legislação do trabalho).

        Em todas essas formas precárias de ocupação as mulheres negras estão representadas de uma forma maior em relação às brancas: a porcentagem das que estão empregadas no serviço doméstico é 23,3%, e a de ocupadas sem remuneração é de 17,5%, o que soma 40,8%. Entre as trabalhadoras no serviço doméstico, 71,2% das brancas e 76,2% das negras não têm carteira assinada.

Desenvolvimento Econômico e Relações Raciais no Brasil (pág. 43)

        

        Acreditava-se que o pensamento desivolvimentista, que era baseado na industrialização e na infraestrutura poderia acarretar consigo a democratização do país. Porém não foi bem isso que ocorreu, esse modelo desivolvimentista acabou sendo forjado utilizando como modelo ideológico o próprio mito da democracia racial. Ou seja, o ideal mítico da morenidade, produto sincrético da fusão das três raças formadoras do povo brasileiro, foi utilizado pelas elite brasileiras como um instrumento mobilizador do desenvolvimento e do progresso.

        Em 2004 o PIB do Brasil era o segundo maior da América Latina, mas se for levado o PIB per capita o Brasil demonstra ser um país de médio grau de desenvolvimento, mostrando assim que no Brasil existe uma parcela vinculada aos setores formais e modernos ao lado de uma grande maioria vinculada aos setores informais e de reduzida produtividade. Essas constatações se tornam mais relevantes quando se associa com as próprias desigualdades sócio-raciais presentes no interior da sociedade brasileira.

        Segundo dados do Censo do ano 2000 verificou-se que a participação dos negros e negras na formação da renda disponível ao longo do período de 1980 e 2000 permaneceu praticamente a mesma não passando dos 30% da formação da renda disponível das famílias, enquanto dos branco ficou em torno de 70%. De acordo com dados do Censo também do ano 2000 os indicadores de pobreza e indigência no período de 1980 e 2000 mostram que a presença negra permaneceu em torno de 60% abaixo da linha pobreza e 65% na população abaixo da linha da pobreza.

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