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A interferência da arte na cultura social e na política da história

Por:   •  25/5/2017  •  Dissertação  •  1.696 Palavras (7 Páginas)  •  279 Visualizações

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UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul

Arquitetura e Urbanismo 2015/1

Ingrid Rodrigues de Oliveira

A interferência da arte na cultura social e na política da história

O Barroco significou a dissolução da cultura medieval, assume diversas formas nos países europeus, as mais importantes dessas subdivisões secundárias, é a do barroco cortesão-católico numa tendência sensualista, tradicional e num estilo classicista, este mais rigoroso. A corrente classicista só se tornou predominante por volta de 1660, período em que as condições sociais e políticas na França eram favoráveis, além dessas duas formas de barroco cortesão e eclesiástico, há outra, a tendência naturalista nos países baixos.

De acordo com Hauser antes do Barroco ainda era impossível definir o foco político de uma época, baseava-se em fundamentos naturalistas ou anti-naturalistas, agora, entretanto, a arte deixou de ter um caráter uniforme para estabelecer tendências heterogêneas, nesse sentido surgem as formas analítica e sintética, simultâneas e completamente opostas.

Esse movimento constituiu além de um estilo artístico, um período histórico e um movimento sociocultural, no qual se formularam novos modos de ver o mundo, homem e Deus. Surgiu a partir dele um respeito pela tradição clássica e a aspiração pela criação de obras originais em relação ao período anterior.

O conceito de barroco era considerado extravagante e confuso, era rejeitado por sua irregularidade de inconstância. Burckhardt e os puritas posteriores de Nicolas Poussin, como Croce, são incapazes de libertar-se do racionalismo presente do século XVIII, percebem no barroco ausência de estrutura e lógica. Suas estipulações contra o barroco são também contra o impressionismo, ao deplorar o mau gosto da arte barroca, enquanto Croce hostiliza as convenções de arte moderna.

Durante o século XVII inicia-se a tendência impressionista, a qual Wolffin denomina “a reorientação mais importante da história da arte”, não reconhece que o que se consumou no barroco foi preparado pela renascença e pelo maneirismo. Ele desenvolve um sistema baseado em cinco pares de conceitos cada qual característica da Renascença é oposta à do Barroco, a busca pelo pictórico constitui a base de sua concepção dessa arte.

A tendência de substituir a rigidez pela liberdade se expressa na predileção pela forma aberta, as obras da arte barroca são incompletas e desconexas, capazes de continuação. O desprezo das linhas direcionais dadas pela moldura do quadro, o inacabamento do material e o tratamento desigual dos motivos ainda são usados intencionalmente para tornar difícil de ver a pintura como um todo lúcido.

Além da atração do novo, difícil e complicado, o Barroco constitui uma tentativa de desencadear no observador o sentimento infinidade de representação, essa característica é expressão de cunho anticlássico. Riegl enfatiza a falta de proporção dos detalhes desse tipo de arte, já Wolfflin considera o desenvolvimento de estilo do Império Romano, no gótico tardio, e no impressionismo fenômenos paralelos. Acredita que, em ambos os casos o rigorismo e a objetividade formal do clássico segue-se uma espécie de barroco.

Mesmo em épocas em que a obra é mais influente é encontrada numa única classe, a arte que chega a nós, deve declarar a possibilidade de produtos artísticos de outros grupos terem sido perdidos. A nova ciência natural e filosofia baseada nela foram desde os primórdios com ênfase internacional, porém a concepção universal também dominou as produções artísticas.

No final do século XVI a arte italiana maneirista cede lugar ao barroco, a qual é sustentada pela classe cultural dominante, mas levando em consideração as massas. Tanto o naturalismo de Caravaggio quanto o emocionalismo dos Carracci declinam o alto nível cultural atingido pelos maneiristas, Hauser apoia-se nisso ao declarar respectivamente os artistas como boêmio típico e autor de obras simples copias do alto nível da Renascença.

Considera Carracci essencial para o início da moderna arte religiosa, Caravaggio foi também influencia para artistas do período, porém não conseguiu agradar os altos patronos eclesiásticos. Foram incapazes de compreender a religiosidade da linguagem popular do artista. A igreja está ciente da ameaça da Reforma, portanto utiliza a arte como meio de divulgação dela mesma, está mais interessada na disseminação de fé do que no seu aprofundamento.

Converte-se numa Igreja nacional e num sistema de governo político, um importante instrumento para o Estado. A luta de competição contra o protestantismo chega ao fim, os ramos eclesiásticos remetem a restauração do catolicismo, há uma intensa exploração da produção de pinturas nos tetos, construção de igrejas e capelas além de estátuas e monumentos.

A arte barroca italiana é considerada a expressão máxima da modernidade na Europa, Pietro de Cortona, Bernini e Rubens formam a transição do desenvolvimento italiano para as demais localidades. Com o empobrecimento de Roma, o centro do mundo transfere-se para a Itália, onde a monarquia absoluta está desenvolvida e onde a arte tem mais recursos disponíveis.

Cada vez mais os membros da classe média ingressam na nobreza, somente a nobreza rebelde é perseguida, os privilégios com exceção dos políticos continuam com os direitos senhoriais, conservando as isenções nos tributos. Portanto há duas vertentes de nobreza, a por direito e a por patente, o verdadeiro nobre agora é por direito de nascença.

A cultura barroca converte-se cada vez mais numa cultura palaciana autoritária. Os franceses consideram-se os cidadãos do mundo, com o típico modo cosmopolita de ver os fatos. Um corte profundo separa o século em duas fases, antes predominava uma tendência liberal na vida artística, a produção artista não era organizada pelo governo. A partir de 1661 nenhum setor da vida pública é poupado da intervenção, Versalhes e Paris, tornam-se sede da vida intelectual francesa.

Há total depreciação da individualidade, o subjetivismo que ainda predominava no alto barroco, posteriormente cede lugar a uma cultura autoritária. A principal característica dessas novas formas sociais e econômicas é a tendência que repele a individualidade, associação ao Estado absoluto. Está deve ter uma linguagem formal que corresponda aos ideais do classicismo, racional, tornando o público diretamente dependente do Estado.

Surgem as academias, escolas de arte dirigidas pelo Estado mesmo que indiretamente, tinham como o função intensificar o esplendor da corte como  domínio real. Além do monopólio artístico, a organização da produção faz com que toda manufatura real seja marcada pela perfeição técnica. Le Brun dirigiu as instituições de acordo com princípios estritamente doutrinários e ortodoxos, fundador do “academicismo”.

As tensões conceptivas entre cortesãos e eclesiásticos não cessa na diferença entre gostos, mas estende-se na disputa pelo poder, luta entre privilégios dos conservadores e perigo por lado dos progressistas. A primeira vitória do público leigo ocorreu no governo de Luís XVI, quando as academias encontravam-se enfraquecidas e foram obrigadas a recorrer ao grande público a fim de recuperar o subsídio governamental.

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