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COMPONENTE CURRICULAR: O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Por:   •  30/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.831 Palavras (12 Páginas)  •  223 Visualizações

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UNIVALI – UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

COMPONENTE CURRICULAR: O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO

PROFESSORA: ALESSANDRA DEVITTE

ACADÊMICA: LUZIANE BEATRIZ DE JESUS

O QUE É PATRIMÔNIO HISTÓRICO

REFERÊNCIA

LEMOS, Carlos A. C.. O QUE É PATRIMÔNIO HISTORICO. São Paulo: Brasiliense, 1981. 115 p.

PÁGINAS

                    PARÁFRASE

        7

    O tema das construções antigas e seus pertences representativos que recebem nome de (patrimônio histórico) está sendo muito falado por meio de comunicações como jornais, revistas e televisão. O livro “patrimônio cultural” fala sobre as definições e preservação do patrimônio arquitetônico histórico e cultural.

     

     8-10

    O professor Hugues de Varine sugere que o Patrimônio Cultural seja dividido em três categorias, sendo a primeira “pertencentes à natureza” que são os recursos naturais que tornam o local habitável. Exemplo: os rios, a água, as suas cachoeiras.  O Segundo grupo se refere ao conhecimento, as técnicas, ao saber e ao saber fazer.  Compreende a capacidade de sobrevivência do homem no seu meio ambiente. O terceiro grupo é o mais importante, porque reúne os bens culturais que englobam toda sorte nas coisas, objetos, artefatos e construções obtidas a partir do meio ambiente e do saber fazer.

       11

   

    Refletindo sobre as categorias de Varine, sobre esses possíveis artefatos, podemos analisar que devemos sempre prestar atenção às relações necessárias que existem entre o meio ambiente, o saber e o artefato; entre o artefato e o homem; entre o homem e a natureza.

12

     O número de bens que compõem o Patrimônio Cultural de um povo é bastante grande, portanto, vale a pena dar atenção para ele antes de tratarmos do Patrimônio oficial. Existem artefatos que geral outros como é o caso de máquinas que produzem outros artefatos. Eles possuem vida útil e seu tempo de uso pode variar.

     

        13

   “Uma comida elaborada na cozinha da gente é um artefato de consumo imediato, em cuja confecção participaram conhecimentos acumulados durante gerações e gerações [...]” Todo artefato tem duração longa, que vai passando por gerações todo aquele conhecimento adquirido ao longo do tempo e que permanece. “Existem também, importantes e históricos exemplos de construções que tiveram seus usos originais substituídos [...], podemos citar o caso das basílicas romanas, construções laicas, que tiveram suas dependências integralmente aproveitadas depois da liberação do cristianismo para abrigar as novas funções religiosas da igreja de São Pedro.”

    14-15

    É de extrema importância acompanharmos as mudanças e adaptações que acontecem ao longo do tempo em uma antiga residência urbana, com o passar do tempo vemos construções perder sua identidade, sendo modificadas ou segregadas, até demolirem para ser construído um edifício novo em seu lugar. O estilo de sistema construtivo pode ter influências quando em contato com outras culturas. Exemplo dos Portugueses que chegando no Brasil tiveram que recorrer ao sistema construtivo indígena. Com isso, surgem mais soluções técnicas e de materiais construtivos que é até hoje representada pelos mocambos do Nordeste. Aos poucos a arquitetura portuguesa foi se adaptando as condições e materiais dos locais.

16-19

   Uma casa só tem personalidade se for equipada e vivida, cada objeto que for retirado deixa de ter o seu significado. Em São Paulo havia uma residência de uma rica moradia ostentando todo o seu equipamento original. Nela estavam guardadadas milagrosamente uma parte de nosso Patrimônio Cultural. Tudo mantendo relações originais. Porém, tudo isso foi disperso pela indiferença, pelo fato de que não havia uma preocupação com esse tema, então aconteceu um leilão dos objetos, para a vinda do ecletismo onde substituíram as velhas casas de taipa. E por ai vemos que o artefato cidade se renova sobe si mesmo. [...] “Com os tempos modernos os objetos deixaram de serem feitos a mão e a indústria acelerou sua produção [...].”

20-23

   “[...]Os variados Patrimônios Culturais de variados lugares vão tendendo a uma uniformização, a uma universalização [...]” Com o caminho da padronização, alguns desses objetos triviais passam a ter tal respeito que os outros não tem. O Patrimônio Cultural de uma região é bastante diversificada sofrendo permanentes alterações. “[...] Em geral, guardaram-se os objetos e as construções ricas da classe poderosa. Guardaram-se os artefatos de exceção e perderam-se para todo o sempre os bens culturais usuais e corriqueiros do povo. [...]” Os estudiosos foram interessando as comunidades e o Governo a promover a preservação do Patrimônio Histórico e Artísticos.

    24-33

   Preservar significa muito mais que imaginamos, é livrar de algum dano ou perigo, é conservar e defender. Para preservar a identidade de uma sociedade, temos que manter conservadas suas condições mínimas de sobrevivência no meio ambiente. É dever do patriotismo preservar os recursos materiais e as condições ambientais em sua integridade. É nosso dever como brasileiro preservar nossa cultura fazendo com que os conhecimentos de fora valorizem-nos em vez de rejeitar-nos. Sabendo controlar os processos de evolução será mais fácil a manutenção de nossa identidade. É manter vivos, mesmo que alterados os costumes populares. É fazer levantamentos de construções, especialmente aquelas que estão condenadas pela especulação imobiliária.  Pesquisas indicam que o turismo vem influenciando a preservação em função de que isso desperta a curiosidade dos viajantes ávidos de novidades. Os profissionais da área da arquitetura/engenharia podem preservar edifícios antigos através do seu trabalho também.

34-39

   Quando se popularizou o estilo neocolonial foi comum a preservação de elementos de composição arquitetônica de uma construção abandonada para outra nova. Em 1936 foi feito um projeto digno de elogios de autoria do escritor Mario de Andrade. Em seu projeto ele agrupava as obras de arte em oito categorias, sendo elas “Arte arqueológica, arte ameríndia, arte popular, arte histórica, arte erudita nacional, arte erudita estrangeira, artes aplicadas nacionais e internacionais. “

       40-41

   “Certas obras de arte arquitetônica, escultórica, pictórica sob o ponto de vista de arte pura não são dignas de admiração, não orgulham a um País nem celebrizam o autor delas, Mas, o porquê fossem criadas para um determinado fim que se tornou histórico[...]”. Nas artes nacionais e internacionais está ligada toda a parte do mobiliário, à talha, tapeçaria, joalheria, decorações murais etc.

42-44

   O projeto de Mario de Andrade foi bastante inovador, por isso algumas autoridades acabaram se assustando por não possuir uma estrutura administrativa e nem verba para empreitada preservadora daquele tamanho.  Enquanto Mario caracterizava todas as obras de artes, a lei anunciava a um restritivo interesse público.

     45-46

   Ouro Preto foi a primeira cidade Brasileira a ser preservada, com seu decreto em 1933. Ela não foi tombada como uma cidade possuidora de características especiais no urbanismo, e sim quis proteger seus monumentos maiores, com esse ato as áreas envoltórias acabaram abrangendo a cidade toda.

47

  “O núcleo urbano é um bem cultural composto de mil e um artefatos relacionados entre si, que vão desde aqueles de uso individual, passando por outros de utilidade familiar, a começar pelas moradias, até aos demais de interesse coletivo [...]”.

    48-55

    A cidade de Ouro Preto possui suas construções organizadas em função das curvas de níveis, onde naturalmente se adaptam ao perfil topográfico existente. Podemos entender que a cidade pode sofrer imposições transformadoras de variada natureza. Devem ser identificados os tipos de relações mantidas entre traçado urbano e o sítio original de implantação. São poucas, as cidades que tem caracterizada a interferência da técnica construtiva como (seleção natural de materiais). Percebemos sempre a necessidade da regularidade e da simetria nos visuais nascido no renascimento ser abandonado sem nenhum cuidado de autoridades dada a indiferença popular ao xadrez das ruas retas.

    56-59

   Além das cidades antigas, as cidades modernas também tiveram seus regulamentos desobedecidos ou desviados, como por exemplo Brasília e Belo Horizonte. A verdade é que nunca se teve o controle de um desenvolvimento urbano que agradasse as lei, tendo como resultado soluções espontâneas decorrentes do engenho e interesses da população. O traçado urbano, independentemente das construções devem ser preocupação primeira do preservador envolvido com o Patrimônio Ambiental Urbano.

        60

   “[...] O Patrimônio Ambiental Urbano apresenta inúmeras facetas que variam conforme a história do desenvolvimento das cidades, que vão desde a metrópole caótica até as cidades que Monteiro Lobato chamou de mortas porque estavam esvaziadas de recursos econômicos, como Vale do Paraíba, devido ao declínio da produção cafeeira na região[...]”.

61-65

   Nós conservamos alguns cenários compostos de fachadas de residências antigas porque foi o pouco que nos restaram. Os significados de espaços abertos são também pontos referenciais ligados a inteligibilidade dos espaços urbanos. Hoje em dia existem três hipóteses de situações urbanas. Sendo a primeira a que reúne um traçado urbano qualquer acompanhado de construções originais que chamamos de primária, ex: Ouro Preto e Brasília. A segunda seria a que mostra traçados urbanos cuja construções lindeiras não são mais as originais, como é o caso das antigas ruas centrais de SP. E a terceira e última hipótese sendo a que apresenta conjuntos de construções antigas situadas em logradouros públicos alterados devido a intervenções modernas em traçados primitivos, tendo como exemplo a Avenida Getúlio Vargas que surgiu a partir da demolição de sucessivos quarteirões que deixou a mostra séries de pequenos sobrados do século XVX.

66-69

   Graças aos grupos de colecionadores, a maior parte do pouco que temos está preservada.  Eles são chamados de Guardiões de seu Patrimônio Setorial. O simples ato de colecionar, transforma em um modo de preservação. Há grupos que colecionam obras de arte, moedas, livros, etc.... porém não há quem coleciona casas de uma rua ou monumentos de uma cidade, portanto, esses bens imóveis necessitam da proteção do Governo. O uso da construção nas condições previstas pelo projeto é de início o primeiro fator de sua conservação garantida. A primeira norma de conduta ligada ao como preservar é manter o edifício em uso constante, mas o problema é que infelizmente os movimentos preservadores já encontram as construções de interesse descaracterizadas, e muitas vezes não podendo mais recuperar seu aspecto documental.

     

     70-75

   Um professor italiano chamado Ambrogio Annoni, nomeou de método romântico aquele que emocionou os profissionais da arquitetura amantes do passado. Esses restauradores tinham obsessão pela arquitetura medieval, procurando recuperar em sua integridade todos os monumentos daquele período históricos. Os edifícios com acréscimos sucessivos eram “purificados”, ou seja, limpos de quaisquer trabalhos posteriores à fatura original. Nessas purificações os testemunhos de épocas posteriores à construção poderiam ser demolidas, desde que houvesse prova de como teria sido a construção primitiva. Esses métodos foram seguidos com tal liberdade que pelos especialistas, que muitas vezes as entidades públicas destinadas a zelar pelo patrimônio arquitetônico faziam vista grossa e comportamentos personalistas, muitas vezes interesseiros, quando viam vantagens dentro da classe dominante. Para evitar esse fabrico de bens artificiais que pretendem substituir bens culturais próprios de outras épocas para normalizar os procedimentos preservadores, foi que se reuniu o Congresso Internacional de arquitetos e técnicos em monumentos históricos. O tema desse congresso foi conservação do patrimônio monumental e ambiental no mundo.

76-84

   O texto da carta de Veneza expõe ao nosso modo de ver 10 considerações. Sendo elas:

“1. O monumento é inseparável do meio onde se encontra situado, e, bem assim, da história da qual é testemunho. 2. A conservação e a restauração de monumentos são fundamentalmente atividades interdisciplinares, que apelam para todas as ciências e todas as técnicas capazes de contribuir para o estudo e salvaguarda do patrimônio nacional. 3. O uso do edifício, quando correto, conserva-o, e sua utilização não pode alterar a disposição dos elementos que o compõem. 4. Hoje, nem sempre as técnicas tradicionais são suficientes a perfeita consolidação de edifícios ameaçados. 5. A restauração é uma operação que deve ter caráter excepcional. 6. As contribuições de todas as épocas para a construção de um monumento devem ser respeitadas. 7. A remoção total ou parcial de um monumento do sítio original para outro local não pode ser tolerada. 8. A preservação do monumento implica a da moldura tradicional, as construções, demolições ou agenciamentos novos não poderão. 9. O agenciamento de ruínas e as medidas necessárias à conservação e a proteção permanente dos elementos arquitetônicos, assim como dos objetos descobertos, serão assegurados. 10. Os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão sempre acompanhados de uma documentação precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados com desenhos e fotografias. [...]

Essa política só é possível em decorrência de dois fatos. O primeiro a falta de esclarecimento da sociedade sobre a importância da preservação de nosso Patrimônio. E o segundo é de ordem jurídicas.

85-87

  “O Tombamento é um atributo que se dá ao bem cultural escolhido e separado dos demais para que nele, fique assegurada a garantia da perpetuação da memória. [...]” Todo monumento brasileiro, está destinado a cumprir uma função social.

88-95

   Levando em consideração o que o Patrimônio Histórico Cultural arquitetônico diz, constitui um capital que deve ser mantido para render vantagem. A partir da década dos anos setenta, proliferaram os encontros destinados a dar continuidade aos documentos atrás analisados como o de Nairobi de 1976 e o de Machu Pichu em dezembro de 1977. A nível nacional os principais deles foram ocorridos em Brasília. Dentre as conclusões, o compromisso de Brasília verificou que:

“Era inadiável a necessidade de ação supletiva dos Estados e dos Municípios à atuação Federal no que se refere à proteção dos bens culturais de valor nacional.2. Era importante a criação de órgãos estaduais e municipais destinados a suplementar a ação nacional do então DPHAN.3. Para remediar a carência de mão de obra especializada, é indispensável criar cursos, visando a formação de arquitetos restauradores. 4. Deverão ser incluídos nos currículos escolares de níveis primário, médio e superior, matérias que versem o conhecimento do acervo histórico. 5. É recomendável a defesa dos acervos arquivísticos, bibliográficos, paisagísticos e arqueológicos. 6. É desejável a participação de intelectuais escrevendo monografias elucidativas. 7. É necessário o entrosamento com os elementos do clero e autoridades militares visando à salvaguarda de construções religiosas em geral. 8. É recomendável a utilização preferencial para casas de cultura. 9. É recomendável aos poderes públicos Estaduais e Municipais colaboração com a diretoria do patrimônio Histórico e artístico Nacional. [...]”

 

  96-98

   O como preservar o Patrimônio Ambiental Urbano, depende de dois campos: O primeiro é ligado ao planejamento, ou revitalização de núcleos de interesse documental. E o segundo é decorrente da implantação do projeto e tem fundamentalmente um interesse social.

99-106

   Na implantação de planos diretores no Brasil, não é possível o estabelecimento de procedimentos padronizados, porque as condições socioeconômicas nunca se repetem igualmente dentro da indigência de recursos de sempre. Na França, cabem aos proprietários as despesas de revalorização das construções até o último limite de suas potencialidades financeiras. E um imóvel insalubre na França pode ser esvaziado sem delongas, e é a atribuição de insalubridade que se dá à maioria das construções por recuperar. Os Governos estaduais tem que avaliar a enorme responsabilidade representada por importantes centros históricos, hoje à beira da descaracterização.

  107-110

   “Nosso país é jovem e nos seus quatrocentos e tantos anos de vida conseguiu aqui e acolá seu acervo de bens absolutamente típicos de uma cultura nascida de três raças em paisagem paradisíaca e, no entanto, hoje tem proporcionalmente muito pouco a mostrar como lembrança representativa de sua memória. [...]” Esta publicação destina-se aos jovens, que estão acertando os seus primeiros passos, e nele depositam-se todas as esperanças de que, qualquer direção que andem, estejam sempre olhando com amor e desinteresse material para as coisas de toda uma sociedade que estão espalhadas por aí.”

 

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