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Correlato de Leitura de Imagens

Por:   •  3/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.478 Palavras (6 Páginas)  •  375 Visualizações

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                               Correlatos de Leitura de Imagens

Neste trabalho iremos abordar a leitura, releitura de uma obra de arte  e análise de uma obra  arquitetônica, seguindo os conceitos vistos em sala de aula, tais como, analise OBJETIVA, SUBJETIVA e FORMAL. ESTUDO DOS ELEMENTOS VISUAIS E DE COMPOSIÇÃO.

“O NASCIMENTO DA VÊNUS” DE SANDRO BOTTICELLI

[pic 1]

Aos que a contemplarem são gratificados pelo doce olhar suave da Vênus, cheia de pudor à cobrir delicadamente suas partes. Outro ponto é acerca da composição, com personagens mitológicos (mundo imaginário) sobre uma ilha existente (mundo real –natural). O artista faz uso do que lhe é posto a disposição para que possa manifestar a sua espiritualidade criativa. Mesmo tratando-se de uma obra com inspiração na arte clássica, o que fica evidente na atitude da Vênus, que está na mesma postura que a Vênus de Médici, as representações são inspiradas no que é mundano, natural, acrescidas de uma liberdade compositiva. Os personagens possuem seus corpos representados quase de forma natural, a Vênus diferencia-se das estátuas clássicas pois aproxima-se da beleza das jovens esbeltas florentinas, no formato de seu rosto e seus cabelos dourados a ondular com o vento soprado pelo Zéfiro. A liberdade artística nos corpos pode ser encontrada nas asas do casal que paira sobre as águas, talvez no comprimento do cabelo da Vênus, apesar de não ser algo tão inimaginável, além do próprio fato de tratar-se de um nascimento de uma virgem já adulta, mas então é mera representação de fatos literários.

Botticelli fez uso de sua inteligência sensível ao determinar toda a composição da tela, o modo com que os personagens estão posicionados. Ele cria linhas de força que quase faz com que a própria pintura venha a nascer também, no mundo real, ou a ascender ao divino.

[pic 2]

Já as figuras de Zéfiro ao lado de sua esposa Clóris representa o amor terreno carnal, que é purificado pela presença da Vênus e da Hora, que corre para colocar um manto sobre a primeira. O casal em sua postura entrelaçada, sensualizada conduz a Vênus até a ilha, como que clamando por salvação pela sua presença e seus olhares contemplativos sobre a deusa, porém distantes, além do alcance. Já a Hora está a ponto de alcançar esta redenção ao alcançá-la e cobri-la com o manto.

Para a representação do corpo da deusa, o pintor propositalmente o realiza de modo que pareça desprovido de carne e osso, pela posição dos ombros e o pescoço desprovido de articulação. Sua face tranquila exprime sentimentos divinos, além de tudo o que é terreno. Sua presença espalha-se por outros elementos da tela. Os juncos e as árvores refletem a mesma postura ereta e possuem os mesmos tons terra e dourados da Vênus. Até mesmo as espumas do mar são enviesadas, podendo referir-se ao seu nome.

Botticelli, ao pintar, escolhe a primavera como a estação. Esta é a estação da Vênus, do renascimento, a qual as coisas se renovam, se multiplicam e tudo é purificado, pois é novo, é a estação do amor. É possível fazer esta identificação em diversos elementos que fazem referência à estação: a própria deusa, que é a deusa do amor, do sorriso e rainha da primavera; Zéfiro, que é o vento oeste primaveril; Flora que é a ninfa das Horas da primavera.

Portanto, o pintor conseguiu na temática mitológica pagã expressar o espírito cristão como sendo a mensagem verdadeira da obra, assim como Hegel propôs quando trata da subjetividade em si e da individualidade particularizada, assim, tudo o que há entre céu e terra são tidos como objeto.

Por último, vale analisar a natureza representada na tela, pois esta possibilita que aquele que contempla, reconheça e identifique os objetos naturais como aquilo que vem de dentro de si mesmo, de seu espírito. A natureza primaveril representada na tela, assim como o oceano em agitação, em movimento, são expressões da própria percepção e da alma humana, estando acima da mera beleza natural, pois é ilustrada do modo como a espírito percebe esta natureza, não necessariamente sendo como ela é na realidade.

RELEITURA DA OBRA

“O NASCIMENTO DA VÊNUS” DE SANDRO BOTTICELLI

[pic 3]

No primeiro quadro nota-se a ousadia de se ter como personagem central, Miss Piggy, figura de animação infantil como Vênus. Observamos que a sedução da deusa foi trocada por uma porquinha, que nada mais é uma maneira de demonstrar como a TV exerce tremenda força de sedução. Principalmente as programações dos EUA que afetam a vida de milhares de pessoas, o grande sonho americano passa ser exportado e muitos por imposição aceitam.

[pic 4]

No segundo quadro apresenta-se uma ousadia ainda maior pelo fato de se ter um gato no lugar de Vênus, significando que a força sedutora sofre mudança cultural de acordo com a época. Aqui podemos referir ao atributo de poder do cinema hollywoodiano, que endeusa atores e atrizes de uma forma geral.

[pic 5]

No terceiro quadro existe uma Vênus cega, se correlacionarmos com a fase do Romantismo, pode-se dizer que o amor é algo que cega, ou seja, a ideia de uma Vênus que deveria seduzir é trocada pela ideia de uma paixão avassaladora, levando indubitavelmente o artista à morte, para poder vivenciar plenamente o amor post mortem. Ainda nesse contexto pode-se levar em consideração a vida pessoal dos “Superstars” que acabam se condicionando e se cegando pela fama, sem a devida preparação aos efeitos dessa efêmera fama, vão sofrendo consequências tardias que poderão levá-los desde a uma depressão até ao suicídio.
[pic 6]

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