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Favelas e a Urbanização do Rio de Janeiro

Por:   •  26/8/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.166 Palavras (13 Páginas)  •  225 Visualizações

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Durante anos o morro da Providência foi o único exemplo quando o assunto era inicio da favelização no centro do Rio de Janeiro, na época conhecido como morro da Favela foi nesse local onde soldados vindos da guerra foram permitidos permanecer. Por volta de 1920 o nome “favela” passa a o significado de ‘conjunto de habitações populares toscamente construídas (geralmente em morros) ’. Nome esse que se espalhou por todo Brasil. Após estudos pode-se inferir que essa não foi a primeira Favela da capital fluminense e sim o Morro de Santo Antônio, hoje conhece-se mais de sua história que tem suas semelhanças com a morro citado anteriormente. Antes de removido o Morro Santo Antônio sofreu de vários incêndios criminosos e remoções.

A favela nasce como primeira crise de moradia do Rio de Janeiro, período de urbanização, industrialização e grandes mudanças na metrópole. Podendo destacar a abolição da escravidão, abertura de mercado, decadência da cafeicultura, o êxodo rural, proclamação da república. A população mais que dobrou em 20 anos. Como a área central era melhor para a maioria da população foi lá que cresceram o número de moradias: os cortiços. Locais esses de precariedade imensa, considerados insalubres o que causou grande guerra com o poder público. O que causou na demolição dos cortiços anos depois.

No início do século XX foi proposta uma intervenção que promoveria um embelezamento da cidade, esta ajudou na segregação entre ricos e pobres no centro, contribuindo com a consolidação das favelas. Houve uma modernização repentina que expandiu a hoje conhecido como Zona Sul, melhorando o saneamento e mobilidade pelo centro. Mas não foi só isso que aumentou a crise de moradia popular, leis que proibiam a autoconstrução além de taxas elevadas. Proibidos de se estabelecerem no centro, os mais pobres se viram obrigados a ocuparem os morros próximos (Santo Antônio, Providência e outros) por serem de fácil acesso ao trabalho. Os que tinham condições financeiras de utilizar transporte começou a habitar dos subúrbios. Dessa forma surgiram morros em Copacabana, Morro do Salgueiro e da Mangueira. O crescimento das favelas foi vertiginoso. Em 30 anos era mais de 20% das habitações no Rio de Janeiro

Nesse momento a população do centro cada vez mais era expulsa, a zona sul por sua vez recebia grande investimento diferente das zonas nortes e suburbana. Está última, foi ajuda de pela instalação de novas indústrias na região. Por volta de 1920 houve uma grande pressão da população para uma remodelagem da cidade, com a ajuda de um urbanista (estrangeiro). A favela era o principal incomodo. Alfred Agache foi o nome escolhido e o responsável pelo primeiro projeto urbanístico do Rio de Janeiro, visando remodelação, embelezamento e expansão da cidade. É o primeiro lugar a citar as favelas oficialmente e foram consideradas “pragas do Rio de Janeiro” e deveriam ser removidas totalmente. O Plano Agache nunca foi aplicado, mas foi usado como inspiração para planos futuros.

A nova república foi instalada, com ela a burguesia industrial se firmou no país, aliada a decadência da agricultura ocorreu uma forte migração para as cidades. Essas pessoas se alocavam nos subúrbios ou nas favelas. Foi um momento decisivo para a ocupação em morros. Eram locais perto do centro e não ocupados por serem de segurança duvidosa. Nesse tempo houve uma remoção das favelas, mas o governo não se importava muito com a migração uma vez que era bom para a industrialização e para as eleições. As favelas foram vistas como um lugar de apoio político ao comunismo, isso preocupou o Governo da época. E foi importante para o reconhecimento das comunidades nos registros da Cidade (realização do primeiro Censo). Foi então elaborada a primeira definição oficial das favelas, como “agrupamento urbano” de aglomeração mínima de 50 unidades, precária, construção irregular e falta de infraestrutura pública e urbana. Nesse momento a favela foi alvo de grandes debates e foi mais integrada à sociedade. Apesar disso a irregularidade ainda incomodava e sua retirada ainda era considerada. Apesar das dificuldades que o RJ estava enfrentando na década de 50 o fluxo migratório não foi interrompido. O desenvolvimento econômico ajudou no aumento da inflação e desvalorização do Real e isso ocasionou na valorização do solo urbano (crise de habitação): consolidação das favelas. A ditadura militar em 1964, tinha um ideal extremista e arrasou com algumas favelas principalmente na rica zona sul a qual se expandia. E começou também o desenvolvimento da Barra da Tijuca. Em contrapartida a população de baixa renda procurava cada vez mais a região metropolitana para se estabelecer, multiplicando os lotes populares. Mas, por diversas razões, muitos não se adaptavam as novas residências longe da capital, por isso voltavam para as favelas não afetadas pelo Estado. A maior resistência contra a remoção das favelas foi a de Brás de Pina que resistiu e implantou um plano de urbanização usado como exemplo até os dias de hoje.

Com o fim do regime militar foram aceitas propostas de urbanização nas favelas, seus moradores começaram a serem considerados trabalhadores e não marginais como antes e começaram políticas de “legalização”. O processo inflacionário crescia e com ela população favelada, mas não só nos morros. As favelas cariocas mais uma vez cresciam gradualmente com traçado irregular, muito mais consolidadas com a chegada da alvenaria (facilitando a verticalização). Nesse momento as favelas começaram a parecer bairros pobres ordinários, com suas precariedades, mas um grande conjunto popular reconhecido, favorecendo a valorização do espaço. A expansão seguiu ao longo das grandes vias, rios e viadutos (favelas de rua) e esses tipos de habitações são consideradas de origem urbana, bem mais estruturadas, diferente das criadas décadas anteriores. A população de rua crescia cada vez mais diante de crise econômica, e diferente do que se pensava, esses moradores eram trabalhadores que não tinham mais condições de sustentar suas casas. Nas décadas de 80/90 surgiram vários programas para legalização e urbanização das favelas. O “Favela Bairro” procurava a transformação de favelas em bairros contendo obras e infraestrutura e urbanização. Hoje a Favela não é mais vista como algo que se deve retirar e sim como algo que se precisa melhorar. O urbanismo é uma ideia presente e forte, por outro lado a arquitetura não é muito visada, nem os profissionais da área são preparados para atuar em tais localidades. O nosso desafio hoje é aprender como urbanizar mantendo as características das favelas.

Durante anos o morro da Providência

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