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LAZER – CIDADE – ESPAÇO – EQUIPAMENTO – POLÍTICA PÚBLICA.

Por:   •  15/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.777 Palavras (12 Páginas)  •  405 Visualizações

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Cidades e o Acesso aos Espaços e Equipamentos de Lazer CITIES AND THE ACCESS TO LEISURE SPACES AND EQUIPMENTS

 O presente estudo aborda os novos problemas colocados no acesso aos espaços e equipamentos de lazer, localizados nos grandes centros urbanos, a partir do rearranjo desses locais, do deslocamento da concentração de equipamentos do centro para as áreas nobres das cidades e da centralização nas cidades-sede em relação às periféricas. Refl ete sobre as implicações para a elaboração de políticas públicas setoriais de lazer.  





 LAZER – CIDADE – ESPAÇO – EQUIPAMENTO – POLÍTICA PÚBLICA.

 

 The present study approaches the new problems placed in the access to leisure spaces and equipments, located in the great urban centers, from the rearrangement of these spaces, the displacement of the equipment concentration of the center to the noble areas of the cities, and the centralization in the cityheadquarters in relation to the peripheral cities. It also refl ects on the implications for the elaboration of leisure sectorial policies.   LEISURE – CITY – SPACE – EQUIPMENT – PUBLIC POLICY.



   

  







  

    INTRODUÇÃO

spaço e equipamentos são componentes dinâmicos de uma política pública de lazer e estão em constante transformação. Hoje em dia, nas grandes cidades, vivendo o dilema entre o ser e o ter, as pessoas, sobretudo os jovens, estão optando por viver o estar. E, se isso for considerado em termos do espaço, o trajeto é o lugar e o tempo da noite é o principal local do lazer, que já começa na “pré-night”, no posto de gasolina, com o fenômeno do nomadismo, que esvazia equipamentos a partir do toque de um celular, chamando para a “boa” do outro lado da cidade.1 Por outro lado, os equipamentos não podem ser vistos apenas da única perspectiva de centros de consumo, como muitas vezes acontece com os shoppings centers,2 mas nas suas múltiplas possibilidades de signifi cados atribuídos pela população. E é impossível negar a importância do tema, quando se trata do lazer, pois, se as duas circunstâncias que caracterizam essa manifestação humana são as de tempo e atitude, elas supõem a existência de um espaço real ou virtual. Embora reconheçamos o grande vulto que vem ganhando o espaço virtual, fi caremos restritos, neste texto, à relação entre lazer e espaço urbano. Porém, a dimensão que o espaço toma aqui é ainda maior, porque se trata do acesso a ele, e ligado à política urbana. O lazer é entendido aqui “como a cultura – compreendida no seu sentido mais amplo – vivenciada (praticada ou fruída), no ‘tempo disponível’. É fundamental como traço defi nidor, o caráter ‘desinteressado’ dessa vivência. Não se busca, pelo menos basicamente, outra recompensa além da satisfação provocada pela situação. A ‘disponibilidade de tempo’ signifi ca possibilidade de opção pela atividade prática ou contemplativa”.3 A noção de cultura deve ser entendida em sua acepção ampla, consistindo “num conjunto de modos de fazer, ser, interagir e representar que, produzidos socialmente, envolvem simbolização e, por sua vez, defi nem o modo pelo qual a vida social se desenvolve”.4 Implica, assim, o reconhecimento de que a atividade humana está vinculada à construção de signifi cados que dão sentido à existência. A análise da cultura, pois, não pode fi car restrita ao produto da atividade humana, mas deve considerar também “o processo dessa produção – o modo como esse produto é socialmente elaborado”.5 O LAZER E O ESPAÇO URBANO Os estudos do lazer, no mundo ocidental moderno, nascem e ganham impulso com o processo de urbanização. O lazer, como o conhecemos nos dias de hoje, é uma problemática tipicamente urbana, característica das grandes cidades, porém, ultrapassa suas fronteiras, uma vez que os grandes centros urbanos a levam, com as mesmas particularidades, por meio da mídia, a outras regiões do país, nem tão grandes, nem tão urbanizadas.

1 ALMEIDA & TRACY, 2003. 2 PADILHA, 2003. 3 MARCELLINO, 2004, p. 31. 4 MACEDO, 1982, p. 35. 5 Ibid.

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57Impulso, Piracicaba, 17(44): 55-66, 2006

Uma análise de situação, da questão do espaço e dos equipamentos de lazer, põe em destaque algumas características indesejáveis, quando se pensa em termos de democratização, um dos valores centrais, ao lado da participação popular, na concepção de políticas de lazer, que vêm orientando os trabalhos de políticas públicas mais progressistas.6 Democratizar o lazer implica democratizar o espaço. Muito embora as pesquisas realizadas na área das atividades desenvolvidas no tempo disponível enfatizem a atração exercida pelo tipo de equipamento construído, deve-se considerar que para a efetivação das características do lazer é necessário, antes de tudo, que ao tempo disponível corresponda um espaço disponível. E se a questão for colocada na esfera da vida diária da maioria da população, não há como fugir do fato: o espaço para o lazer é o espaço urbano. Se procedermos à relação lazer/espaço urbano, verifi caremos uma série de descompassos, derivados da natureza do crescimento das nossas cidades relativamente recente, e caracterizado pela aceleração e pelo imediatismo. O aumento da população urbana não foi acompanhado pelo desenvolvimento de infra-estrutura adequada, gerando desníveis na ocupação do solo e diferenciando marcadamente, de um lado, as áreas centrais, ou os chamados pólos nobres, concentradores de benefícios e, de outro, a periferia, com seus bolsões de pobreza, verdadeiros depósitos de habitações. Mesmo quando nesses espaços estão localizados equipamentos como shopping centers, a população local geralmente não tem acesso privilegiado a eles. Constata-se, particularmente, a centralização de equipamentos específi cos (teatros, cinemas, bibliotecas etc.)7 ou a sua localização em áreas para públicos segmentados, o ar de santuário de

6 MARCELLINO, 2001. 7 REQUIXA (1980) enfatiza a necessidade de integração, numa política de lazer, de equipamentos

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